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segunda-feira, 28 de março de 2011

CALIFORNIA, A MECA DOS DEFENSORES DA MACONHA REJEITA LEGALIZAÇÃO PARA USO PESSOAL. Os perdedores do plebiscito disseram que isso foi obra da inquisição?

Bau de textos

Califórnia rejeita legalizar a venda da maconha

Gustavo Chacra
O Estado de S.Paulo
de NOVA YORK


Os californianos rejeitaram a legalização da venda de maconha para uso pessoal em um duro golpe nos defensores da liberalização. Foram 54% votos contra e 46% a favor em plebiscito realizado com as eleições para o governo e o Congresso na terça-feira. Apesar da derrota, a droga continuará sendo vendida com receita médica no Estado.

Além de rejeitar a legalização da maconha, os eleitores aprovaram mais impostos sobre a venda da droga para fins medicinais. Em Long Beach, os usuários com receita médica serão obrigados a pagar 15% de impostos. A média, nas outras cidades, será de 10%.

Os defensores da legalização exibiram três principais argumentos. Primeiro, poderia contribuir para a redução do crime organizado na fronteira com o México, por onde passa a maior parte da maconha consumida nos EUA. Em segundo lugar, a venda poderia elevar a receita do Estado com impostos.

Por último, a maconha é considerada uma droga menos perigosa que a cocaína e a heroína. Para os defensores, poderia ser regulamentada como o álcool e o cigarro, assim, milhares de jovens deixariam de ser presos anualmente.
Texto publicado em 04 de novembro de 2010

COMENTÁRIO:

MENSAGEM PARA O HENRIQUE, DE S.J. PINHAIS
Ao postar um texto sobre um ato nas escadarias da UFPR, no dia 24 deste mês, "PROTESTO CONTRA A LEGALIZAÇÃO DA MACONHA É REALIZADO EM CURITIBA". não poderia imaginar que acabasse se transformando no post mais acessado do blog. Vejo que o assunto liberação e ou legalização da maconha é algo que chama a atenção.

Percebi que muitos acessaram em função do título, talvez imaginando encontrar um noticiário típico de um jornal. Ficaram frustrados. vê-se por alguns comentários. Apesar do blog ser recente, um observador atento pode concluir que se trata de uma abordagem anti-politicamente correta, anti-multiculturalista, conservadora, contra os regimes totalitários, pelas liberdades individuais, pelo respeito às leis. 

Alguns leitores não percebem que, ao entrar em um blog para comentar, devem colocar-se no lugar de alguém que entra na casa alheia: limpe os pés no capacho antes de entrar, e não cuspa no chão. Na sua própria casa, faça o que quiser.

Lendo os comentários com atenção, que fiz questão de não cortar, pois funcionam como amostra de um tipo de pensamento, é possível notar que a maioria não tem um pensamento próprio. Se o tem, não consegue expressá-lo corretamente.

Nota-se, claramente, que são jovens acostumados a não ouvir não. Muitos imaginam-se o centro do mundo e olham apenas para o próprio umbigo.

Um leitor que me chamou a atenção foi o Henrique, pois tem mais argumentos que os demais, é mais articulado para expressar seu pensamento, embora acredite que, por ter seus argumentos para a questão, esteja sempre certo, e o resto do mundo errado. Talvez pela idade.

Embora não me pareça que um jovem com 28 anos de idade devesse ser tão centrado em seus próprios interesses, não levando em conta os argumentos ou posições diferentes da sua em relação ao problema das drogas. Talvez ele tenha maturidade suficiente para, ao menos aceitar, não o argumento popular da chama faculdade da vida, mas de centenas de pessoas, especialistas de diversas áreas de pesqisa e conhecimento que não recomendam a liberação ou a legalização. Mesmo entre eles, no entanto, há divergência, sei disso. Mas não podemos jogar no lixo essa experiência toda acumulada.

Muitos falaram da relação dos americanos com a maconha, como um tipo de medida para a relação aqui no Brasil. Exemplificaram com a condescendência com a erva lá na California. Mesmo a California, o estado mais politicamente correto e natureba dos EUA, porisso mesmo um lugar onde está ficando insuportávelmente chato de  viver, onde existem milhões de defensores da liberação, o plebiscito decidiu: NÃO!

O que será que fizeram os perdedores, choraram como Henrique disse quem tem vontade de fazer por não conseguir adesão às suas ideias? Chamaram a outra parte da população de inquisidores, uma vez que pensam diferente? De anti-democratas? Ou vão aguardar um próximo plebiscito, se houver e tentar novamente, com um melhor trabalho de convencimento da Opinião Pública?

