Os petistas são uma imensa usina de auto-ilusão. Imaginam-se
os consertadores do mundo e quase sagrados, especiais, pois não podem ser
julgados pela Justiça dos homens. Mas acreditam que eles, sim, podem julgar a
todos. Desde o início dotados de uma arrogância de crentes fanáticos que se
colocam, sempre, um degrau acima das pessoas comuns.
Tudo isso fica muito claro com a leitura do livro Partido de
Deus, do jornalista Luis Mir, que mostra as raízes que contribuíram para o
surgimento do partido. Uma delas, as mais fortes, na ocasião, foi a influência
da CNBB e uma leitura de esquerda das Escrituras. Assim sendo, surge um
aglomerado decidido a mudar o mundo, crendo-se ungido por Deus.
Para os petistas não servem as leis do Estado de Direito. Precisam
leis especiais, inventadas por eles. Para eles não serve a Ética, é preciso que
eles sejam os donos da Ética. Bem vimos no que acabou essa história.
Sempre cheios de dedos apontados para os adversários, a quem
julgam inimigos, e cheios de dossiês quase sempre fantasiosos com o que ameaçam
carreiras, não querem enquadrar-se no regime democrático, que parece
insuficiente para a sua ambição de Poder.
A prova disso é que quando são pegos com as calças curtas ou
as cuecas cheias de dólares, ou em pilantragens que alguém diria malfeitos de
aloprados, põem-se a gritar contra a imprensa, contra os adversários e, agora,
contra a Justiça.
A imprensa, sempre lembrada de forma positiva por Lula
quando falava de sua importância na sua carreira política, é chutada como cão
vadio, apesar de dobrar-se aos interesses partidários de forma servil e
absurda. Nunca a grande imprensa no Brasil foi tão rastejadora do Poder quanto
hoje. No entanto, os petistas gostam de apontar para a imprensa e ameaçá-la com
a censura, chamada de “controle da mídia”.
Se o mensalão fosse com qualquer outro partido, e os
condenados não fossem os petistas, estes estariam fazendo maior barulho, como
sempre fizeram para massacrar os outros.
Quando a Justiça, após longas
investigações bate às suas portas, protestam, fazem biquinho de criança
manhosa, pirraça, ameaçam chamar a Mamãe ONU e bater o pé. Acham que são
especiais e que tudo o que fazem é certo, mesmo que sejam crimes.
FOTO: Ueslei Marcelino/FuturaPress |
Mesmo que seja um dos mais odiosos crimes, pelas conseqüências
nefastas que é o desvio, o roubo de dinheiro público, a corrupção.
Um dos piores exemplos dos petistas é quererem passar a idéia
ao povo de que os seus condenados são heróis perseguidos e injustiçados. Porque
seriam? Desde quando corrupção e formação de quadrilha por desvio de dinheiro público
deixou de ser crime?
E os petistas confundem quando as pessoas votam em seus
candidatos como se isso fosse aprovação dos métodos usados pela quadrilha. O povo,
infelizmente é mal informado e imediatista, não acompanha de perto os meandros
do poder, mas com o tempo a verdade será amplamente conhecida.
É questão de tempo.
Gutenberg J
Leia matéria do Globo sobre Dirceu estar “conformado” com a idéia
de cadeia.
"Mais conformado com a cadeia, José Dirceu agradece ao PT e a
Nelson Jobim.
Depois que a ampla maioria do Diretório Nacional do PT se
posicionou contra uma proposta de resolução conclamando a militância a ir para
a rua, em uma campanha contra o Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-ministro
José Dirceu disse aos colegas que estava satisfeito com a defesa que o partido
vem fazendo dele e dos companheiros julgados pelo tribunal, no processo do
mensalão. A proposta foi feita por integrante do diretório de Santa Catarina,
mas sequer foi votada.
Ao dizer que era desnecessária a proposta de mobilização da
CUT e dos movimentos sociais, o presidente do PT, Rui Falcão, afirmou que o
ex-presidente Lula divulgará a nota de desagravo já publicada em defesa dos
petistas na Alemanha e na Espanha, onde está em viagem. Segundo
relato de companheiros de Dirceu, ele usou o microfone duas vezes, durante a
reunião do diretório, para dizer que considerava que o partido estava sendo
solidário a ele.
