A maior mentira, diriam alguns, a mãe de todas as mentiras
que circulam por aí sobre os terroristas dos anos 70, é a de que eles pegaram
em armas para derrubar a ditadura militar e foram paladinos da democracia, heróis
dos brasileiros. Isso não é, de modo algum verdade.
Quem viveu naquele tempo, e há ainda muita memória viva
neste Pais, como diria Luis Inácio Lula da Silva, ele inclusive, sabe que
dezenas de milhares de brasileiros resistiram à ditadura sem pegar em armas.
Não que pegar em armas para enfrentar uma ditadura, seja,necessariamente um
erro, isso aconteceu em muitos lugares, ao longo do tempo.
Ocorre que os verdadeiros democratas, desta vez, não foram
os que pegaram em armas. Armaram-se e formaram guerrilhas e grupos terroristas
aqueles que nunca acreditaram no regime democrático e que viram, no combate à
ditadura dos militares nova oportunidade de tentar a implantação de um regime
comunista nos moldes do cubano, chinês, ou soviético, conforme algumas
variantes à época, o russo, o albanês, o romeno.
Os comunistas, desde o seu enraizamento no Brasil, tentam a
tomada do poder, por conta, primeiro da influência da Revolução Russa, depois
pelo sucesso da Revolução Cubana. Isso é história.
O curioso é que os episódios
parecem isolados, e que a década de 30, por exemplo, e as ações de Prestes,
nada tem de parentesco com as ações dos terroristas dos anos 70, dos grupos de
José Dirceu, José Genoíno, Franklin Martins, Dilma Rousseff.
O que mais
espanta é que os jovens, mesmo universitários, desconhecem absolutamente o
assunto, demonstrando uma gigantesca ignorância histórica. Alguns imaginam, e
sou testemunha disso, que o Brasil teve centenas de milhares de mortes por
conta da ação dos cruéis militares.
Todas as fontes consultadas, de origem militar ou instituições ligadas à
esquerda, indicam que no Brasil, um pais continental, não tem um número de
mortos (entre os mortos por forças militares e pelos próprios terroristas, que
chegasse a 500 pessoas, em toda a ditadura. E, convém notar, os terroristas mataram um terço desse número.
Isso indica a letalidade dos grupos da luta armada.
Há boa bibliografia sobre o assunto, inclusive de autores
colocados à esquerda, de modo que sabemos que os comunistas-marxistas sempre
levaram em conta a possibilidade da tomada do Poder pelas armas, e com tentativas
de insuflar a desordem social e a rebelião popular; o que se chama subversão,
enfim.
Isso fica claro no livro de Luis Mir, “A Revolução Impossível
– a esquerda e a luta armada no Brasil”, de 1995, por exemplo, ou no esquecido
episódio da revolta popular e guerrilha induzida pelos comunistas (PCB) em Porecatú,
no norte do Paraná, entre 1944 e 1951,
conforme a excelente pesquisa de duas décadas realizada pelo jornalista
Marcelo Oikawa, e que resultou no livro “Porecatu – a guerrilha que os
comunistas esqueceram”, lançado em 2011.
Agora a Ediora Schoba acaba de lançar (2012) o livro “Orvil –
tentativas de tomada do Poder”, organizado pelo Tenente-Coronel Licio Maciel e
pelo Tenente José Conegundes do Nascimento. Um alentado volume de 924 páginas,
capa dura, contando, muito detalhadamente, todas as tentativas feitas pelos
comunistas de tomada de poder no Brasil no Século XX.
Para estudantes, curiosos e pesquisadores, o livro –que já
existia em versão digitalizada em PDF – é uma preciosidade, porque ajuda a
desmistificar a versão
enganosa que os remanescentes da luta esquerda, e seus
aliados na universidade, imprensa e outras intituições, construíram, como se a
nossa Democracia devesse alguma coisa, por mínimo que fosse, aos grupos
terroristas que tentaram nos fazer engolir uma ditadura do tipo cubano.
