Minha avó costumava dizer “quem tudo quer, tudo perde”. Parece ser o caso dessa volúpia do PT de fazer qualquer tipo de acordo político para tentar ganhar eleições. Claro que os petistas, desde que foram curados da síndrome da ética tornaram-se políticos comuns, banais como os outros, sujeitos a todas as tentações. E haja pote.
E foi isso que encalacrou a aliança do PT com o PSB no Recife, pela postura arrogante de Lula de enfiar um candidato dele (como Haddad em São Paulo) aos pernambucanos, passando sobre as bases partidárias. Exatamente como procedeu com a ex-prefeita e senadora Marta Suplicy.
Como escreveu historiador Luiz Mir no livro “O Partido de Deus” (PT), Lula foi incensado, desde o início, como se fosse um líder messiânico. Penso que ele passou a acreditar piamente nisso. Às vezes parece insuportável.
Como Fernando Haddad, o garoto do MEC, não decola nas pesquisas, ficando por enquanto na altura do rodapé, Lula achou por bem uma associação com o PSB e a deputada Luiza Erundina foi indicada como vice. Ocorre que para aumentar o tempo na TV Lula não pensou duas vezes e sacramentou um acordo com o seu adversário político Paulo Maluf, do PP. Maluf apanhou a mais não poder dos petistas.
Agora, para dar apoio a Haddad conseguiu emplacar gente sua no Ministério das Cidades e ainda garantir uma secretaria no futuro governo petista, caso Haddad vença as eleições. Futuro.
Mas para acertarem as contas (trata-se disso, não?) Lula foi com sua comitiva à própria casa de Paulo Maluf. Isso foi demais para Luiza Erundina que já andava esperneando pelo fato de ter que subir no palanque com Maluf. A ida de Lula à casa de Maluf foi a gota dágua e Erundina deu entrevista à Veja dizendo que caiu fora.
Durou muito pouco na função de candidata a vice de Haddad. Como Maluf elogiou Haddad dizendo que ele conhece os problemas de São Paulo, que tal Maluf para vice? Ele também conhece, e como!
Da revista Veja
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A deputada federal Luiza Erundina afirmou em entrevista exclusiva ao site de VEJA que vai rever a decisão de compor chapa com o petista Fernando Haddad na disputa pela prefeitura de São Paulo. Erundina se pronunciou poucas horas depois de o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) oficializar apoio à candidatura de Haddad. Na sexta-feira, o PSB anunciou Erundina como candidata a vice na chapa do PT e, na ocasião, a ex-prefeita já havia deixado clara sua indisposição com o possível apoio do PP.
“Se for por nomes, meu partido tem outros a indicar. Eu pessoalmente não vou aceitar. Vou rever minha posição”, afirmou. "Não preciso ser vice para fazer política." Ex-prefeita de São Paulo, Erundina disse que a aliança com o seu adversário histórico foi feita “à sua revelia”. Ontem à noite, ela teve uma longa conversa com Haddad e segundo a deputada, o pré-candidato garantiu que aliança com o PP não estava fechada. “Ele praticamente desconversou”. Ela disse ter mostrado a Haddad sua preocupação com a coligação com Maluf.
A decisão de Erundina está diretamente ligada ao ingresso de Maluf na campanha petista. “É demais para mim. É muito além do razoável”, disse. “É constrangedor ver Lula e Haddad na casa de Maluf celebrando essa aliança."
A deputada questiona se vale a pena se “aliar a forças nefastas da política brasileira” em troca de “um minuto a mais” no tempo de televisão. “No momento que instalamos a Comissão da Verdade para desvendar crimes das ditadura, o PT se alia a um dos tentáculos da ditadura militar." (Veja)
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