quarta-feira, 16 de março de 2011
Che Guevara sumiu do Escola Kids
Nem o Che escapou. Depois da polêmica em torno do artigo que reverenciava o santo revolucionário, os responsáveis pelo site Escola Kids decidiram transformá-lo no que George Orwell chamou de “impessoa”. O artigo desapareceu do site, ou melhor, nunca existiu.
Não deixa de ser coerente, a esquerda revolucionária não se retratava, tinha por hábito apagar; de tudo um pouco. Sumiam fatos, coisas e pessoas. Uma fotografia alterada aqui, um massacre ali e a esquerda revolucionária ia tecendo a história. Esse é o problema com as ideias infalíveis, quando falham “não falharam”.
Em 1940, logo após a invasão da Polônia, soldados da União Soviética executaram, estima-se, 22 mil pessoas. Além de ordenar o massacre, as autoridades soviéticas esconderam o “milagre”. Pouco tempo depois culparam os nazistas, antigos parceiros na divisão da Polônia. Durante as longas décadas que o seu país ficou sob domínio soviético, os poloneses foram obrigados a esquecer aquilo que sabiam e reconhecer a versão comunista como verdadeira. Convenhamos, foram sensatos. Enquanto o Massacre de Katyn permanecia em sua versão alternativa, Stalin passava a borracha nas fotografias. Mao Tsé-Tung logo dominou a técnica. Segundo as estimativas mais humildes, riscou do mapa 50 milhões de chineses!
A “superioridade” moral das ideias desses revolucionários não é compatível com o que eles realmente fazem na realidade, então é preciso apagar e reescrever. O Millôr Fernandes tem uma frase que, embora simples, capta com precisão a essência do projeto: “O comunismo é uma espécie de alfaiate que quando a roupa não fica boa faz alterações no cliente”. É a Reversal Russa."
Leia o texto completo no blog:
http://www.filosofiacirurgica.com/
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