Muito bom e oportuno o editorial do Estadão sobre a atual
Campanha Nacional do Desarmamento. Este blog, absolutamente contrário à idéia do
desarmamento civil, já postou muitos textos a respeito. Há várias razões para
que as pessoas não se desarmem, caso tenham armas de fogo em casa, e não há
muitas razões concretas, a não ser uma certa inversão de valores, como bem
aborda o Estadão, para apoiar uma campanha assim.
Qual o sentido de desarmar os cidadãos? O Brasil, com os
cidadãos já fortemente desarmados, com uma das leis de controle de armas mais rigorosas do
mundo, não consegue, por meio de seu aparato de segurança, garantir a ordem e a
paz nas ruas.
Latrocínios, homicídios, tiroteios violentos, assaltos ousados,
explosões de bancos com bananas de dinamite, tudo isso ocorre porque a
segurança pública não funciona bem. Nos Estados Unidos as armas de fogo são responsáveis por pouco mais que dez mil mortes por ano. No Brasil mais que 35 mil. Os Estados Unidos têm 300 milhões de habitantes, o Brasil 100 milhões a menos. E os americanos têm um arsenal civil de 270 milhões de armas. Na Suíça todas as casas têm armas de fogo! E não há violência.
Mas os ideólogos, políticos, acadêmicos de esquerda que
infestam os altos escalões governamentais, federais ou não, vivem batendo o bumbo
do desarmamento. Muitas dessas autoridades, em muitas ocasiões, não abrem mão
de andar com seguranças fortemente armados e em veículos blindados. Hipócritas. São defensores dos criminosos e os apontam, eles sim, vomo vítimas das injustiças sociais. Uma asneira completa.
Velhos comunistas ricos costumam ser cínicos e dizer que
gostariam que todos pudessem ter o que eles têm. Sabem que não será assim para
a maioria, mas é um desejo de aparente progresso. Já os que andam cercados
de seguranças gostam disso, mas proíbem isso para o povo.No Brasil estão seguros os ricos que podem andar com
seguranças armados, os militares e policiais, e os políticos e autoridades hipócritas
que usam seguranças particulares ou do Estado.
Os bandidos, como todos sabem
muito bem, não entram em lojas de armas para fazer compras, e nem regsitram seus arsenais na POlícia Federal. São mais
sofisticados, importam, por contrabando, armas de guerra, às vezes muito
melhores, até, que as dos policiais.
Bandidos não participam das campanhas governamentais. Bandidos,
no Brasil, apesar da Constituição, são os únicos com carta branca para executar
pessoas. Como sempre digo, aqui existe pena de morte, mas apenas para os cidadãos
comuns, especialmente os desarmados. E os bandidos são os únicos autoprizados a puxar o gatilho sem receio de punição.
PAIS SEM CARÁTER
Este é um país de caráter tão deformado que se um ladrão,
um invasor de um lar, for agredido pelo dono da casa com um porrete, uma faca, não
precisa nem ser com uma arma de fogo, para se defender da invasão, é muito
capaz de o bandido entrar com um processo por danos morais ou lucros cessantes (como ousou impedir
que eu roubasse ou estuprasse suas filhas?) e, o que é muito pior, é bem capaz
de delegados, promotores e juízes botarem o dono da casa na cadeia por uso
excessivo de força, uso de arma branca, danos a terceiros e outras idiotices.
Já houve um dia, aqui no Brasil, pasmem, em que os lares
eram considerados locais sagrados e invioláveis. Hoje é melhor deixar a chave
na porta, do lado de fora, e um bilhete educado para os criminosos: “por favor,
se for o caso, estupra, mas não mata. Muito obrigado”. Assinado: O idiota brasileiro
padrão.
Gutenberg J.
***
Os bandidos agradecem
27 de dezembro de 2012
Editorial de O Estado de S.Paulo
A cada Campanha Nacional do Desarmamento, como a que está
sendo veiculada, a sociedade fica mais vulnerável, e os bandidos, mais à
vontade. Os argumentos das autoridades permanecem mais ou menos os mesmos desde
2004, quando essas campanhas começaram: a defesa dos cidadãos cabe
exclusivamente à polícia e disparos acidentais de armas de fogo provocam
tragédias familiares.