Embora persistente, o que é muitas vezes uma excelente qualidade, Henrique exagera ao imaginar que não possa estar errado. Ele transforma o complexo em simples, reduzindo tudo a uma variável econômica. Penso que ele não imagina que ninguém no mundo havia pensado isso antes! A questão é que a liberação como alguns propõem é algo que somente poderia ser feito, caso ocorresse, em um tipo de acordo internacional. Caso contrário um país legalizado isolado ficaria em maus lençóis, rapidamente transformando-se em centro de lavagem de dinheiro. Até hoje isso não foi posto adiante, pelos riscos evidentes.

Do ponto de vista individual, as pessoas podem fazer o que quiserem, dentro das leis, ou fora dela. O risco de viver é que a vida tem consequências, uma delas é que, às vezes, somos obrigados a viver conforme as normas. Isso não nos impede de tentar mudá-las. Mas, na democracia, devemos respeitá-las.

Alguns leitores imaginam que democracia é uma espécie de zona, de esbórnia, onde vale tudo. Nem perderei meu tempo, escasso, para explicar que estão absolutamente enganados.
Viver em democracia exige respeito a certas coisas básicas, como o pensamento e as opiniões alheias. E, no caso de um plebiscito, aceitar o resultado sem choramingar.

As drogas são um grande problema. Não creio na solução pelas vias econômicas, nem pela via da condescendência com os usuários que, depois de um tempo estão viciados. Essa política de deixar viciar e depois tratar é absurda. Muitos lugares tentaram, os resultados nunca foram bons. Algumas praças públicas suíças eram a coisa mais deprimente. Há desleixo no combate ao tráfico. O noticiário do Paraná sobre apreensões mostra cargas cada vez maiores. Ou porque a demanda aumentou, ou porque a polícia reprime mais, ou porque os produtores aumentaram a área de produção. Esta última hipótese é quase certa.
Sempre gerará um espiral crescente. As pessoas podem fazer o que quiserem com o próprio corpo. Mas o que diferencia os seres humanos de outros seres é que ele pode imaginar certas consequências. Não acredito que seja mesmo necessário ter que fazer de tudo na vida para depois decidir: gostei disso, não gostei daquilo. Há coisas pelas quais não precisamos passar. E outras das quais não conseguiremos mais recuar.

De qualquer modo, leitores, obrigado pela resposta. De modo geral, admiro quem luta pelas suas ideias. Lembre-se Henrique, de que muita gente talvez o apoie, mas muitos outros tantos não.  Saber conviver com isso, com a pressão da contrariedade, do stress de não conseguir convencer a todos das suas certezas, poderá fazer uma grande diferença no futuro. Mesmo porque as certezas podem estar erradas, não? Às vezes uma atitude socrática, na vida, pode fazer muito bem.
Abraço
Gutenberg


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8 comentários:

  1. Obrigado pelo texto endereçado a mim, caro Gutenberg, e fico feliz que o debate tenha sido aberto, embora aqui não seja necessariamente um espaço de grande audiência.

    Com relação à Califórnia, 46% da população ser a favor da legalização da maconha é considerável, não? Levando em consideração que à algumas décadas atrás esse número era de cerca de 20%, a tendência é que, com esse crescimente, no máximo (estourando mesmo) em 6 anos a maconha seja legalizada nesse estado, porém é mais provável que em 2 ou 4 anos isso aconteça. E uma vez a maconha legalizada na Califórnia, a tendência é que esse movimento se espalhe por todo o mundo, já que assim como foram os EUA que espalharam essa política absurda e fracassada de repressão por todo o globo, a reversão desse processo se iniciará por eles, pois querendo ou não, a cultura global é baseada em valores americanos.

    Quanto aos especialistas que não recomendam a legalização, sinto dizer, mas eles se baseiam apenas no pretexto de que "faz mal, tem que proibir", e isso é sim uma grande falácia. Já está provado que em um cenário de legalidade fica mais fácil informar, tratar, controlar, etc. E sei que isso é um tanto quanto chocante para algumas pessoas, mas é fato que milhões de usuários de maconha são adultos, responsáveis e felizes e não querem ser inseridos no grupo de doentes que precisam de ajuda, e essas pessoas merecem mais respeito. O processo de demonização que já dura quase um século reprime a expressão de moral dessas pessoas. O preconceito à maconheiros é comparável ao que negros já sofreram no passado, e comparável também à discriminação que homossexuais ainda sofrem. Talvez seja por isso que a marcha da maconha aumenta em ritmo exponencial a cada ano.

