(14/02/2011)
Reinaldo José Lopes
da Folha de S.Paulo
Um novo retrato das contribuições de cada etnia para o DNA dos brasileiros, obtido com amostras das cinco regiões do país, indica que, em média, ancestrais europeus respondem por quase 80% da herança genética da população.
A variação entre regiões é pequena, com a possível exceção do Sul, onde a contribuição europeia chega perto dos 90%.
Os resultados, publicados na revista científica “American Journal of Human Biology” por uma equipe da Universidade Católica de Brasília, dão mais peso a resultados anteriores, os quais também mostravam que, no Brasil, indicadores de aparência física como cor da pele, dos olhos e dos cabelos têm relativamente pouca relação com a ascendência de cada pessoa.
População mestiça
Os resultados obtidos pela equipe de Brasília são mais uma prova do cuidado necessário para estudar a associação entre doenças e características genéticas numa população miscigenada como a brasileira.
“Já houve estudos de associação genética com grupos definidos como “brasileiros brancos e brasileiros negros”. No fundo, essas definições não querem dizer absolutamente nada”, afirma Pereira.
Em países como os EUA, conta ele, já chegaram ao mercado alguns medicamentos voltados de forma específica para os americanos de origem africana, levando em conta o fato de que o organismo de pessoas de diferentes ascendências reage de maneira variada a certas substâncias.
“Agora, imagine uma droga dessas no Brasil. Não adianta uma pessoa ter aparência africana para você prever se ela vai responder ao remédio. Não tem como saber se ela possui o bendito alelo [variante genética] ligado àquela resposta”, explica.
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