"MATARAM VANESSA E FORAM EMBORA RINDO" |
Mataram Vanessa como se praticassem paintball. Mataram
Vanessa como se jogassem um vídeo-game qualquer. Basta puxar o gatilho e o jogo
está dominado. Mataram Vanessa porque este é um país já quase sem respeito à Lei
e, por conseqüência, sem respeito à vida.
Mataram Vanessa porque sabem que as
pessoas comuns, os cidadãos de bem, os pagadores de impostos, estão sós,
desarmados, desamparados e sem defensores à altura. O Brasil é, hoje, um país
vergonhoso.
A morte é uma constante no tempo. Sabemos disso. Não costumamos
pensar muito na morte porque estamos vivos e pensamos no futuro. Ninguém
deveria ser obrigado a pensar na morte. Ela chegará um dia. Pronto. Acabado. Não
discuto se há um depois da morte. Um depois metafísico. Essa é outra história.
Mas é um absurdo que vivamos em um pais onde a morte nos
ronda com uma frequência aterradora, quase planejada. É um absurdo que não possamos
viver tranqüilos a vida que temos, desfrutando momentos simples, ou não, mas em
paz. É normal morrer num acidente, por uma doença incurável, até por azar.
Mas, mesmo assim, deveríamos ter o direito - e a nossa
constituição é tão cheia de direitos - de andar com tranqüilidade pelas nossas
ruas, curtindo a vida. Já escrevi aqui, antes, que as parcas parecem ter
descoberto o Brasil.
Quando jovens perguntarem sobre profissões rentáveis,
respondam sem pestanejar: agente funerário.
O que há demais em sair, namorar, ir ao cinema, jantar com
os amigos? Nada. Viver, simplesmente. Mas o Brasil está se transformando em um pais
de cínicos, de bandidos, de gente sem sentimento. Isso decorre da certeza da
impunidade e da falta de valores.
A falta de valores que exaltem a vida, a solidariedade, as
leis, o trabalho, está construindo um pais sombrio, muito diferente daquelas
estatísticas frias - e mentirosas - mostradas pelos governos que nos conduzem.
Não adianta atribuir a violência que verificamos todos os
dias à pobreza, à desigualdade social, ao capitalismo, à direita, aos reacionários,
etc. Não. Essa violência, essa sensação de impunidade nasce do abandono dos
valores cristãos, da justificativa da prática da maldade em nome de justiça
social. Essa violência nasce da filosofia de que os fins justificam os meios.
Se alguém não tem
alguma coisa, é só tomar de seu vizinho. Essa filosofia leva ao caos. O caos é
o território preferido pela esquerda para dominar o cenário.
Uma das coisas que mais me deixaram chocado, no caso da
pobre estudante universitária Vanessa Ferreira Carobene, de 21 anos de idade, foi
um detalhe da fala do pai da moça, Gilberto Carobene.
Não sei se ele percebeu o horror do que disse. Não pelo fato
de tê-lo dito, mas pelo fato de que o que disse mostra, absolutamente de forma
verdadeira o que expus acima.
Gilberto Carbone disse o seguinte: “Vi dois rapazes, um de
jaqueta branca e outro de camisa preta, indo embora e rindo. Achei que tinham
soltado bomba. Logo depois, vieram nos chamar para ir ao hospital". Foram embora rindo, os palhaços. Foram embora rindo, os delinqüentes.
Foram embora rindo, os assassinos.
Tenho uma filha de 18 anos de idade. Dezoito longos anos de
amor e sacrifício para criá-la. Outro dia foi assaltada na rua, perto de casa,
por um sujeito portando um revólver.
Graças a Deus por ela haver chegado viva em casa. Que Deus
olhe pela famíla de Vanessa.
Foram embora rindo!
GUTENBERG J.
DO UOL:
“Uma estudante de administração de empresas de 21 anos morreu
baleada em frente à casa dela, às 21h de sábado, no Alto da Lapa (zona oeste de
SP). A polícia suspeita que a jovem tenha sido vítima de latrocínio (roubo
seguido de morte). A família de Vanessa Ferreira Carobene conta que a estudante
iria jantar com o namorado, que estacionou um Citroën C3 na frente da casa
dela, na rua Dalton. Vanessa suspeitou de dois homens que se aproximavam.
Os vidros do carro do namorado de Vanessa, com películas
escuras, estavam fechados. De acordo com a família, o jovem, de 22 anos, se
preparava para sair quando um dos suspeitos atirou. A bala quebrou o vidro,
atingiu Vanessa na altura do coração e atravessou o tórax. "Ninguém
anunciou assalto ou pediu 'me dá isso'", diz a aposentada Marisa Ferreira
Carobene, mãe dela. "Ela só gritou e caiu no colo dele", conta o pai,
Gilberto Carobene, motorista.
O pai diz que, assim que ouviu o barulho do tiro, foi à
janela, mas não viu mais o carro do genro na frente de casa. "Vi dois
rapazes, um de jaqueta branca e outro de camisa preta, indo embora e rindo.
Achei que tinham soltado bomba. Logo depois, vieram nos chamar para ir ao
hospital", afirma. Um vigia noturno viu a ação dos criminosos e disse aos
policiais que havia mais três homens. A polícia procura por câmeras que possam
ter gravado o crime.
Assustado com a insegurança, um vizinho de Vanessa contratou
seguranças, ontem mesmo. "Ele nos chamou depois da morte da menina",
diz um dos vigilantes. A família de Vanessa já foi refém de bandidos em casa. O
tenente Tiago Pereira, da companhia da PM que fica no bairro, diz não haver
ocorrências frequentes na rua. "É uma das regiões mais tranquilas de São
Paulo", diz.
Os pais de Vanessa pensam em mudar de casa ou de cidade, diz
a mãe dela. Conforme a Secretaria da Segurança Pública, até agosto, a capital
registrou 71 latrocínios. No mesmo período do ano passado, foram 67
ocorrências. (simei morais)
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