“Orvil”, conhecido entre os militares como Projeto Orvil (orvil é a palavra livro ao contrario), está dividido em três partes (as três tentativas de tomada de poder):
“Orvil”, conhecido entre os militares como Projeto Orvil (orvil é a palavra livro ao contrario), está dividido em três partes (as três tentativas de tomada de poder):
A primeira tentativa, até a página 90, tem cinco tópicos,
sendo:
I. A fonte da violência (objetivos da revolução comunista,
etc);
II. O Partido Comunista – Seção Brasileira da Internacional
Comunista;
III. A Intentona Comunista (a vinda dos estrangeiros, etc);
IV. O PCB e o caminho da luta armada;
V. O s crimes do PCB.
A segunda tentativa, até a página 168, tem quatro tópicos:
I. As divergências no movimento comunista (como surgiu o PCdoB);
II. A ação comunista (as Ligas Camponesas, Jango, etc...);
III. O assalto ao Poder (rebelião dos sargentos em Brasília,
o Comício das Reformas, a rebelião dos marinheiros no Rio de Janeiro, etc...);
IV. A Revolução Democrática de 1964.
A terceira tentativa, até o final, tem doze tópicos:
I. 1964 (PCdoB, linha revolucionaria, etc);
II. 1965 (Cuba e o foquismo, etc);
III. 1966 (o movimento estudantil inicia o enfrentamento,
etc);
IV. 1967 (Caparão e a Guerrilha do Triangulo Mineiro, atividades
do clero na subversão,etc);
V. 1968 (formação do PCBR, Ala Marighella, Ala vermelha do
PCdob inicia os assaltos, o AI-5)
VI. 1969 (ALN terrorista em SP, o fim do primeiro MR-8, Luta
armada, etc);
VII. O engajamento das Forças Armadas (a célula subversiva
do 4ºRI, a evolução do CODI-DOI, etc);
VIII. 1970 (renasce o otimismo nacional, MR-8 intensifica ações
armadas, etc);
IX. Ações terroristas em 1970 (o assassinato de Boilesen,
VPR e o desligamento de Carlos Lamarca, etc);
X. 1972 (a descoberta do foco guerrilheiro no Sudeste do Pará);
XI. 1973 (os justiçamentos e desmantelamento do PCBR, o fim
da ALN, extinção da VPR, etc);
XII. Avaliação critica da terceira tentativa (atomização das
esquerdas, a “luta” se resume ao terrorismo, as deserções (da esquerda) e as técnicas
de terror, etc).
A leitura de Orvil exige vontade, é um livro cheio de fatos,
datas e nomes. Uma verdadeira lição de História do Brasil, aquela história
real, que os que se acham os novos
donos do poder se dão o direito de esconder e reescrever. Mas há um alento no ar.
A Internet parece estar estimulando a curiosidade de muita gente, e de milhares de jovens, e a omissão ou ignorância de professores de nível básico e universitário, que chega a ser quase criminosa, será escancarada. É claro que professores mais novos, já modelados e doutrinados para a nova História pelos programas e livros oficiais, nem sabem como as coisas realmente se passaram. Essa é uma consequênia perversa da atual política educacional e cultural.
A Internet parece estar estimulando a curiosidade de muita gente, e de milhares de jovens, e a omissão ou ignorância de professores de nível básico e universitário, que chega a ser quase criminosa, será escancarada. É claro que professores mais novos, já modelados e doutrinados para a nova História pelos programas e livros oficiais, nem sabem como as coisas realmente se passaram. Essa é uma consequênia perversa da atual política educacional e cultural.
Para eles, terroristas é que foram os heróis da Pátria. Mas há
gente que lê, que tem acesso a muitas fontes, que publica livros, que tem memória,
e são esses que não deixarão que reescrevam a Historia do Brasil.
atendimento@editoraschoba.com.br
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