Pesquisar este blog

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

A VISITA (que nunca houve) DE KADAFI A BRASÍLIA. OU, O QUE ACONTECE QUANDO UM HOMEM ACREDITA SER UM DEUS. Muamar Kadafi, o homem, sem limites, que nunca esteve em Brasília.


As conversas sobre os bastidores da política, em Brasília, serviriam para uma bela e assustadora obra sobre o que há de pior relativo à ação e ao caráter humanos. Corrupção, chantagens, dossiês com informações verdadeiras, verdades incompletas, e mentiras completas. Extorsões, gravações e filmagens legais e ilegais. E tudo isso sempre usado por alguém para obter vantagens nos negócios, geralmente escusos, na carreira política, na rotina burocrática.

Estou imaginando isso tudo? Não, apenas fazendo um apanhado do que li sobre o que acontece na Capital nos últimos 25 anos. Mas há o que não foi escrito. Há o que muitos comentam, entre um café e outro, há as fofocas, os boatos, as iscas lançadas para tentar recolher algo de útil.

Há pessoas honestas, sim, mas a política em Brasília, capital do Pais, é em geral para quem tem estômago forte e nenhum escrúpulo. Os leitores vêem como bancadas inteiras são manipuladas, como marionetes, para prejudicar este, proteger aquele, tudo, de fato, sem qualquer vinculação com o propósito de que seja feita justiça e surja a verdade sobre alguma coisa.

Penso que quando alguns deputados e senadores falam em bem do País, interesse público, povo, nem sabem de que estão falando. Falam apenas de seus próprios interesses. Basta reparar que os ministérios são como fazendas criadas para que partidos administrem seus interesses. Funcionam, também, para suas finalidades de Estado e governo, mas servem demais às desavergonhadas barganhas partidárias. Toma lá, dá cá. Quem apóia quem, quem fica com qual ministério?    

BALCÃO DE NEGÓCIOS

É lugar comum ouvir milhares de vezes “Brasília é um balcão de negócios”.     
O noticiário indica que é mesmo. Mas os políticos não devem levar a fama ou o troféu sozinhos. Os empresários, que deveriam  andar com as próprias pernas, acostumaram-se neste Brasil feudal e de interesses corporativos, aprenderam a mamar dinheiro público com uma avidez nunca vista.

Sempre aprendi que empresários são homens da livre iniciativa (hoje chamada eufemisticamente de empreendedorismo), que arriscam seu próprio capital para a obtenção de lucro, o que não é imoral e pode não ser ilegal.

Mas não,  no Brasil, com dinheiro público agregado fartamente ao capital privado o sujeito enriquece, os lucros são reaplicados aqui ou fora. Os prejuízos repartidos com o contribuinte, religiosamente.

Há empresas gigantescas, pesos-pesados, que já aprenderam a andar sozinhas há décadas, mas ainda penduradas nas tetas do BNDES, mamando dinheiro público que terá um retorno duvidoso, e fazendo cocô nas fraldas.

As fraldas sujas,  como vemos no noticiário, ficam por conta da lavanderia pública, com o contribuinte pagando a conta, o eleitor idiotizado. E isso gera milhões em propinas, corrupção ativa e passiva, desvios, um mundo subterrâneo quase impossível de ser investigado. 

Vejam no que deu a CPI do Cachoeira. O que aconteceu com as investigações que deveriam colocar os faróis sobre uma empresa chamada Delta?  

OS MEIOS E OS FINS

Além de que num pais como o nosso, em que há restos do feudalismo, dos senhores regionais, das famílias dotadas de privilégios especiais que tudo podem, antigas, aristocráticas, ou novarricas, ainda tivemos o azar do espalhamento, pelos quatro cantos, da visão de esquerda de que os fins justificam os meios.

Isto é, um partido que acredite ter a visão esquerdista da salvação, sendo ele mesmo o salvador geral (claro), pode fazer qualquer coisa, mas qualquer coisa mesmo, para chegar ao seu objetivo, supostamente o objetivo do bem geral. Dentro dessa lógica imoral não há qualquer limite para a ação, até matar é válido. A História do Século XX está repleta de exemplos.

Além disso, o que cria a tolerância para com os piores tipos de crimes e práticas, em nome de um futuro nebuloso, vendido com o nome de esperança, também as pessoas que participam de tais processos acabam seduzidas pela facilidade com que o dinheiro chega e cresce a cada instante. Um telefonema e nos transformamos em Midas, o rei mitológico que transformava tudo em ouro com seu toque mágico. Um bilhete, um email, uma ligação e pronto: ouro à vista.

Se tais pessoas acreditavam servir a uma causa partidária, que justificava os verdadeiros assaltos em nome do bem nebuloso, agora, uma vez em meio a muito dinheiro ilegal, começam a assaltar o que seria destinado ao partido. Cada um quer uma fatia do bolo.

