VOGUE: FEBRUARY 2011 |
O governo da Síria tenta manter a ordem em meio ao caos, mas creio que o tempo de Bashar al-Assad está terminando. Antes de março de 2011, quando as revoltas contra a economia e a dureza do regime, começaram, na onda do que, penso, equivocadamente, a imprensa internacional chamou de Primavera Árabe, a Síria, mesmo ditatorial, conseguiu fazer relações públicas internacionais, por meio da imagem da bela Asma al-Assad, esposa do ditador.
Todas as mais refinadas e caras revistas ocidentais fizeram matéria sobre a jovialidade, a elegância, a beleza e a cultura da primeira-dama síria, que chegou a ser chama de Rosa do Deserto. No Brasil, quando esteve por aqui, foi tratada como princesa (não me espanto disso num país em que uma população foi educada como súditos dos senhores que governam), todos falando de Asma, ninguém se importando com o povo sírio e a ditadura de Assad.
Especialmente no Brasil, onde a grande imprensa parece estar a serviço da esquerda e do governo de plantão, pois é domesticada e já não sabe fazer perguntas que incomodem, ninguém lembrou, em 2007,
que Asma era esposa de Assad, ditador da Síria, com o apoio do Partido Baath, com o qual o PT fez acordos em 2007 (ver PDF).
O Partido Baath, dito socialista, é um partido de tendência nacional socialista (mergulhado na visão pan-arabista), visceralmente contra Israel, com raízes não tão remotas da mesma árvore que gerou o nazismo, o nacional socialismo alemão. Quem quiser saber mais sobre o assunto pesquise sobre a divisão SS formada por islâmicos na Segunda Guerra Mundial, a Handshar Division e sua história.
17 MESES DE LUTA, 17 MIL MORTOS
Descuidei um pouco de comentar a situação Síria, por falta de tempo. Mas a situação por lá não muda, isto é, a Otan, comandada por Barck Obama Hussein, ainda não resolveu inteferir como fez no caso Líbio. E olhem que quando a Otan entrou na guerra-civil líbia as mortes eram pouco mais que mil.
Não que mil mortes seja um número pequeno. Mas 17 mil mortes ainda não comoveram Obama a tomar uma decisão. Ele deve estar pensando "deixe que os sírios se entendam". Por que Obama não interfere na Síria? A Líbia era dominada pelo cachorro-louco Muamar Kadafi, amaldiçoado por todos os lados, do Ocidente ao mundo islâmico (ele era independente demais do Irã, por exemplo).
Já Bashar al-Assad é aliado histórico da Rússia e da China, fornecedores de armas. provocar os dois é mais complicado. A situação na Síria também é complicada. A quem interessa a queda de Assad? Ele, apesar de tudo, mantém a estabilidade ao longo do tempo, entre diversas correntes religiosas.
Se fanáticos religiosos assumem o poder, o caso se instala pior ainda do que está no país. Como a ONU e a Otan pressionam um pouco Assad e seus aliados, a Rússia tem atrasado a entrega de armas, ao menos oficialmente. A Síria havia comprado mais de 30 caças Yak 130, mas até agora não foram entregues pelos russos.
Desse modo, a situação se complica para Assad, pois diminuir o seu poder de fogo, enquanto os rebeldes que não são simples civis desarmados) podem estar recebendo ajuda dos americanos ou dos islâmicos radicais, ou de ambas as partes, uma vez que os rebeldes não são unidos e nem tem a mesma origem, como também aconteceu na Líbia.
Em suma, as mortes continuam ocorrendo. O governo diz que aluta já matou mais de 4 300 soldados leais ao governo, além de quase 900 desertores das forças armadas. Por outro lado, entidade de direitos humanos dizem que já morreram mais de 11.800 civis. Isso significa que a Síria já perdeu mais de 17 mil sírios, não importando o lado em que estivessem. E, o pior, a maior parte dos mortos é vítima do tiroteio, civis realmente desarmados em meio ao fogo cruzado, ou mortos sob o bombardeio a cidades rebeldes como Homs.
Para lembrar:
1. A Síria tem 19.700.000 habitantes, a Líbia 6.200.000.
2. A imprensa sempre lembra que Assad é ditador, mas se esquece de mencionar o Partido Baath, como se este nada tivesse que ver com a situação que ocorre na Síria.
VÍDEO PEDE QUE ASMA INTERFIRA E PARE O BANHO DE SANGUE
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