JOAQUIM BARBOSA AOS 14 ANOS |
Um, negro, fala quatro idiomas; o outro mal fala português,
além de desdenhar do estudo e dos livros.
Um acredita no cumprimento das leis; outro acredita estar acima delas.
Um acredita no cumprimento das leis; outro acredita estar acima delas.
Um representa o cidadão que ascende por
mérito; outro acredita no jeitinho, na saliva, na malandragem mais vagabunda,
agindo como certos animais que mimetizam outros, para usufruir do trabalho
alheio.
O malandro acreditou que havia domesticado o primeiro, está se dando muito
mal.
Ambos, como todos nós, tiveram mãe analfabeta.
Ambos, como todos nós, tiveram mãe analfabeta.
Trecho de VEJA:
“O menino Joaquim Barbosa nunca se acomodou àquilo que o
destino parecia lhe reservar. Filho de um pedreiro, cresceu ouvindo dos adultos
que nas festas de aniversário de famílias mais abastadas deveria ficar sempre
no fundo do salão. Só comia doces se alguém lhe oferecesse. Na última
quarta-feira, o ministro Joaquim Barbosa, 58 anos, apresentou seu voto sobre um
dos mais marcantes capítulos do julgamento do mensalão — o “last act
(bribery)”, “último ato (suborno)”, como ele anotou em inglês no envelope pardo
que guardava o texto de sua decisão.
“Além do português, Barbosa domina quatro idiomas — inglês,
alemão, italiano e francês. Pouco antes da sessão, o ministro fez uma última
revisão no texto. Cortou algumas citações, acrescentou outras e destacou
trechos. Não alterou em nada a essência da sua convicção, cristalizada depois
de sete anos como relator do processo.
“Durante mais de três horas, Barbosa demoliu a defesa e as
esperanças dos petistas José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares, mostrando
como eles usaram dinheiro desviado dos cofres públicos para subornar
parlamentares e comprar o apoio de partidos políticos ao governo Lula.
“ Exaurido pela dor nas costas que o martiriza há anos, o
ministro anunciou seu “last act” no mesmo tom monocórdio com que discorreu
sobre as provas: condenou por crime de corrupção ativa Dirceu, Genoino e
Delúbio, que formavam a cúpula do Partido dos Trabalhadores (PT). Dois
ministros acompanharam o relator e um aceitou em parte as teses da defesa. A
votação continua nesta semana, quando os seis ministros restantes vão revelar
suas decisões, mas o Supremo Tribunal Federal, o STF, já consolidou perante os
brasileiros o conceito — sem o qual uma nação não se sustenta — de que a
Justiça funciona também para os ricos e poderosos.
LEIA O TEXTO COMPLETO NA VEJA
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