Amin al-Husseini e Adolf Hitler em Berlim |
Este é um assunto que já abordei em alguns textos aqui no
blog. Sempre é bom lembrar aos incautos que a convergência entre islâmicos e idéias
nazistas, no que se refere à perseguição aos judeus, vem de longe.
A coisa
chegou a um ponto que, por incrível que pareça, os islâmicos aderiram às idéias
nazistas de tal modo que chegaram a constituir uma divisão inteira das tropas
SS (aquelas que usavam o temido símbolo da caveira, o Totenkopf), para lutar aos lado das tropas alemãs na Segunda Guerra Mundial. Foi a 13ª Divisão de Montanha Handschar.
Totenkopf SS e símbolo com suástica no quepe islâmico Handschar |
Isso
tudo teve desdobramentos nas idéias do pan-arabismo, o que acabou levou ao
partido socialista libanês e, depois, ao famoso Baath, socialista (associado ao
PT)(não nos esqueçamos de que o NSDAP era o Partido dos Trabalhadores alemão), o mesmo que domina a Síria e já existiu no Iraque.
Todos os movimentos
extremistas islâmicos atuais usam a saudação nazista. Basta procurar fotos na Internet
para verificar, tanto o Hamas quanto o Hezbolah, e o Fatah. Um dos livros mais vendidos naquela região é a versão em árabe do livro de Adolf Hitler, “Mein Kampf”, Minha Luta.
Assim,
fico feliz em reproduzir aqui este excelente texto de Felipe Melo, do Blog da
Juventude Conservadora da UNB. Ótima pesquisa histórica, que só pode colaborar para com meLhor compreensão do que de fato acontece em Gaza e em Israel.
Com certeza é muito diferente daquilo que nos contam as agências noticiosas, a grande imprensa, e a propaganda pró-Palestina.
Com certeza é muito diferente daquilo que nos contam as agências noticiosas, a grande imprensa, e a propaganda pró-Palestina.
As raízes nazistas da causa palestina
Felipe Melo
4 Dezembro 2012
A aliança entre os grupos muçulmanos envolvidos com Hajj
al-Husseini e o governo nazista não era meramente tática. Ela era essencial,
estratégica, pois envolvia um ponto nevrálgico de ambas as ideologias: o
extermínio dos judeus.
al-Husseini |
O expediente mais comum utilizado para criticar ações
israelenses contra seus inimigos, notadamente os grupos terroristas palestinos,
é efetuar comparações entre judeus e nazistas de todas as maneiras possíveis:
quando alguma ação militar é executada contra o Hamas, centenas de vozes se
erguem para denunciar o “Holocausto palestino” perpetuado pelo “Estado
sionista” (ou sionazista, em alguns casos), acusam o Estado de Israel de
limpeza étnica, de supremacismo judaico, de apartheid, dentre outras coisas.
Os
tradicionais meios de comunicação de massa – canais televisivos, jornais de
grande circulação – e os não tão tradicionais – como os blogueiros estatólatras
de plantão – utilizam ad nauseam esse expediente, seja de modo explícito ou
sub-reptício. Abundam cenas e relatos de destruição, dor, sofrimento e tristeza
na Faixa de Gaza como se se tratasse, de fato, de uma limpeza étnica, enquanto
se ignora solenissimamente os milhares foguetes palestinos que chovem sobre as
cidades israelenses – provocando destruição, dor, sofrimento, tristeza e, acima
de tudo, terror.
Vladimir Ilitch Ulianov, mais conhecido como Lênin, possuía
uma máxima interessante: “acuse o seu inimigo daquilo que você é”. Os grupos
terroristas palestinos – que dominam tanto a propaganda quanto as modernas
técnicas terroristas – seguem esse conselho há décadas, e não é à toa: as
origens da “resistência” palestina à “ocupação” judaica no Oriente Médio é algo
que tem origem em uma convenientemente ignorada aliança entre o
nacional-socialismo alemão e a causa palestina.
