O texto de Nivaldo Cordeiro sobre a natureza socialista da
economia no Brasil anda por si mesmo. Leia com atenção e perceba para onde
caminhamos, embora, talvez, o leitor mesmo possa sentir-se beneficiado, por
alguma razão, pela atual política econômica dos últimos governos.
De minha parte, volto a tocar em algo que me deixa muito
intrigado. Lido, entre outras coisas, com fotografias de imprensa e arquivos
antigos. Nada me deixa mais abalado e, ao mesmo tempo, tão cheio de esperança
quanto analisar as fotografias dos anos 30, relativas à Grande Depressão
Americana.
Nos arquivos americanos vemos pessoas na mais absoluta
pobreza, jovens mães com vestidos feitos de restos de sacos de 60 quilos, e
crianças esquálidas, vestidas miseravelmente, com os pés no chão. Em comparação, nada me deixa mais
estupefato que olhar fotografias dos tais jovens indignados espanhóis de
2011/2012.
Jovens com boas roupas, calçados com tênis caros, gorduchos
e corados, reclamando dos cortes em despesas públicas, sem o quê países como a
Espanha, Portugal, Grécia, Irlanda ou Itália, por exemplo, tornar-se-ão
inviáveis, com uma despesa governamental muito maior que a receita.
A política econômica socialista, embora calcada num alegado
princípio abstrato de justiça social (seja lá o que isso for), desmonta a
economia, desorganiza o mercado e destrói a capacidade de definição de preços.
Cria uma sociedade absolutamente irreal, dotada de uma economia de ficção, que
não consegue andar com as próprias pernas.
Por um lado, governos socialistas distribuem benesses saídas
do Tesouro comum, por outro interferem na iniciativa das pessoas e nas empresas
privadas, minando a capacidade de geração de riquezas. Em tempo curto a
economia fica tão desorganizada que o governo cada vez mais passa a usar
medidas de força para manter a ordem geral. Mais e mais autoritarismo, até uma
solução final totalitária.
Os mais ligados à máquina central vão bem, basta não
contrariar certas diretrizes, mas a maior parte da economia perde a motivação.
Qualquer estudante sério poderia verificar por si mesmo como funciona hoje a
economia na Coréia do Norte, em Cuba, na Argentina, na Venezuela, No Brasil. Há
graus de diferença, mas a idéia central é a mesma. Interferência sobre a realidade, como se o resultado fosse
natural, e não mera projeção da ideologia socialista.
Millor Fernandes já dizia que a ideologia comunista é como o
alfaiate que, ao experimentar a roupa no cliente, verificando que ficou mal
acentada, não mexe na roupa, faz as correções no cliente!...
Gutenberg J.
Um sofista antológico
NIVALDO CORDEIRO
25 DEZEMBRO 2012
Socialismo é a subordinação de tudo ao desejo dos burocratas
do Estado e do partido governante. É o que temos no Brasil.
O PT está no poder há 11 anos e desde que desembarcou no
Palácio do Planalto não perdeu tempo e pôs em andamento seu processo socialista
de poder. É verdade que os governos anteriores já tinham marchado para o
socialismo, mas o PT o fez em passo acelerado.
Dizer que a economia brasileira é capitalista é mera força
de expressão, na medida em que há elevada tributação, acelerada estatização,
regulação draconiana - que transforma donos de empresas em vacas de presépio -,
insegurança jurídica e, sem esgotar tudo, o poder de compra do Estado, que em
alguns mercados é quase monopsonista.
Fora do Estado não há processo econômico.
Os grandes grupos empresariais foram transformados em sócios
do Tesouro. Inversamente, o Tesouro é agora o sócio dos grandes grupos
empresariais, frequentemente na condição de majoritário. Ou indiretamente, via
BNDES e fundos de pensão de empresas estatais.
O socialismo em vigor é o mesmo de sempre, a união do Estado
com os grandes grupos capitalistas, preconizada por Hilferding. É o fascismo
econômico, a face possível do socialismo, sobretudo depois do fracasso das
economias centralmente planificadas. O poder do monopólio de emissão de moeda e
de compra e venda de moeda estrangeira dá ao Estado o controle total sobre o
processo econômico.
Quando não é sócio é porque é dono ele mesmo da principal
empresa, como no setor bancário. E regulamenta tanto que as decisões
empresariais acabam por ser meros reflexos das decisões dos burocratas
estatais.
Socialismo é essa união indissolúvel entre o Estado e os
grandes grupos empresariais, uma estatização tácita do setor produtivo.
Socialismo é a politização completa da economia, na qual o setor privado acaba
completamente emasculado. Socialismo é a subordinação de tudo ao desejo dos
burocratas do Estado e do partido governante. É o que temos no Brasil.
Por isso li com espanto o artigo de Vladimir Safatle na
Folha de São Paulo (Capitalismo de espoliação). O autor demonstra saber muito
bem o que houve no governo Lula, mas continua acusando o capitalismo das
mazelas criadas pelo modo socialista/fascista de conduzir a economia. Aqui
estamos diante de um caso clássico de paralaxe cognitiva, nos termos definidos
por Olavo de Carvalho. A coisa toda foi criada pela corriola socialista do Sr.
Safatle, mas ele só enxerga a culpa do capitalismo. É um propagandista
agressivo da causa e não tem pejo de negar a realidade para continuar na sua
propaganda.
www. sponholz.arq.br |
Antes que digam algo: o fascismo sempre foi primo-irmão do
socialismo e o tempo mostrou que ele é mais consistente do que aquilo que era
defendido pelos que advogavam pelo planejamento central. Creio que estamos
vendo na Europa e no mundo todo o esgotamento desse modelo econômico, que mata
a vitalidade dos agentes. O fascismo tem a vantagem de manter o formalismo da
liberdade de mercado, mas todos sabem que as liberdades se dão dentro de um
jogo de cartas marcadas, em que o juiz é dono da bola, faz as regras, muda-as
quando quer, é dono do campo e é dono dos times. Não há liberdade, na prática.
Tudo se encontra enrijecido por regulamentos e licenças.
É claro que essa maneira de fazer as coisas acaba por
encarecer os produtos e atrofiar a poupança. Receita da gênese da crise, com
baixo crescimento do PIB e elevação da inflação. É o quenchetes do dia. É o que sentimos na prática. Socialismo é perdiçnos informam as maão. Não há
mais como ter “pibão”.
TEXTO REPRODUZIDO DO SITE MÍDIA SEM MÁSCARA:
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