    Voltando a questão da Califórnia, disseram NÃO, mas é um absurdo você usar isso como uma vitória sua, de sua causa proibicionista, já que como eu disse o numero de 46% é muito expressivo e foi uma vitória para nós. E e 70% dos brasileiros são contra a legalização, me desculpem, a opinião da maioria não vale nada, pois para quase toda essa massa maconha é a "erva do capeta" e está no mesmo saco que um veneno como o crack. Enquanto não iniciarem o debate e o esclarecimento à essa população sobre o que é maconha de verdade, e QUAIS FORAM OS MOTIVOS DA SUA PROIBIÇÃO, não podemos, sinceramente, levar à sério a opinião da massa.

    Acho que não escrevi ainda tudo que gostaria, pois meu tempo está um tanto quanto escasso, porém à noite eu volto. Enquanto isso fica 2 links interessantes, para quem quer se iluminar de informações verdadeiras sobre a cannabis.

    http://www.youtube.com/watch?v=HDjkqaeqsAM
    http://www.youtube.com/watch?v=bUiujh-xAi8

    E para finalizar, posso não estar 100% certo, mas creio que tudo que eu escrevo faz sentido e se encaixa, enquanto o discurso da proibição e da repressão parece um monte de dados que não se amarram, não explicam e não convence, embora eu não duvide da boa intenção.

    Henrique

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  2. Sr. Gutenbeg,
    a principal "fúria" do Henrique foi ter as mensagens sumariamente deletadas pelo administrador do Blog. Não vi nenhuma mensagem ofensiva da parte dele. Como ele estou cansado das falácias sobre a maconha, as pessoas só sabem o que a tv lhes mostra e como o blog fez, as informações foram CENSURADAS. Por que nenhum dos milhares de documentários sobre a Cannabis disponíveis no YouTube não passam na tv? Por que não responderam as mensagens do Henrique, ao invés de apagar? Nós não queremos legalizar e pronto. Queremos uma discussão com toda a sociedade, baseada em ciência e não em ideologias. Vamos discutir?
    Espero que o Sr. não seja anti-democrático e deixe minha mensagem.
    Um abraço e aguardo resposta.

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  3. Só para os possiveis paraquedistas daqui pra frente:

    Minhas (longas) postagens foram apagadas no Blog oficial da marcha da proibição da maconha em Curitiba, e não aqui. Ao menos nosso amigo Gutenberg não é ditador como eles lá, embora suas idéias não dejam das mais democráticas não.

    Me diga Gutenberg, mas nem um vinhozinho de vez em quando o Sr. toma???

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  4. "O que será que fizeram os perdedores, choraram como Henrique disse quem tem vontade de fazer por não conseguir adesão às suas ideias?"

    Esse comentário, mesmo sem querer, foi maldoso ein? Queria ver se fosse você que tivesse sua moral e seu direito de expressar suas idéias abafados dessa forma tão injusta. Escrever quilômetros de informações, levando a sério o negócio, sem fazer apologia nem crime , com todo o respeito, e tudo ser simplismente apagado. Mas existem opiniões e existem fatos. Tudo o que eu falo não é uma opiniao pessoal apenas, são na verdade fatos, quer queira, quer não. A politica de drogas de proibição e repressão fracassou. Qualquer especialista que defenda aumentar a dose desse amargo remédio, me desculpe, não sabe o que está falando e deve procurar outra profissão. Devemos pensar um futuro onde a sociedade esteja madura o suficiente para não proibir a fabricação e uso de nenhuma droga. Não estamos preparados para isso ainda, eu concordo. Mas o tempo da legalização da maconha é eminente. No mundo, de 5 a 15 anos (isso é um chute, mas é meu, pode ser 20 ou 30 anos, mas o fato é que ocorrerá) a maconha estará globalmente legalizada. Mas por outro lado, ver pessoas lutando contra, mostrando oposição, querendo conservar o que já se provou ineficaz e ainda por cima defender tudo isso sem ao menos conseguir explicar, me incomoda muito! E por isso eu não vou ficar calado! Me desculpe novamente, mas você, defensor da proibição, colocar a foto do mexicano cheio de facas, já é uma mostra de total desconhecimento quanto ao assunto em questão. É lógico que essa foto ficaria melhor para ilustrar as minhas idéias (sem querer ser convencido) pois é lógico que não é a maconha que faz as pessoas assassinarem alguem assim, e sim todo o sistema monstruoso que existe por trás da proibição de substancias. E isso já está provado que não vai mudar em nada ao se aplicar o mesmo remédio.