Islâmicos nazistas da SS-Handschar Division |
A raiz dos grupos
terroristas palestinos – OLP, FPLP, Fatah, Hamas – e de sua ideologia pode ser
atribuída a um homem: Hajj Amin al-Husseini. O pai de Hajj, Muhammad Tahir
al-Husseini, foi Qadi (chefe do Supremo Conselho Islâmico) em Jerusalém e
primeiro Grão Mufti da cidade. Nomeado ao posto pelas autoridades otomanas na
década de 1860, Tahir al-Husseini incitou a perseguição contra imigrantes
judeus, chegando a conseguir a aprovação de uma lei que proibia a aquisição de
terras por parte de judeus em Jerusalém e áreas circunvizinhas. Em 1908, quando
Muhammad Tahir al-Husseini morreu, o posto de Grão Mufti de Jerusalém foi
ocupado por seu filho mais velho, Kamil al-Husseini.
A postura de Kamil foi bastante diferente daquela adotada
por seu pai: buscou uma política mais apaziguadora do que Muhammad Tahir com
relação aos judeus e, quando o Império Otomano ingressou na Primeira Guerra,
demonstrou simpatia e abertura aos britânicos. Com a derrota dos turcos, em
1918, diversos territórios do Império Otomano foram divididos entre França,
Inglaterra e Rússia, estabelecendo-se o Mandato Britânico da Palestina por
volta de 1920. Nessa mesma época, Hajj al-Husseini organizou um levante armado
contra os judeus que já habitavam a região da Palestina, o que levou a muitas
mortes e à destruição de diversas propriedades de imigrantes judeus. O pretexto
para esse levante foi o apoio dado pelas autoridades britânicas à Declaração de
Balfour (1917), que pedia a criação de um Estado judeu na região da Palestina.
No ano de 1921, com a morte de Kamil, Hajj assumiu o posto
de Grão Mufti de Jerusalém e de líder do Supremo Conselho Islâmico. Adotando
uma postura completamente diferente da do irmão, Hajj al-Husseini não apenas
ressuscitou a agressiva política antissemita de seu pai, Muhammad Tahir, como
foi além e recrudesceu-a: viajou por todos os países árabes da região com
vistas a formar uma grande liga antijudaica. Seu objetivo não era garantir que
houvesse Palestina para os palestinos, mas era a perseguição aos judeus que
garantisse ou sua expulsão, ou seu extermínio.
O clima antijudaico
alimentado diuturnamente por Hajj al-Husseini era um fator de grande
instabilidade na região, o que provocava confrontos diários entre judeus e
árabes palestinos. Em 23 de agosto de 1928, uma sexta-feira, três árabes foram
mortos no bairro judeu de Mea Shearim, em Jerusalém; durante o sermão na
Mesquita de Al-Aqsa, o Grão Mufti conclamou todos os fiéis islâmicos a atacar
os judeus de Mea Shearim. Após as preces na mesquita, uma grande multidão
afluiu para o bairro judeu e atacou seus habitantes, que não foram pegos de
surpresa. O saldo foi de 249 mortos (116 árabes, 133 judeus) e aproximadamente
600 feridos, judeus em sua maioria.
Um ano depois, dois outros atos bárbaros
contra os judeus na Palestina tiveram lugar na região: o primeiro foi em 24 de
agosto na cidade de Hebron, onde 67 judeus foram assassinados e centenas
ficaram feridos – muitos deles mutilados; o segundo foi em Safed, onde 18
judeus foram mortos e 80 ficaram feridos. Esses pogroms foram convocados pelo
próprio Grão Mufti de Jerusalém, que vinha sustentando que os sionistas estavam
tentando tomar de assalto a Mesquita de Al-Aqsa. Não havia qualquer complô do
tipo.
