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quinta-feira, 22 de novembro de 2012

RELATOR DA CPI DO CACHOEIRA, ODAIR CUNHA (PT-MG), CEDE A PRESSÕES PARTIDÁRIAS E AVANÇA O SINAL VERMELHO AO INCRIMINAR JORNALISTA DE VEJA INOCENTADO PELA PGR E PELA PF. Enquanto isso, a pizza assa no forno e os que deveriam ser investigados ficam nos bastidores.


Leio na edição número dois da Revista de Jornalismo da ESPM (edição brasileira da Columbia Journalism Review) excelente matéria sobre assassinatos de jornalista no Brasil. E isso me fez pensar na absoluta maluquice em que está se transformando o Brasil e o jornalismo brasileiro.

As mortes são lamentáveis, sempre, mas o cerco que se faz, cotidianamente, ao exercício profissional, a partir de instituições governamentais e partidos políticos, para os quais a imprensa é, sempre, a culpada pelos males do Pais, é muitíssimo mais preocupante, pois evidencia que a liberdade de expressão, garantida constitucionalmente corre graves riscos.

Além das constantes ameaças dos petistas de alto e baixo escalão, contra a liberdade de imprensa, a qual ameaçam com a tal regulação da mídia (um eufemismo petista para censura), há processos, financiamento de jornais que dobram os joelhos e vergam a coluna para o Poder, e  agora a incrível, absolutamente absurda peça que constitui o relatório produzido por Odair Cunha (PT-MG), da CPI do Cachoeira, pedindo, contra todas as informações e levantamentos feitos, o indiciamento de um jornalista que apenas trabalhou dentro das regras do bom jornalismo e da ética: Policarpo Quaresma, diretor da Sucursal de Brasília, de VEJA.

No Brasil, pelo que se vislumbra no relatório de Cunha, a cunha de censura, a cunha demolidora das liberdades de imprensa e expressão age devido à pressão dos que só gostam de tais liberdades quando a seu favor. Um dos poucos jornalistas dedicados à investigação jornalística é colocado na posição de ser culpado por trabalhar bem!

Não à toa o jornalista Reinaldo Azevedo, em seu blog, afirma “Há quem não tenha se dado conta da gravidade dos atos praticados pelo deputado Odair Cunha (PT-MG), relator da CPI do Cachoeira. Seu relatório tem mais importância do que parece. Ele revela a vocação do PT para construir, se não for devidamente enfrentado, um estado policial no país. Não estou exagerando, não! Ao contrário! Estou dando à coisa o nome que ela tem. Se as palavras, os conceitos e a instituições fazem sentido, então é isto mesmo: os petistas, se julgarem necessário, transformam instâncias do estado em instrumento de perseguição dos adversários.”

E mais: “Os próprios parlamentares da base do governo — os não petistas — deram sinais claros de descontentamento com o texto, e Odair Cunha já admite revê-lo: “É uma tentativa de constrangimento de quem faz jornalismo investigativo. Tem caráter de vingança. A fiscalização do desempenho das autoridades é feita por diversas entidades públicas, mas é a imprensa que tem feito denúncias. Este relatório não tem como ser consertado”, afirmou, por exemplo, o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ).

..."Que coisa! A direção do PT emitiu há dias uma longa nota atacando o STF e a condenação dos mensaleiros. Todos os réus tiveram amplo direito de defesa. Para os petistas, mesmo assim, assistimos à ação de um tribunal discricionário. Cunha não apresenta em seu relatório um único fato, um indício miserável que seja, que deponha contra o jornalista da VEJA. E não apresentou porque não há. Mesmo assim, o relator propõe o seu indiciamento. E aproveita a oportunidade para dar algumas aulas sobre o que considera bom jornalismo: parece ser aquele em que os petistas sempre se dão bem…

Cunha adota prática mensaleira

Cunha, à sua maneira, tornou-se também um “mensaleiro”. Explico-me. Os quadrilheiros — como restou fartamente demonstrado pela CPI dos Correios, pelo Ministério Público e pelo STF — assaltaram os cofres públicos em benefício de um projeto de poder. O relator da CPI resolveu assaltar a institucionalidade em proveito desse mesmo projeto.

Odair Cunha, quem diria?, já fez história. E que história!” (Reinaldo Azevedo).

GJ.

A SEGUIR, A NOTA DE VEJA SOBRE O ABSURDO RELATÓRIO DE ODAIR CUNHA        


Nota de esclarecimento da revista VEJA

Ao pedir o indiciamento do jornalista de VEJA Policarpo Júnior, o relator Odair Cunha, do PT de Minas Gerais, não conseguiu esconder sua submissão às pressões da ala radical de seu partido que, desde a concepção da CPI, objetivava atingir a credibilidade da imprensa livre por seus profissionais terem tido um papel crucial na revelação do escândalo do “Mensalão” –  o maior e mais ousado arranjo de corrupção da história oficial brasileira.

Com a punição exemplar pelo Supremo Tribunal Federal (STF) dos réus petistas integrantes do esquema do Mensalão, sobrou a seus sequazes instrumentalizar o relator da CPI e usá-lo para tentar desqualificar o exemplar e meritório trabalho jornalístico de Policarpo Júnior, diretor da sucursal de Brasília e um dos redatores-chefes da revista VEJA, profissional dono de uma história invejável de serviços prestados aos brasileiros.

Em seu afã de servir de instrumento de revanche contra o jornalista que mais destacadamente ajudou a desnudar os crimes dos petistas no Mensalão, o relator recorreu a expedientes condenáveis. O mais grave deles foi suprimir do relatório a mais límpida evidência da conduta absolutamente correta do jornalista de VEJA. Odair Cunha desprezou o exaustivo trabalho dos integrantes do Ministério Público e da Polícia Federal encarregados das investigações e das escutas legais feitas no contexto das operações em que o jornalista de VEJA é citado.

O relatório de Odair Cunha omitiu os depoimentos à CPI dos delegados da Polícia Federal Matheus Mella Rodrigues e Raul de Souza e dos procuradores da República Daniel Rezende e Léa Batista Salgado, encarregados das investigações. Todos eles, sem exceção, foram enfáticos em descrever as conversas do jornalista de VEJA com Carlos Cachoeira como relação entre repórter e fonte.

Ouvido pela comissão no dia 8 de maio, o delegado federal Raul Souza afirmou: “Não há indícios de que o relacionamento tenha ultrapassado a relação entre jornalista e fonte”. Integrantes da CPI perguntaram repetidamente e sem rodeios ao delegado Mella Rodrigues se Policarpo Júnior praticou ou participou de algum crime. A resposta do policial foi sempre a mesma: “Não”.

Os procuradores também reafirmaram que, nas investigações, ficou evidente que os contatos entre o jornalista e o contraventor nunca ultrapassaram “os limites do trabalho de um repórter em busca de informações”. As razões pelas quais Odair Cunha suprimiu essa prova irrefutável de inocência de seu relatório ainda precisam ser devidamente esclarecidas

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