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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

ANOUSH EHTESHAMI AND DEMOCRACY IN EGYPT. Daniel Pipes analisa possíveis desdobramentos da política no Egito

ANEXO ABAIXO TEXTO EXTRAÍDO DO BLOG DE ALUIZIO AMORIM  (http://aluizioamorim.blogspot.com/)
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Mais um excelente artigo do respeitado expert em Oriente Médio e política internacional Daniel Pipes a respeito dos possíveis desdobramentos da dita 'revolução' egípcia que, por enquanto, não sinaliza claramente qual o rumo político e institucional que tomará a Nação. Concordo com a análise de Daniel Pipes e continuo temendo a nefasta ação do fanatismo muçulmano nesse país em que 95% de sua  população, dizem as estatísticas,  professa o credo de Maomé. Acresce a este fato uma notícia muito cabulosa. Os aiatolás iranianos comemoraram o movimento oposicionista egípcio enquanto reprimiram violentamente os protesto que acabam de ocorrer no Irã. Além disso, o Parlamento iraniano pediu a pena de morte para os opositores do regime. Portanto, faço minhas as palavras de Daniel Pipes e também antevejo que nos próximos 12 meses, pelo menos, nada de novo ocorrerá às margens do Nilo. (Aluizio Amorim)

Daniel Pipes (Read in english here)


Anoush Ehteshami não deveria ter assumido a misssão de afirmar "que o Egito se tornará uma democracia em um ano" visto que, na realidade, compartilha com o meu ceticismo a cerca do surgimento da plena participação política num período de tempo tão curto. São cinco as suas dúvidas e circunspecções:

Para começar, defendeu a continuidade no poder do regime e suas instituições, observando que "a máquina do estado continua infiltrada por membros do partido e pessoas leais a Mubarak", enquanto "o grande establishment responsável pela segurança permanece inteiramente controlado pela elite governante criada por Mubarak". A partir disso, ele conclui que "o fim eminente desse regime e desse presidente pode ter sido exagerado". Obviamente, isso sustenta o meu raciocínio.

Segundo, o Sr. Ehteshami não prevê nada mais esperançoso para o futuro do Egito do que "poderia ser vagamente referenciado como o caminho repleto de solavancos rumo à democratização". Esse termo vago, explica ele, significa (1) uma expansão da base política, (2) alargamento do espaço público e (3) infiltração de forças reformistas no regime. Não entendo o que significa tudo isso – contudo não se encaixa na descrição convencional de democracia.

Terceiro, ele prevê o aparecimento de uma ampla coalizão – em seguida seu fracasso imediato, levando à consolidação de partidos representando enfoques islamistas, nacionalistas, liberais, pan-árabes e seculares. A competição entre eles admite, "será longa e dolorosa" – adjetivos que indicam que o processo não estará concluído em doze meses nem tampouco será democrático.

Quarto, o mais excêntrico de todos, conforme sustenta o Sr. Ehteshami as forças econômicas impulsionarão o país em direção à democracia: "O imperativo econômico irá gerar suas próprias pressões contra o governo e o ímpeto em busca de amplas reformas econômicas e de transparência proporcionarão mais energia a favor das forças pró-reformistas". Diga isso aos chineses que estão aturando três décadas de governo autocrático acompanhado de expansão econômica.

A partir dessa mistura de previsões vem a conclusão menos eloquente ainda de que em um ano, "o Egito estará se tornando uma democracia". Bem, "se tornando uma democracia" não é a proposta: só para lembrar, nosso tópico é se "o Egito se tornará uma democracia". O Sr. Ehteshami parece incapaz de realmente fazer tal previsão.

Em suma, ambos concordamos que após um "longo e doloroso" ano, o Egito estará, na melhor das hipóteses "se tornando uma democracia". Agradeço a ele por me ajudar a defender o ponto de vista de que o Egito permanecerá autocrático nos próximos doze meses.

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