BAU DE TEXTOS
CANABIS DOUBLES THE RISK OF PSYCHOTIC EPISODES. Ou: maconheiro pode, sim, ficar psicótico
Stephen Adams (Daily Telegraph)
Uma equipe de pesquisadores internacionais acompanhou a vida de quase dois mil jovens alemães, que começaram sem nenhum histórico de psicose, durante mais de uma década.
Eles descobriram que os jovens que começaram a fumar a droga durante os tempos de faculdade eram 90 por cento mais sucetíveis a terem sintomas psicóticos em meados da casa dos 20 anos. No estudo, os usuários de maconha foram definidos como os que haviam usado a droga pelo menos cinco vezes entre os 18 e 21 anos.
As taxas de quadros psícóticos entre usuários e não-usuários na idade de 26 anos foram então comparados. Outros fatores que são conhecidos por afetarem a probabilidade de psicoses, como traumas de infância e crescer em um meio urbano, foram levados em conta.
Os autores da pesquisa, chefiados por Rebecca Kuepper, uma psicóloga pesquisadora da Universidade de Masstricht, na Holanda, concluiu: "Este estudo acompanhado, de 10 anos de duração, mostrou que o uso eventual da maconha aumentou significativamente o risco de eventuais quadros psicóticos."
Os cientistas acreditam que a exposição ao TCH, o principal componente psicoativo da maconha, torna o cérebro mais suscetível a quadros psicóticos, como paranóias e alucinações.
O estudo também descobriu que um aumento no número de quadros psicóticos se seguiu ao uso de maconha e não o contrário, desmentindo a teoria de que a relação entre os dois não passava de pessoas suscetíveis à psicose se auto-medicando.
A maconha foi rebaixada de droga de classe B para droga de classe C em 2004. Os críticos disseram que isto dava aos jovens a impressão de que ela havia sido descriminalizada. A decisão foi revertida em 2009.
Sir Robin Murray, professor de pesquisa psiquiátrica no Kings College de Londres, diz: "Este estudo acrescenta mais um tijolo à parede de evidências mostrando que o uso tradicional de maconha é uma causa contribuidora para psicoses como a esquizofrenia."
Mas ele diz que ela não respondia "à importante pergunta sobre se o skunk e outros tipos potentes de maconha ocasionam um risco mais alto de psicose do que a maconha tradicional".
Peter Kinderman, professor de patologia clínica na Universidade de Liverpool, diz que o estudo "oferece mais evidências de que o uso de maconha é um fator de risco para a psicose e recomenda uma postura cautelosa e responsável em relação à legislação sobre a maconha".
Publicado em 11/03/2011 - extraído de VeraDextra
Professor e neurocientista Sidarta Ribeiro (co-autor do livro "Maconha, cérebro e saúde"), organizado pelo Coletivo Cannabis Ativa , no dia 25.02.2011, no Auditório de Ciências Sociais da UFRN. Natal/RN. Brasil.
ResponderExcluirhttp://www.youtube.com/watch?v=HVLUBRTKSIk&feature=player_embedded