Não se discute que é preciso treinamento para manejar armas,
como, de resto, é preciso treinamento para dirigir um carro, cujo mau uso o
torna tão letal quanto um revólver. Já o argumento de que não cabe ao cidadão
ter instrumentos adequados para se defender da ameaça de bandidos armados é
ominoso.
O mote da campanha atual é: "Proteja sua família.
Desarme-se". Trata-se de uma série de depoimentos de pais cujos filhos
foram vítimas de disparos acidentais de armas de fogo. A intenção, segundo o
Ministério da Justiça, é mostrar que não vale a pena correr os riscos que ter
uma arma em casa implicam.
"A arma é um excelente instrumento de ataque e um
péssimo instrumento de defesa, principalmente para as pessoas que não têm
habilidade em usá-la", disse a secretária nacional de Segurança Pública,
Regina Miki. Segundo ela, "a sociedade tem o direito de exigir do Estado
que qualifique e equipe muito bem os policiais para defendê-la", pois
"essa é competência do policial, e não do cidadão".
Trata-se de um raciocínio primário. É óbvio que cabe ao
Estado proteger seus cidadãos, pois é o Estado que detém o monopólio do uso
legítimo da força. No entanto, como sabe qualquer cidadão letrado, esse
monopólio tem sido diuturnamente desafiado pelo crime organizado e pela
bandidagem em geral, que mesmo de dentro das penitenciárias conseguem fazer
valer a lei da barbárie. Há cidadãos que desejam ter meios para enfrentar os
criminosos caso os agentes do Estado não estejam por perto para fazê-lo,
situação que é rotineira nas grandes cidades.
A lei faculta a esses indivíduos o direito de proteger a si
e a sua família da melhor maneira possível - é a chamada legítima defesa.
Trata-se de uma questão pessoal, sobre a qual o Estado não pode jamais
interferir, pois a lei não determina que os cidadãos devam ficar inertes ante a
violência que eventualmente sofram.
Mas o discurso das campanhas de desarmamento transformou o
ato de se defender em uma violência equivalente à cometida pelos bandidos - se
não pior, porque os criminosos, de acordo com o sociologuês acadêmico que pauta
esse debate, agem porque são vítimas do "sistema", enquanto os
indivíduos que se defendem usando armas de fogo são, estes sim, elementos
violentos.
Somente neste ano, três inocentes que reagiram a assaltantes
armados foram processados por crime de homicídio doloso triplamente
qualificado. Em um dos casos, uma senhora de 86 anos cuja casa estava sendo
assaltada, em Caxias do Sul (RS), pegou um velho revólver calibre 32 e
conseguiu matar o ladrão a tiros. Como a arma não tinha registro, ela foi
indiciada e se tornou ré, apesar de ter somente tentado proteger sua vida e seu
patrimônio. Trata-se de um episódio exemplar dessa "equalização
moral" entre bandidos e vítimas.
Ademais, de que valem campanhas de desarmamento se os
bandidos têm enorme facilidade para obter seu arsenal, até mesmo sob as barbas
da Justiça? Têm sido frequentes os assaltos a fóruns, onde ficam guardadas as
armas e a munição apreendidas e que serão usadas como prova nos processos. Sem
segurança adequada, esses locais são de "fácil acesso" para os
criminosos. O caso mais recente ocorreu em Peruíbe, no litoral sul de São
Paulo, em 2 de dezembro. Havia apenas um vigia no local, facilmente rendido.
O fato é que as campanhas de desarmamento não são a panaceia
contra a violência, e a interpretação que se faz da legislação vigente trata o
cidadão possuidor de armas como um delinquente.
Isso só é possível num país em que as autoridades, para
escamotear sua incompetência na área de segurança pública, atribuem a
responsabilidade por parte da violência à própria vítima. Os bandidos
agradecem.
O ESTADO DE S. PAULO:
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