Ao longo da década de 1930, a perseguição promovida pelo
Grão Mufti de Jerusalém contra os habitantes judeus da região da Palestina
alçou um nível internacional jamais visto até então. Entre os dias 7 e 17 de
dezembro de 1931, Hajj al-Husseini promoveu em Jerusalém o Congresso Islâmico
Mundial, que reuniu 130 delegados de 22 países. O congresso foi uma grande
demonstração antijudaica, com diversas declarações conclamando pela perseguição
aos judeus e o boicote a suas empresas em todo o mundo. Também por essa época,
o Grão Mufti apoiou entusiasticamente o primeiro grupo terrorista palestino, o
Al-Kaff Al-Aswad (“Mão Negra”), fundado pelo clérigo sírio Izz ad-Din
al-Qassam – que dá nome às Brigadas al-Qassam, o braço militar do Hamas.
Na capa do livro "Islam und Judentum" - Islam e Judaísmo |
Zeloso por difundir e
amplificar cada vez mais seu espírito antijudaico, Hajj al-Husseini mantinha
contato com diversos governos, inclusive na Europa. E foi um governante em
particular que, em 1933, atraiu a mais ampla e sincera simpatia do Grão Mufti
de Jerusalém: o recém-eleito chanceler alemão Adolf Hitler. Em 31 de março de
1933, Hajj al-Husseini enviou um telegrama oficial ao gabinete de Hitler
informando que os muçulmanos na Palestina e ao redor do mundo viam com
entusiasmo sua ascensão à chancelaria alemã. A partir desse ano, as relações
entre a autoridade islâmica de Jerusalém e o governo nazista só foram aumentado
e se fortalecendo.
O Grão Mufti se tornou voluntariamente uma espécie de
garoto-propaganda do regime nazista no Oriente Médio, sobretudo junto às
autoridades e grupos islâmicos da região – em especial a Irmandade Muçulmana,
que hoje governa o Egito. Com a fundação do Comitê Pan-Árabe de Bagdá, em 1934,
o Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães, de Hitler, montou um
escritório oficial na Palestina, onde passou a trabalhar em estreita cooperação
com as autoridades islâmicas do Oriente Médio.
No dia 19 de abril de 1936, Hajj al-Husseini convocou um
levante geral de árabes contra os judeus na Palestina. Grupos armados de
extermínio foram formados e, durante 177 dias, mais de três mil judeus foram
assassinados. Dezenas de milhares de colonos judeus tiveram suas propriedades
destruídas, e muitos se viram forçados a fugir da região. Os governos de Hitler
e Mussolini não apenas forneceram grandes somas de dinheiro para a revolta,
como também abasteceram os grupos de al-Husseini com armamentos que entravam
pela Jordânia e a Arábia Saudita.
A autoridade britânica na região se viu
forçada a agir, o que fez com que Hajj al-Husseini fugisse em 1937 para o
Líbano. Em outubro de 1939, mudou-se para Bagdá até a queda do ditador
iraquiano Rashid Ali al-Gaylani, em maio de 1941, quando fugiu para Teerã. Em 8
de outubro daquele ano, os Aliados ocuparam a Pérsia, mas Hajj al-Husseini
conseguiu escapar mais uma vez. Graças a uma ação da Inteligência Militar
Italiana, o agora ex-Grão Mufti de Jerusalém foi para a Turquia e, de lá, para
a Itália, chegando a Roma em 10 de outubro de 1941.
Hajj al-Husseini
buscou apoio formal dos governos do Eixo contra os judeus na Palestina e a
favor do movimento pan-árabe. Em 27 de outubro, encontrou-se pessoalmente com
Benito Mussolini, que declarou seu apoio à causa palestina. Uma declaração
formal foi rascunhada por al-Husseini e aprovada por Mussolini. Após esse
encontro, al-Husseini foi para Berlim, onde obteve também do governo nazista a
aprovação da declaração – aprovação que obteve diretamente de Adolf Hitler em
28 de novembro de 1941.
A partir desse momento, as relações entre autoridades
islâmicas ao redor do mundo e o Terceiro Reich estreitaram-se sobremaneira.
Hajj al-Husseini tornou-se um grande propagandista de Hitler em meio às
comunidades muçulmanas do leste europeu, sobretudo dos Bálcãs, e do Cáucaso.
