Apesar das altas instâncias do PT tentarem desqualificar
Rosemary Nóvoa de Noronha, diminuindo a importância de suas relações com áreas
do poder político, parece que esse joguinho, que utiliza parte da imprensa que
esqueceu sua missão original, e trabalha a favor dos interesses partidários,
ou do governo, nada disso deu certo.
Lula não fala nada sobre o assunto, que realmente provocou
um terremoto em Brasília, apenas disse duas coisas, bem ao estilo de Lula: uma,
“fui apunhalado”, aquele típico não sei de nada que ele passou os dois governos
repetindo, a cada vez que escândalos envolvendo petistas e aliados próximos
surgiram.
A outra, mais surpreendente, quando lhe perguntaram em Berlim, esta
semana, sobre a Operação Porto Seguro, foi a resposta: “não fiquei surpreso”.
Resposta meio enigmática. Sabia o que? Da Operação? Das
aventuras de Rose? Se sabia da operação resultou que Rose foi frita. Se sabia
das aventuras de Rose, bem, aí precisamos saber desde quando. Esse é trabalho
da Polícia Federal.
Do Estadão:
A Polícia Federal decidiu indiciar Rosemary Noronha também
pela suspeita do crime de formação de quadrilha. A ex-chefe de gabinete do
escritório da Presidência da República em São Paulo, nomeada para o cargo ainda no governo
Luiz Inácio Lula da Silva, já era investigada por tráfico de influência,
falsidade ideológica e corrupção passiva.
Segundo a Operação Porto Seguro, da PF, ela integrava um esquema de venda de pareceres técnicos de órgãos públicos para empresas privadas.
Segundo a Operação Porto Seguro, da PF, ela integrava um esquema de venda de pareceres técnicos de órgãos públicos para empresas privadas.
O delegado federal Ricardo Hiroshi decidiu incluir o nome de
Rose na lista de suspeitos de formação de quadrilha após analisar a
documentação apreendida no escritório da Presidência em São Paulo no dia em que
a operação foi deflagrada, há duas semanas. E-mails da ex-assessora também
ajudaram os investigadores a firmar convicção de que ela mantinha "uma
relação estável" com outros integrantes do grupo, comandado, segundo a
Polícia Federal, pelo ex-diretor da Agência Nacional de Águas (ANA) Paulo
Vieira.
Nesta semana, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo,
esteve no Congresso para dar explicações sobre a operação. Afirmou aos
parlamentares que não havia "uma quadrilha instalada no seio da Presidência",
justamente pelo fato de Rose não ter sido acusada de integrar o núcleo central
do grupo suspeito.
Demissão. Suspeito de ter beneficiado a empresa Tecondi,
reconhecendo a ela o direito de explorar um terminal de contêineres no Porto de
Santos, o diretor-presidente da Agência de Transportes Aquaviários (Antaq),
Tiago Pereira Lima, pediu demissão ontem. Ele também foi indiciado pela Polícia
Federal sob suspeita de integrar a quadrilha de venda de pareceres de órgãos
públicos a empresas privadas.
Lima encaminhou sua carta ao Planalto pedindo seu
afastamento, mas ela foi direcionada à Secretaria dos Portos. Com a publicação
da regulamentação do setor portuário, a Antaq passa a ser vinculada ao ministro
Leônidas Cristino, que acolheu imediatamente o pedido de demissão. O ex-diretor
da Antaq tem ligações com Paulo Vieira, apontado como chefe do grupo suspeito. (Estadão)
Nenhum comentário:
Postar um comentário