O jornal "Financial Times" publicou texto mostrando que
o Brasil começou a ser deslocado para baixo no ranking dos emergentes. Estaríamos perdendo o lugar para o México.
Dilma é rena do nariz vermelho em conto de Natal do 'FT'
Publicação britânica ironiza política econômica brasileira e
coloca México no lugar do Brasil entre emergentes do primeiro time
Dilma Rousseff e Guido Mantega são personagens centrais do conto de fim de ano de um dos blogs do jornal britânico Financial Times
(ilustração com foto de Roberto Stuckert Filho/PR)
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A presidente Dilma Rousseff e o ministro da Fazenda, Guido
Mantega, são personagens centrais do conto de fim de ano de um dos blogs do
jornal britânico Financial Times. No texto do "Beyondbrics', especializado
em mercados emergentes, a presidente brasileira é caracterizada como uma rena,
Roussolph, e Mantega é chamado de Guido, o Elfo.
O conto começa com o Papai Noel avisando a todos que a
equipe do trenó será a mesma do ano passado, com exceção do representante da
América Latina. "Será Peña Nieto (presidente do México), que assume o
lugar de Roussolph", diz.
Ao ouvir a troca, Roussolph, indignada, pergunta para Papai
Noel: "Você não pode me largar. E o meu maravilhoso nariz vermelho
brilhante?" Papai Noel argumenta que esse mesmo nariz vermelho é o
problema, pois crianças não confiam em socialistas. Roussolph questiona, então,
a presença do líder chinês Xi Jinping, que é comunista. "Mas ele diz todas
as coisas certas", retruca o bom velhinho.
Roussolph volta a argumentar. "Mas lembre-se dos meus
chifres. Eles são os sextos maiores do mundo", diz, ao ser interrompida
por David Camerolph, na verdade, o primeiro-ministro britânico, David Cameron.
"Não são mais. É terrivelmente triste, mas esse posto é nosso",
responde Camerolph.
Nesse momento, entra Guido, o Elfo. "Ótima notícia. No
próximo ano, os seus chifres vão crescer um metro", anuncia o ajudante de
Roussolph. "Mas como você sabe?", questiona a chefe. "Eu fiz um
cálculo completo. Tenho a previsão de todos os outros elfos e multipliquei por
dois", afirma.
Resignada, Roussolph diz que Guido é mais persistente que
um investidor em títulos argentinos e pergunta: "Por que não demito
você?" Guido rebate: "Por que a The Economist disse isso a
você?"
Triste com a situação, Roussolph levanta a questão:
"Onde deu tudo errado, o que aconteceu com o brilhante B dos mercados
emergentes, rico em recursos, amado pelos investidores e que finalmente está
superando a corrupção?"
Papai Noel interrompe e pergunta: "Você quer
dizer a Bir...?". Roussolph se irrita: "Não. Não quero dizer a
Birmânia. E a Birmânia vai sediar a Copa do Mundo?"
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Contexto - No início de dezembro, a revista The Economist
dedicou três reportagens à economia brasileira, que recebeu o nada elogioso
adjetivo de “moribunda”. Na reportagem intitulada “Quebra de confiança: Se quer
mesmo um segundo mandato, Dilma Rousseff tem mudar a equipe econômica”, a
revista literalmente “pede a cabeça” de Mantega. “Ela insiste que é tão
pragmática. Se é mesmo, deveria demitir Mantega, cujas previsões exageradamente
otimistas implicaram a perda de confiança dos investidores”, diz. A Economist
acrescenta: “Dilma deve designar uma nova equipe econômica capaz de conquistar
a confiança do mercado.”
A presidente da República rapidamente saiu em defesa do seu
governo. Um dia após reportagem ser publicada, a presidente disse que não
aceitará ser influenciada pela imprensa internacional, em uma referência direta
ao artigo publicado pela revista nesta quinta-feira.
No contra-ataque, Dilma afirmou que a situação econômica da
zona do euro e dos Estados Unidos é muito pior que a brasileira e que, nem por
isso, existe pressão para queda das cúpulas financeiras dos países
desenvolvidos. “Vocês não sabem que a situação deles é pior que a nossa? Pelo
amor de Deus, (é pior) desde 2008. Nenhum banco, como o Lehman Brothers,
quebrou aqui. Nós não temos crise de dívida soberana, nossa relação dívida-PIB
é de 35%, nossa inflação está sob controle. Temos 378 bilhões de dólares de
reserva”, esbravejou.
Na ocasião, a presidente, mostrando clara irritação, ainda
alfinetou a publicação dizendo que "em hipótese alguma o governo
brasileiro, eleito pelo voto direito e secreto do povo brasileiro, vai ser
influenciado pela opinião de uma revista que não seja brasileira”, afirmou.
(com Estadão Conteúdo)
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