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quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

FOREIGN POLICY APONTA OS NOVE ERROS DE MUBARAK.

Hosni Mubarak, do Egito (no poder há 30 anos), enfrenta pressões populares para renunciar. Em consequência ele anucIou que não disputaria as eleições de setembro, mas os protestos contra seu governo – iniciados dia 25 de janeiro – não cessam.
Segundo a revista Foreign Policy, parte da popuLação protesta porque ele cometeu uma série de erros no comando do país mais populoso do mundo árabe. Nove deles teriam sido o estopim para as revoltas.

1 - Concentração de renda. A economia do Egito cresceu consideravelmente nos últimos anos, mas a população ficou à margem do processo. Críticos dizem que apenas empresários ligados ao Partido Democrático Nacional (a legenda de Mubarak) enriqueceram.
2 – Corrupção. A corrupção é um dos fatores mais criticados. É difícil fazer qualquer coisa no país sem pagar propina ou ter conexões com figurões. No governo, diz a população, não é diferente.
3 – Falta de visão. Gamal Abdel Nasser e Anwar Sadat, antecessores de Mubarak, sabiam onde queriam levar o Egito. O atual presidente, por sua vez, não oferece uma meta clara aos egípcios. O que ele oferece é uma infraestrutura em ruínas, condições socioeconômicas decadentes e lealdade ao Ocidente.
4 – Falta de reformas. O governo de Mubarak promete reformas políticas há anos. Candidatos independentes são proibidos de disputar a presidência, e há inúmeras acusações de fraudes nas eleições.
5 – Campanha por Gamal. Mubarak tem 82 anos e pode não estar bem de saúde. Por isso, o presidente tem preparado seu filho, Gamal, para sucedê-lo. Gamal, atualmente dirigente do Partido Nacional Democrático, e isso não agrada a população.
6 – Despreparo para os protestos. As manifestações que ocorrem no Egito não passam de pequenas marchas rapidamente dispersadas pela polícia. Desta vez, os organizadores estão conectados uns aos outros e sabem como se comunicar com o público descontente com o governo. A polícia não foi capaz de conter as marchas e os militares foram chamados.
7 – Trapaças. Durante a maioria das eleições parlamentares que ocorreram durante seu mandato, Mubarak deixou alguns assentos para os opositores. Em 2010, porém, a oposição foi drasticamente reduzida e a Irmandade Muçulmana, o maior partido opositor, ficou de fora do Parlamento.
8 – “Capangas” nas ruas. Vários dos saqueadores detidos durante o vácuo de segurança causado pela ausência da polícia durante três dias de protestos carregavam identificações de funcionários do governo e da polícia, sugerindo que eles foram enviados pelo governo. Mubarak pode ter tentado levar o povo para casa, mas não deu certo, e os protestos só cresceram..
9 – Nomeação de aliados. Mubarak anunciou reformas políticas e constitucionais não especificadas e prometeu não disputar as eleições em setembro; porém, nomeou dois militares e aliados próximos para os cargos de vice-presidente e primeiro-ministro, o que foi interpretado como estratégias para perpetuar seu partido e seus aliados no poder.

http://www.foreignpolicy.com/

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