Ladrões que roubam ladrões. Creio que o noticiário recente, desde a morte do então prefeito Celso Daniel (PT) dá uma boa mostra de como funciona o esquema em geral. Pelo que dizem os promotores de SP, enquanto os desvios eram para o partido tudo bem, mas quando alguns começaram a pegar dinheiro para engordar suas próprias contas pessoais,  aí a coisa teria ficado feia. Dupla moral: roubar é feio, quando para si; roubar para o partido que se julga superior não.    

Mas há envolvidos com esse tipo de barbaridade em todos os recantos do Pais. Uns cinicamente justificando a podridão por o seu partido ser supostamente superior aos demais. A corrupção está entranhada na cultura nacional. O jeitinho brasileiro, um sinal aparente de esperteza, pode explicar muito bem tudo isso.

Outros, que não podem ostentar tal pedigree, mergulham na roubalheira por vontade mesmo de encher as burras e tirar proveito da viúva (cofres públicos)  e dos empresários interessados em explorar a viúva, como os prestadoras de serviço que vivem gerando escândalos e investigações pela policia e promotoria, empresas de transporte e de coleta de lixo,  por exemplo. De onde surge muito dinheiro para as campanhas políticas.

Leiam com a devida atenção o noticiário sobre o julgamento do Mensalão e as reações do PT e dos corruptos envolvidos e chegarão à conclusão de que os condenados estão sendo perseguidos pelos ministros maldosos. A inversão é absoluta. Os ministros do Mal, aliados à imprensa do Mal, estariam perseguindo inocentes agente do bem geral. Tudo não se explica pela ótica do meios e  os fins? Se houve crime, eram apenas malfeitos, pelo bem comum.   

MUAMAR KADAFI: HOMEM-DEUS LÍBIO
ESTE HOMEM-DEUS NUNCA ESTEVE NO BRASIL. 

KADAFI E O SEXO SEM LIMITES

Escrevo sobre Brasília e os nada recomendáveis costumes políticos brasileiros para levar a história até o exemplo da Líbia de Muamar Kadafi, um Estado sob o domínio de um tirano supostamente salvador de seu povo. Ele conduziria a Líbia à glória eterna, o libertador das mulheres de seu pais! Palhaço histriônico!

Se pensamos que a política pode terminar no modelo de corrupção tradicional do Brasil, dentro das coordenadas de uma República democrática e do Estado de Direito, com simples (!) avanço sobre os cofres públicos e negociatas de contratos, estamos enganados; na Líbia um louco perverso como Kadafi mostrou até onde pode ir a ação humana, diante de uma população que finge não ver o que está acontecendo.

Para os libios, desde que as loucuras de Kadafi não alterassem a renda da família para menos, e nem interferisse diretamente na família do cidadão (roubando a sua filha), estava tudo muito ótimo muito bom. A Líbia é um pais conservador islâmico e ninguém estava mesmo interessado nessas lorotas de libertação feminina. Apenas as pobres mulheres, é claro.

A jornalista francesa Annick Cojean escreveu um livro (O Harém de Kadafi) absolutamente assustador sobre a Líbia e os procedimentos de um homem sem nenhum limite. O coronel Muamar Kadafi, em décadas de sua revolução,  escravizou milhares de mulheres, as humilhou, as apresentou a todos os vícios: as fez fumar tabaco, tomar bebidas alcoólicas, usar cocaína, a “estudar” filmes pornográficos para praticar as lições com ele!, o chamado “paizinho”.

Mandava seqüestrar as garotas, algumas com 15 anos, ou menos, as roubava de sua famílias e estuprava. Gostava de ver sangue. Filmava muitas das suas performances e usava as gravações como chantagem, e para conseguir o que quisesse.

Mas Kadafi foi além, também estuprou soldados, comandantes do Exército, políticos, atores, libios e estrangeiros, diplomatas. Cojean, pela pesquisa realizada para a produção do livro mostra que Muamar Kadafi não conhecia limites e tinha dinheiro, muito dinheiro do petróleo. Corrompia com presentes milionários e com a pressão da chantagem dos filmes que gravava sodomizando homens de quem pudesse necessitar apoio futuro. Até generais foram estuprados por Kadafi.

Fico imaginando o que, em um núcleo de poder, num grupo muito próximo e unido pode ter acontecido, um dia. As histórias envolvendo Muamar Kadafi mostram a loucura total e a suprema degradação a que chega um sujeito poderoso, cercado por aproveitadores e puxa-sacos, que pensa ser um tipo de deus.

Muamar Kadafi morreu como viveu, após fazer sofrer milhares de famílias, mulheres, e a população em geral, foi assassinado. Não sem antes ter sido sodomizado por um cano metálico usado por um soldado rebelde.

Morreu como viveu, transpirando sexo por todos os poros.   

Será que esta é uma história que cabe apenas na Líbia? 

GUTENBERG J.

MUAMARKADAFI:

http://2.bp.blogspot.com/-Mn2PvAIYDo/TWK4alYn9cI/AAAAAAAAAIM/YTypeGYi3xM/s1600/LEB_DS.jpg


Nenhum comentário:

Postar um comentário