MULHERES DA BURKA MENTAL - PARTE II
Conde Loppeux de la Villanueva
Voltei a assistir àquele debate sobre a questão árabe-israelense, patrocinado pelo Jornal Folha de São Paulo e divulgado na internet. Falei, no artigo anterior, sobre a professora de filosofia Bernadete Abrão, com seus tiques nervosos, suas caretas, apertos de lábios, olhares esbugalhados e suas opiniões dementes sobre Israel e os judeus. A sua comparsa das causas islâmicas, dona Arlene Clemesha, tem um aspecto mais agradável. É até bonita (uma raridade na FFLCH, dominada por canhões soviéticos do tipo Marilena Chauí), embora se dependesse dessas mulheres, usariam barbas, ora porque são marxistas, ora porque agora têm a mania de serem pró-islâmicas. Algumas talvez não iriam tão longe. As burkas realmente serviriam melhor. . .
Dona Arlene Clemesha é historiadora da USP e é Diretora do Centro de Estudos Árabes da mesma universidade. Apesar do cabedal, as opiniões que ela emitiu na palestra não fazem jus a sua carreira. Pelo contrário, o que escutei é um emaranhado de tolices absurdas. Às vezes me pergunto por que o contribuinte gasta para formar tanta gente com idéias tão bobalhonas. É pior. Esse pessoal da USP defende o que há de pior no mundo. Dona Arlene Clemesha, tal como Dona Bernadete Abrão, é um poço de desinformação!
Dona Clemesha começa a falar sobre a revolta do Egito contra o governo Hosni Mubarak. Ela diz que a rebelião de lá não tem como causa as investidas dos radicais da Irmandade Muçulmana, mas tão somente algo “espontâneo” e, portanto, “popular”. Ela ainda diz que é besteira temer o chamado “perigo islâmico”, já que nas palavras dela, os jovens egípcios estão nas ruas para exigir dignidade, pra exigir emprego, pra exigir pão, pra exigir moradia, pra exigir direitos humanos, respeito e fim da tortura nas prisões, etc. Tal resposta deixou-me mais perplexo ainda: Dona Clemesha só falta vender a idéia da rebelião egípcia como uma espécie manifesta de “Fórum Social Mundial”, de “outro mundo é possível”.
Convém dizer, desde quando exigir emprego, pão e casa para o governo pode ser considerada uma rebelião séria? Percebem-se aí os sentimentos difusos e incoerentes da massa. Na Rússia pré-soviética, a população exigia terra e pão e deu no que deu: uma ditadura sanguinária, que durou quase um século, com um preço de milhões de mortos. Por que no Egito, cuja tradição de democracia é tão inócua como na Rússia czarista seria diferente?
O que dona Clemesha finge ignorar é que a revolta egípcia tem todo o caráter de uma oclocracia, de uma rebelião de multidões, que ao causarem um caos governamental e destruírem o governo, vão deixar um vácuo de poder. Na velha tradição política ocidental, a oclocracia quase sempre leva uma nação aos caos e ao cesarismo, que é o governo da tirania. No caso islâmico, provavelmente a tirania teocrática vai tomar o poder. E quem ocupará este poder? Obviamente a Irmandade Muçulmana, o único grupo realmente organizado para tomar as rédeas do país, além do exército.
A professora fala de democracia e direitos humanos, mas não nos cita um grupo sequer no Egito que defenda esses valores. Pelo contrário, as revoltas na Jordânia, no Iêmen, na Tunísia e demais países, a grande maioria formada de governos aliados dos Eua, têm o dedo do Irã no meio. Dona Arlene acredita que o Irã liga pra direitos humanos? Que os fanáticos islâmicos estão preocupados com isso? Claro que ela não é tão idiota assim. É tão somente uma pessoa intelectualmente desonesta.
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