    "Essa política de deixar viciar e depois tratar é absurda. "

    Concordo, e é essa a atual política. Deixa viciar e depois trata.

    Já a política que eu defendo é o contrário disso.

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  5. E outra coisa, se eu nao for discutir as mudanças com quem é contra a legalização, vou discutir com quem? Não vou ficar no meu mundo fechado com outros maconheiros discutindo idéias e sonhos distantes. Quero a coisa prática.

    Adiantaria os negros só falarem entre si seus graves problemas de sufocamento no passado? Não. Eles precisaram conversar e até lutar com os brancos. Aliás, a maconha foi proibida no Brasil antes mesmo do EUA, junto com o samba e a capoeira, e isso a TV também não fala. Por isso que eu digo que querer a maconha proibida é a repercussão dessas atitudes racistas do passado. A demonização da maconha é uma fato real sim que ocorreu e não uma opinião pessoal.

    Então, voltando ao meu caso, se quando se posicionam a favor de uma situação que prejudica a mim e a outros, por que eu não vou querer falar, discordar e expressar minhas idéias? Adiantaria eu falar só com outros companheiros de luta? E graças a DEUS não é só fumador de erva que está do meu lado, pois o que eu defendo não é "papo de maconheiro", mas sim ciência, política, amadurecimento social, saber viver com as diferenças, amor, respeito, saúde, etc...

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  6. Gutenberg, você escreve bem e tem um ótimo blog com muito conteúdo interessante. Infelizmente, não tenho esse mesmo dom de escrever, mas preciso dar minha opnião neste post, tentarei ser o mais claro possível.

    Seu conhecimento sobre o assunto, fez você errar feio no que escreveu...

    Tenho 23 anos, sou programador de uma grande empresa, ando com pessoas da mesma idade e que, também fumam e todos, digo, todos tem vidas estáveis.

    Moro em Portugal, não sei se você sabe, mas portugal, descriminalizou a 10 anos a posse e a compra de TODAS as drogas.

    fica o link muito interessante que gostaria que você se informasse

    http://www.comunidadesegura.org/pt-br/politica-de-drogas/MATERIA-drogas-oito-anos-de-descriminalizacao-em-Portugal

    e esse:

    http://coletivodar.wordpress.com/2009/12/31/cai-o-uso-de-drogas-entre-jovens-portugueses/


    Sim, este assunto é polêmico, pois cada vez mais as pessoas estão olhando para trás e vendo NÃO DEU CERTO, não funcionou, a sociedade em si, só perdeu com essa proibição maluca.

    Você fala de experiência?

    Nós falamos de FATOS, provas científicas, com modelos reais, como o de Portugal, estamos mostrando na prática que dá sim para mudar o comportamento das pessoas dando a liberdade. Investindo todo o dinheiro destinado a PRENDER o usuário para por nas escolas e dar ajuda a quem quer largar e não consegue.

    Pessoas que ouviram a vida inteira que maconha mata neurônio, que é do diabo, que é igual a crack, que vc vai procurar outras drogas para ficar doidao. TUDO MENTIRA descarada ainda. Temos provas que maconha só não mata neurônio, como existem estudos que mostram um crescimento das célular cerebrais.

    ref.

    Universidade de Saskatchewan em Saskatoon, Canada.

    http://www.newscientist.com/article/dn8155-marijuana-might-cause-new-cell-growth-in-the-brain.html

    Sem entrar em todos os benefícios com tecidos (muito mais duráveis que algodão e muito menos prejudiciais para o meio ambiente e outros produtos.

    http://babeldasartes.wordpress.com/2009/05/25/maconha-serve-pra-que-mesmo/



    As drogas não foram sempre proibidas, quando as mulheres usavam óleo de cannabís para alivias as cólicas menstruais em 1900 era um remédio como outro qualquer. As pessoas usavam e abusavam, roupas, remédios, diversão e religião.
    E nem por isso o mundo virou um inferninho.

    Me desculpe, sei que não escrevo muito bem, mas meu ponto é que, se informe, veja vídeos de pessoas que realmente entendem do assunto, leia matérias de neurologistas conceituados para não fazer tão feio da proxima vez.

    o vídeo mais importante:

    http://www.youtube.com/watch?v=bUiujh-xAi8

    documentário brasileiro, favor, veja inteiro e vá atrás das fontes, veja quem são as pessoas que estão falando, pode ser que começe a dar mais credibilidade ao assunto.


    abraços

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  7. link interessante..

    e vale a pena ver o video em ingles no final...

    http://hempadao.blogspot.com/2011/03/ed109-cannabusiness-alimentacao.html

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