CHALITA 1: Na edição nº 333 da revista IstoÉ Gente:
Esse Gabriel não pára!!!”. Era esse o desabafo mais comum da mãe para o pai de Gabriel Chalita, um menino que tinha lá uma bicicletinha e com a qual rodava toda Cachoeira Paulista (SP). Aos 5, 6 anos, sossegava um pouco vendendo linha sentado na calçada da loja do pai. Pouco depois, passou a freqüentar campo de futebol para vender geladinho. Falante e brincalhão - mesmo ainda hoje, aos 36 anos -, o programa predileto de Gabriel era visitar o asilo da Santa Casa de Cachoeira. Lá, conheceu uma professora aposentada, dona Ermelinda, que lhe emprestou os primeiros “livros difíceis”. Tinha oito anos e devorava Clarice Lispector, Sartre, Monteiro Lobato. “Gostou? Entendeu?”, perguntava dona Ermelinda, sempre que o menino retornava. “Não entendi nada, mas adorei”, respondia ele.
CHALITA 2: “DOCE LAR 1
Gabriel Chalita (…) está de casa nova. Ele comprou um deslumbrante dúplex, de 1.500 m2, numa das esquinas mais charmosas de São Paulo, a da rua Rio de Janeiro com a avenida Higienópolis. A cobertura tem até uma piscina e uma das vistas mais lindas da cidade.
O imóvel custa mais de R$ 4,5 milhões. O secretário diz que negociou o preço e deu imóveis que recebeu de herança como parte da negociação.
O imóvel custa mais de R$ 4,5 milhões. O secretário diz que negociou o preço e deu imóveis que recebeu de herança como parte da negociação.
DOCE LAR 2
"Chalita diz que tem uma coleção de 15 mil publicações que vai levar para o lugar.”
"Chalita diz que tem uma coleção de 15 mil publicações que vai levar para o lugar.”
Reinaldo Azevedo levanta algumas questões interessantes sobre o procedimento de políticos em tentar, aparentemente, reescrever o próprio passado para parecem mais humildes ou pobres do que teriam sido na realidade.
Ele se referiu a uma palestra do deputado Gabriel Chalita, o segundo mais votado de São Paulo, a universitários de Mogi das Cruzes. Ali narrou uma história triste de pobreza. Falou sobre seu pai analfabeto e simples feirante.
Tudo em Chalita passa a imagem de moço de fino trato, no entanto. E as matérias das publicações acima, em vermelho, localizadas por Azevedo, fazem pensar em quem é, de fato, Gabriel Chalita, pois contrastam com a história triste contada aos universitários. Quem se importa? A cada público uma história, talvez...
A cultura do "pobrismo" dá muitos votos no Brasil, ultimamente. Quem não quer reeditar o fenômeno Lula, este sim, um verdadeiro apedeuta e filho da seca?. René Girard trata em sua obra do mimetismo. De fato, nunca foi tão claro o comportameto mimético de certas pessoas para construir e vender uma imagem verossimilhante de pobreza, e subir na vida.
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