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sexta-feira, 23 de novembro de 2012

PF INDICIA A CHEFE DE GABINETE DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA EM SP, ROSEMARY NÓVOA, POR CORRUPÇÃO ATIVA E PASSIVA. Ela usava o nome de Lula para fazer tráfico de influência, conforme as escutas da PF. Foi nomeada por Lula em 2005 e por 12 anos assessorou José Dirceu. Leia matéria da Veja a respeito.



Enquanto a Polícia Federal desencadeia a operação Porto Seguro, que investiga corrupção ativa, passiva e formação de quadrilha por funcionários federais, o silêncio paira sobre o Planalto Central.

A presidente Dilma Rousseff teve reuniões ontem (23) com o ministro Eduardo Cardozo, da Justiça, e o com Advogado Geral da União (AGU), Luis Inácio Adams, para avaliar o tamanho do estrago. A coisa pode ser bastante séria, tal a quantidade de pessoas envolvidas.

E de tal modo as coisas chegaram às portas da Presidência da República e na AGU.

Rosemary Nóvoa era figura freqüente nas viagens internacionais de Lula, e um dos outros suspeitos investigados, é José Weber Holanda Alves, que é ninguém menos que o segundo na hierarquia da AGU, praticamente o braço direito de Luis Inácio Adams.

A coisa parece ser, de fato, uma quadrilha encastelada junto às verdadeiras portas do Poder central. Sabe-se lá quanta experiência Rosemary acumulou ao longo de tantos anos, e ao lado de pessoas tão experientes como Lula e José Dirceu. 

Só a Polícia Federal será capaz de nos dizer, se o processo não for, de ora em diante, transformado em segredo de sete chaves, segredo de Estado, como os milionários gastos com os cartões corporativos da Presidência da República o foram, há alguns anos.

E daquelas despesas Rosemary também sabia algo, pois era uma das beneficiárias dos cartões liberados para aquela farra com dinheiro público.

Em 16 de agosto de 2010 a Folha de São Paulo publicou matéria sobre as suspeitas de tráfico de influência de Rosemary Nóvoa, chamada de Rose, que à época era Chefe de Gabinete de Lula em São Paulo. Dois anos após, de árduo trabalho de investigação, parece que as coisas não eram apenas suspeitas infundadas.

Dilma Roussef ainda não fez qualquer referência oficial ao caso. Lula mantém o silêncio de sempre, nunca sabe de nada. E José Dirceu, talvez junto com os textos esculhambando a Justiça Brasileira, desta vez escreva algo sobre Rose, de quem foi chefe por doze longos anos. Ele deve ter percebido a sua existência. 

GJ

FOLHA DE SÃO PAULO DE 16 DE AGOSTO DE 2010.
LULA ERA PRESIDENTE, JÁ HAVIA A DESCONFIANÇA SOBRE ROSE.

Leia, a seguir, matéria da Revista Veja sobre a ação da PF: (23/11/2012)

Por Laura Diniz, na VEJA.com:

A chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Nóvoa de Noronha, usava o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para fazer tráfico de influência, indicam escutas telefônicas feitas pela Polícia Federal. Rosemary foi indiciada nesta sexta-feira por corrupção ativa e passiva. A investigação da PF começou há mais de um ano. Rosemary foi flagrada negociando suborno em dinheiro e favores, como uma viagem de cruzeiro (que ela depois reclamou não ser luxuoso o suficiente) e até uma cirurgia plástica. Na última conversa dela gravada antes da deflagração da operação, a ex-assistente de Lula pediu 650 000 reais pelos serviços prestados.

Segundo a investigação, o papel dela era fazer a ponte entre empresas que queriam comprar pareceres fraudulentos de órgãos do governo e as pessoas do governo que poderiam viabilizar a emissão dos documentos. Rosemary foi nomeada por Lula para esse cargo em 2005 e, desde então, esteve muito próxima ao petista. O fato de assessorar o ex-presidente fez com que ela própria se tornasse uma pessoa politicamente articulada. Assim, foi capaz de influir na nomeação de homens do alto escalão de agências do governo, como os irmãos Paulo Rodrigues Vieira, diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), e Rubens Carlos Vieira, diretor de Infraestrutura Aeroportuária da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), ambos presos hoje pela PF.

Rose, como é conhecida, era presença constante nas comitivas presidenciais ao lado de Lula. Também foi assessora do ex-ministro José Dirceu por 12 anos antes de trabalhar diretamente com Lula. Em 2006, o nome de Rosemary constava de uma lista de 65 servidores que efetuaram saques a título de pagamento de despesas da Presidência da República por meio de cartões corporativos. Na época, havia registros de saques no valor de 2 100 reais no cartão dela. Deputados de oposição tentaram aprovar sua convocação para prestar esclarecimentos à CPI que investigou a farra dos cartões corporativos, mas aliados do Planalto conseguiram barrar o pedido.

A operação da PF, chamada de Porto Seguro, atingiu mais de 40 pessoas, entre elas o número dois da Advocacia-Geral da União, José Weber Holanda Alves. Na sede da AGU, foram recolhidos documentos na sala de um alto assessor do órgão. Procedimento interno de apuração foi aberto por determinação do advogado-geral Luís Inácio Adams para investigar a participação de servidores da autarquia no esquema criminoso.

Investigação
As investigações policiais levaram à desarticulação de uma quadrilha que, infiltrada em órgãos da administração pública federal, negociava a redação de pareceres técnicos fraudulentos para beneficiar interesses privados e praticava tráfico de influência.

Os investigados na operação responderão pelos crimes de formação de quadrilha, tráfico de influência, violação de sigilo funcional, falsidade ideológica, falsificação de documento particular, corrupção ativa e passiva. As penas variam de dois a 12 anos de prisão.

Segundo o superintendente da PF de São Paulo, Roberto Ciciliati Troncon, os mandatos eram de prisão preventiva e temporária. Além dos dois servidores da ANA e da Anac, foram presos três advogados e um empresário – todos de São Paulo. O papel dos irmãos Paulo Rodrigues Vieira e Rubens Carlos Vieira era encontrar funcionários dentro dos órgãos para produzir os laudos fraudulentos, que facilitavam processos das empresas. Já os advogados e o empresário faziam a ponte com o setor privado, oferecendo a facilitação nos procedimentos.

“É possível que haja funcionários de outros órgãos e localidades envolvidos, mas até agora se identificou que toda a interação da quadrilha acontecia no estado de São Paulo”, disse Troncon. Segundo o superintendente, foi investigada a atuação da quadrilha na Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), no Ministério da Educação e no Tribunal de Contas da União (TCU) – além de Anac, ANA e AGU.

Segundo Troncon, a operação será concluída em 60 dias. A próxima fase será pedir a autorização da Justiça para o compartilhamento das provas da investigação com as corregedorias dos órgãos envolvidos para que possam aplicar suas medidas administrativas. O superintendente informou que os servidores agiam por conta própria e que não houve conivência dos órgãos, que ajudaram nas investigações.

Delação
Participaram da operação em São Paulo e Brasília 180 policiais. A quadrilha foi descoberta graças a um servidor do Tribunal de Contas da União (TCU) que foi cooptado pelo esquema com a oferta de receber 300 000 reais para produzir um laudo falso. “Ele chegou a receber a primeira parcela de 100 000 reais e fez o laudo, mas se arrependeu, devolveu o dinheiro e denunciou o esquema”, contou Troncon.

VEJA/Reinaldo Azevedo:
Folha S Paulo

http://www1.folha.uol.com.br/poder/783573-faz-tudo-de-lula-em-sao-paulo-influencia-nomeacoes.shtml

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