Dirceu afirmou que assumirá sua própria defesa, em
peregrinação pelo país, e não demonstrou, pelo menos em público, contrariedade:
— Estou satisfeito (com a defesa feita pelo PT). Não tenho nada do que
reclamar. Agora, o PT tem que dar continuidade (à defesa como foi feita até
agora) — afirmou Dirceu, segundo presentes. Na noite anterior, já em Brasília
preparando a reunião do diretório, Dirceu participou de um jantar na casa do
deputado Josias Gomes (PT-BA) com cerca de 30 integrantes do partido. Lá, o
ex-ministro disse estar certo de que o STF vai determinar sua prisão antes da
análise dos recursos que serão apresentados pela defesa, após a conclusão do
julgamento.
— Estou tranquilo, vou para a prisão e não vou parar. Não
sou chefe de quadrilha, não comprei nenhum deputado — disse Dirceu, que, na
mesma noite, foi à casa do ex-ministro da Defesa e do STF Nelson Jobim, que
voltou a advogar. Dirceu já tem um roteiro de viagens programadas para Manaus,
Porto Alegre, Cuiabá e Rio Branco. Recentemente, participou de atos políticos
em sua defesa em Guarulhos e Curitiba. Ele foi condenado a 10 anos e 10 meses
de prisão, o que significa regime fechado.
Além de acusar o STF de fazer um julgamento político, a nota
que, segundo Falcão, Lula divulgará na Europa, ataca a “partidarização” do
Judiciário, afirma que o Supremo não garantiu amplo direito de defesa e teria
dado valor de prova a indícios. Dirceu entrou e saiu pela garagem, ontem na
reunião do diretório, sem falar com a imprensa. Apesar de serem membros do
diretório, o ex-presidente do PT José Genoino e o deputado João Paulo Cunha
(SP), também condenados no mensalão, não compareceram" (O GLOBO).
PT transforma corruptos e quadrilheiros em heróis.
"O PT não vai aplicar o Código de Ética para expulsar os réus
do partido condenados no processo do mensalão e avalia que a última palavra
sobre a perda do mandato dos parlamentares cabe à Câmara dos Deputados, e não
ao Supremo Tribunal Federal (STF). No primeiro dia de reunião do Diretório
Nacional do PT, nesta sexta-feira, 7, petistas criticaram o que definiram como
"excessos" do Supremo e cobraram o mesmo julgamento para o
"mensalão mineiro", que atinge o PSDB.
Condenado a dez anos e dez meses de prisão, o ex-ministro
chefe da Casa Civil José Dirceu foi o único dos réus petistas a participar do
encontro. Se o Supremo decidir que cabe à Justiça decretar a cassação, o
ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP) perderá o mandato. Além disso,
o ex-presidente do PT José Genoino, hoje suplente, não poderá assumir a vaga de
deputado federal, em janeiro de 2013. Cunha e Genoino também foram condenados
pelo STF.
"O fato de Dirceu e outros companheiros terem sido
condenados não significa que o PT os esteja condenando", disse a deputada
Benedita da Silva (PT-RJ). Produzido após o escândalo do mensalão e tendo como
um dos redatores o atual ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, o Código de
Ética do partido prevê a expulsão de filiados envolvidos em escândalos de
corrupção e condenados em última instância pela Justiça.
"É ao PT que cabe o direito de defesa dos acusados, com
comprovação das denúncias, porque o Supremo não permitiu isso", criticou
Benedita. "Nós estamos tristes e lamentamos o formato do julgamento por
parte do Supremo, que não levou em conta provas. Houve muito exagero",
disse o deputado André Vargas (PR), secretário de Comunicação do PT. Para
Vargas e Benedita, "não faz sentido" o Supremo decidir sobre a perda
de mandato dos parlamentares. Há divergências sobre o tema entre o relator do
processo, Joaquim Barbosa, e o revisor, Ricardo Lewandowski. Além de Cunha e de
Genoino, hoje suplente, foram condenados os deputados Valdemar Costa Neto
(PR-SP) e Pedro Henry (PP-MT).
"Estamos falando de competência, de quem é eleito para
julgar. Essa é uma decisão política. Quem julga mandatos somos nós, que estamos
no Congresso", insistiu Benedita. Na avaliação do secretário de
Comunicação do PT, 2012 foi um ano de vitórias para o partido - com a conquista
de 612 prefeituras, incluindo na lista São Paulo, o maior colégio eleitoral do
País -, mas também de "dor e dificuldades", por causa do julgamento
do mensalão. "Agora estamos na fase de superação", resumiu
Vargas.(Estadão)
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