Ele foi um dos grandes mentores das divisões islâmicas da Waffen-SS, obtendo
recrutas em países como Albânia, Bósnia, Iugoslávia, Croácia e Azerbaijão.
Elementos culturais tipicamente islâmicos chegaram a ser incluídos nas
insígnias e nos uniformes das divisões islâmicas da SS, como o tradicional fez
turco. A mais importante divisão islâmica da SS foi a Divisão Handschar,
croata, cujo comandante era o SS-Brigadeführer Karl-Gustav Sauberzweig.
Bandeira Handschar |
A aliança entre os grupos muçulmanos envolvidos com Hajj
al-Husseini e o governo nazista não era meramente tática. Ela era essencial,
estratégica, pois envolvia um ponto nevrálgico de ambas as ideologias: o
extermínio dos judeus. Em 1942, quando al-Husseini encontrou-se com Adolf
Eichmann e ficou a par da chamada die Endlösung der Judenfrage (“a Solução
Final da Questão Judaica”), instou Eichmann a exterminar todos os judeus, não
poupando nem as crianças. E essa aliança estratégica se manteve até o fim da
guerra, quando o Terceiro Reich caiu. No entanto, isso não afetou em nada os
esforços de Hajj al-Husseini na promoção do extermínio de judeus no Oriente
Médio.
Em 1946, instalou-se no Cairo e, unindo-se novamente à Irmandade
Muçulmana, utilizou sua expertise na formação das divisões islâmicas da SS para
fundar os Batalhões de Alá, que se dedicavam ao assassínio de judeus. Os Batalhões
de Alá foram uma das principais forças agressoras na primeira guerra enfrentada
pelo Estado de Israel, que começou um dia após a sua instituição, em 1948. Até
a sua morte, em 1974, Hajj al-Husseini sustentou até o fim sua posição
pró-nazista em todos os seus meandros, como a negação do Holocausto.
"Mein Kampf" em árabe, década de 40. |
A simpatia pelo
nazismo não sumiu do seio dos grupos terroristas palestinos. Ao contrário, ela
ainda está muito viva. Não são poucas as referências honrosas a Hitler e as
tentativas de negação do Holocausto – que ora é descrito como uma fantasia
sionista, ora como uma reação legítima ao complô sionista para dominar o mundo.
Mahmoud Ahmadinejad, um dos principais financiadores do Hamas, promoveu em
Teerã um encontro de revisão do Holocausto. Ekrima Sa’id Sabri, Grão Mufti de
Jerusalém de 1993 a 2006 por indicação Yasser Arafat, então líder da Autoridade
Palestina, argumentava que “Os Protocolos dos Sábios de Sião” provavam
cabalmente que os sionistas tinham capacidade para inventar uma história como o
Holocausto. Izz ad-Din al-Qassam – que, como vimos, também era pró-nazista – é
o nome que batiza as Brigadas al-Qassam, braço militar do Hamas, responsáveis
pelo lançamento diário de mísseis contra o sul de Israel. Os ecos da influência
nazista reverberam até hoje contra os judeus.
Moderna versão em árabe (1995) |
Manifestação recente contra Israel no Oriente Médio |
O principal objetivo dos grupos políticos e terroristas
palestinos jamais foi a fundação de um Estado palestino soberano, independente
e plenamente reconhecido, mas o extermínio dos judeus da face da Terra. Esse
sentimento existe de maneira inequívoca e inconfundível desde meados do século
XIX, e, com o passar do tempo, sofisticou-se. O empenho do Terceiro Reich em
apoiar essas iniciativas no Oriente Médio prova-o além de qualquer dúvida.
Chamar o Estado de Israel de sionazista é ultrajante e despropositado, mas não
seria equivocado chamar o Hamas de nazislâmico.
(FELIPE MELO)
Felipe Melo edita o blog da Juventude Conservadora da UnB.
FONTE SOBRE HANDSCHAR DIVISION:
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