O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e o
presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), aliados de longa data (nunca fique
surpreso com a política no Brasil), resolveram desqualificar as denúncias (que precisam ser
investigadas pelo Ministério Público) feitas por Marcos Valério contra Lula. Valério
disse, entre outras coisas, que abasteceu as despesas pessoais (familiares) de
Lula com recursos financeiros do Valérioduto, em 2003.
Bem, sobre Sarney não é preciso dizer mais nada, pois tudo o
que poderia ter sido dito já o foi pelo próprio Lula que, depois, num ataque de esquecimento, aliou-se ao demônio que hoje é fundamental na
chamada “base aliada”. Talvez Sarney tenha lido Goethe (Fausto), Lula não lê,
de modo algum, os livros o deixam com soninho.
Mas, com certeza, um dos dois fez um pacto com
o demo.
Leio que José Sarney (PMDB-AP), tentou desqualificar as
revelações de Marcos Valério: “O senhor que disse não tem autoridade para falar
sobre o presidente Lula, que é um
patrimônio do país, da história do país, por toda sua vida, por tudo que ele
tem feito”.
Com isso ele declara Lula um tipo de santo, um deus, como
quis Marta Suplicy, imune à maldade, ou às leis. Mesmo na mitologia grega deuses
traquinas eram castigados por Zeus. Ou Lula é Zeus? Então um patrimônio do País
(meu é que não é e nem nunca foi) te carta branca, passaporte especial e
carregar maldades na sua mala diplomática? (perguntem à tal Rose). E o próprio Sarney também talvez se acha tão acima das leis como pensa que Lula está.
O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS) também pegou o
mesmo atalho: “Dar ouvidos a esse cidadão agora nesse momento seria dar ouvidos
a um criminoso”, disse. “Insistir nessa tecla é tentar manter vivo um tema que
já foi superado, que já foi discutido à exaustão pelo Brasil, pelo país, pela
Câmara, pelo Senado, pelo STF, enfim, por todas as instâncias”.
Em primeiro lugar, se um criminoso não pudesse falar mais
nada, porque Maia e o comando do PT dão tanto ouvidos a José Dirceu? Em
segundo, o tema não foi superado. O que já foi quase superado –ainda falta o
STF cassar os deputados mensaleiros corruptos- foi o caso Mensalão, na sua fase
STF.
Mas bem que o teor das denúncias de Valério pode provocar um
outro início, agora com Lula como investigado central, não mais no STF, mas nas
instâncias iniciais da Justiça, uma vez que Lula agora é um “ex”, e um “ex” não
tem foro especial.
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