BAU DE TEXTOS
AINDA A MACONHA E AQUELE BLOGUEIRO DE LULA
Só para esclarecer: naquele post em que escarneço um pouco dos defensores da descriminação da maconha, afirmando que jamais vêem os consumidores da droga também como dependentes químicos, não busquei, de modo nenhum, equiparar maconha, tabaco, álcool… Não mesmo! Já escrevi dezenas de textos afirmando que são coisas diferentes. Aliás, vivo dizendo que, não raro, comparações e metáforas podem mais perturbar o pensamento do que clarificá-lo. Porque uma coisa, afinal, só é igual a si mesma. Sempre que alguém, eu inclusive, recorre ao “é como se…”, num esforço de aproximar o leitor de um objeto ou de uma idéia, há o risco de que estejamos fazendo a operação contrária.
Fiz aquela observação da dependência química porque os defensores da maconha pretendem que a erva seja, assim, um jeito de corpo, um gosto pessoal, uma forma de expressão até, um ato de liberdade… Viciados são os alcoólatras; viciados são os fumantes caretas… Eles não! Ao contrário! Eles são é livres! Tenham paciência, né? Isso me lembra aquele chiste do sujeito que, para provar que não é viciado em cigarros, declara que já parou de fumar umas 20 vezes…
Sim, sim, claro, sempre há estudos para todos os gostos. Respeitáveis especialistas evidenciam que a maconha, ao contrário do que afirmam alguns missivistas — que certamente não largam da erva só porque gostam muito; viciado sou eu, que fumo Hollywood… —, causa, sim, dependência química. E, evidentemente, este não é o único mal, observação que vale também para o tabaco. Se um fumante precisasse apenas de nicotina, bastaria botar os tais adesivos, e tudo estaria resolvido. Mas os fumantes sabem que não é assim.
Uma das posturas lastimáveis dos que defendem a descriminação da maconha é justamente esta: o esforço para tornar a droga uma coisa inócua, uma bobagenzinha gostosa, um ato irrelevante, um “hoje é segunda-feira”… Não! Psiquiatras e psicanalistas respeitáveis e respeitados (sempre lembrando que há porra-louca em todas as profissões) sabem como são complexos os caminhos que levam ao vício. Quem entendeu o centro da minha objeção à descriminação das drogas — por que só a maconha? — já percebeu que considero que fatalmente se associariam a essas substâncias todos os malefícios próprios da legalidade.
E sem nenhum benefício em troca — nem mesmo o tão propalado fim do narcotráfico e, pois, da violência. Esta, então, é a mais burra de todas as ilações. Até parece que quem decide viver do narcotráfico vai escolher o caminho da decência se as drogas forem legais…
Muitos defensores da maconha que me enviam comentários me tratam, acreditem — é que não os publico —, com indisfarçável superioridade. Eu seria o pobre infeliz que ainda não atingiu aquela iluminação.
E há quem jure que eu seria mais feliz e até mais sensual se desse uns “peguinhas”. Contra todas as evidências, digamos, relaxantes da droga, eles asseguram que ela aumenta até a libido!!! Bem, forço-me a comentar cá com os meus botões: “Se a parceira também estiver turbinada, eis um auto-engano que pode ser compartilhado, não é mesmo?” Ademais, vai saber… Pode-se fazer gritaria por muitos motivos, hehe…
Viciados têm dessas coisas: o sujeito cheira pó e tem a certeza de que está sendo brilhante; o outro enche a cara e não tem dúvida de que o pensamento atinge altitudes inéditas; um terceiro fuma e não duvida de que ultrapassou um novo umbral da sabedoria. Essa gente é o verdadeiro porre de quem está sóbrio.
Convenham: a dependência química é intelectualmente mais honesta. Quando menos, o indivíduo sabe que está com um problema. Esses “não-viciados” que não vivem sem as drogas acreditam ter “a” solução.
Encerrando, como poderia me esquecer de que aquele sujeito que Lula contratou para ser seu blogueiro me recomendou que fumasse maconha porque, disse, se eu o tivesse feito em passado remoto, não teria tido tumores na cabeça.
Sim, o blogueiro de Lula acredita que maconha evita tumores. Huuummm… Pelo visto, a erva não ajuda nem a fazer blog…
Enfim. Esse Reinaldo escreveu, escreveu, mas não conseguiu provar alguma vantagem na manuntenção da proibição da maconha. Pelo contrário, quando ele cita o vício na droga (que existe), ele nada mais nada menos que acaba explicitando mais um argumento a favor da legalização, afinal em um ambiente legal é mais fácil controlar, educar e até reduzir o consumo, vejam o exemplo do tabaco. Nenhum maior de idade é proibido de fumar, mas mesmo assim o consumo reduziu devido a ótimas politicas publicas ( restringir locais de uso e não associar massivamente nos meios de comunicação cigarro à prazer, produtos, com belas musicas de fundo)
ResponderExcluirNão é verdade que todos que defendem a legalização da maconha consideram essa droga inócua, uma bobagenzinha. Mas não é por que ela pode ser perigosa, tem seu grupo de risco (10%), que ela tem que ser proibida. Isso é uma grande falácia, e não apenas usuário da erva compartilham comigo essa opinião, como também os defensores de novas politicas publicas ao perceberem que a proibição e a repressão fazem parte de uma politica de conto de fadas. Imagine milhares de pessoas com uma doença e você dá o mesmo remédio para todas elas, e nenhum resultado é obtido, pelo contrário, a situação se agrava. Você vai aumentar a dose do remédio ou buscar um outro plano? Eu vou na segunda opção.
A pessoa pode ser à favor da LEGALIZAÇÃO da maconha sem necessariamente ser à favor da maconha e me impressiona que um colunista da VEJA faça essa confusão.
Cara vc é louco! Vc acha que todo mundo que fuma fica viciado ou é viciado? Vc prefere gastar milhoes na represao que nao funcioana ao inves de ganhar dinheiro com todos os beneficios da planta? como gasolina, tecido entre tantos outros? Como vc nao compara com alcool e cigarro, é claro que sao coisas diferentes, mas sao legalizados e fazem um mal pior. Quero ver voçê provar os mals que vc citou a cima, pq até hoje nao vi ninguem morrer de alguma doença gerada pela maconha. Falar é muito facil amigão. Porque vc nao conversa com FHC e ve seus estudos sobre a maconha, ve se ele encontrou algo do que vc está dizendo. Esse post é coisa de careta sem informçao, vai estudar!
ResponderExcluirFutebol, você deve ter tomado alguma bolada na cabeça. Ou foi outra coisa? Nem lê direito o que está escrito. Esse texto é do R. Azevedo, e ele usa a lógica e fontes que existem e são muito confiáveis. Se a lei mudar, e terão que convenser dezenas de milhões de brasileiros para isso, ótimo. Eu não me importarei. Mas agora é a lei. Não faço muita coisa porque leis proíbem. Algumas lamento, ouras não. Mas vivemos numa democracia. É assim. Não dá para fazer só o que a gente acha certo.
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