Conde Loppeux de la Villanueva
Uma grande amiga da internet me mostra um debate a respeito do conflito árabe-israelense, patrocinado pelo jornal Folha de São Paulo. Dentre os participantes, chamou-me a atenção o posicionamento ideológico das duas mulheres debatedoras. Os regimes islâmicos, em geral, não são nada caridosos com elas. Alguns países admitem a extirpação do clitóris das moças; outros impõem a burka e surram as mulheres que buscam trabalho ou estudo; e em países como o Irã, o testemunho da mulher vale menos do que um homem (para não dizer que não vale absolutamente nada).
Um debatedor da mesa, um português muito perspicaz, respondeu às mulheres da mesa que só a democracia ocidental permite que elas tenham essa participação nos assuntos públicos. E desafiou a todo mundo qual país islâmico há mulheres na política. Eu poderia recordar o nome de Benazir Bhutto, duas vezes primeira-ministra do Paquistão e primeira (e única) mulher a ocupar um cargo de chefia de governo de um país islâmico. Ah, ela foi assassinada pelos radicais de sua religião!
Uma delas se chama Bernadete Abrão e seu currículo é o de professora de filosofia. Encontro seu nome em um tal "Manifesto filósofos-pró Dilma Roussef", dando seu nome ao PT e à campanha da atual presidente Dilma Rousseff. Medo! Desde que Marilena Chauí virou referência para a filosofia no Brasil, eu costumo desconfiar desse tipo de ensino no Brasil. De fato, ela tem artigos em defesa da causa palestina, principalmente na página do vermelho, o portal do Partido Comunista do Brasil. Não sinto medo, mas pavor! A filósofa escreve num site stalinista! E ela defende a causa palestina em nome dos Direitos Humanos.
O problema é o discurso seletivo dela quando a questão são os “direitos”. Ela começa o debate falando de sua fazenda no interior de São Paulo. Sua voz é melíflua, lânguida, fanhosa, para escamotear um temperamento genioso e explosivo. Isso não é problema: Stálin tinha uma voz melíflua, fanhosa e lânguida e matou umas dezenas de milhões de pessoas. É uma senhora cheia de tiques nervosos e caretas. E faz uma falsa analogia: compara a colonização judaica na Palestina com a tomada de sua própria fazendinha (ela deve estar confundindo a comunidade judaica com o MST). Fala das “gangues terroristas sionistas” que atacavam as aldeias árabes, desde o início do século XX! E depois chega a conclusão da ilegitimidade do Estado judeu. Sua ladainha é um retrato fiel da aliança da esquerda com o islamismo radical ao extremo. Até aí nada de novo.
O que me assustou é que dona Bernadete, que provavelmente não deve ser islâmica, parece mais radical do que qualquer fundamentalista islâmico. É pior, embora ela se autodenomine “anti-sionista”, na prática, corrobora com todo o discurso de ódio anti-judaico dos grupos anti-semitas. Jean François Revel, no âmago de seu sarcasmo, dizia que o anti-sionismo era o tapa-sexo do anti-semita moderno. O que me surpreendeu naquela vozinha falsamente adocicada, fanhosa, não foi o ódio anti-judeu ou o apoio patético ao terrorismo islâmico. Foram simplesmente as mentiras históricas e políticas que Dona Bernadete afirmou para aquele público.
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