Uma tonelada e meia de maconha foi incinerada, nos fornos de uma indústria, em Cuiabá, pelo grupo de Atuação Contra o Crime Organizado (GAECO), do Ministério Público, por falta de lugar para guardar a droga.
A notícia da incineração da droga apreendida em uma operação que levou à prisão de 15 pessoas, é boa, mas sugere algumas reflexões.
As autoridades incineraram a droga por falta de depósito. Isso significa que, ou faltam depósitos seguros para deixar drogas guardadas (droga é dinheiro), ou todos os depósitos existentes e seguros já estão lotados.
Uma semana acompanhando o noticiário sobre apreensão de drogas, em geral, no Brasil, demonstra que são toneladas e mais toneladas de maconha, cocaína, crack e outras apreendidas.
Os bandidos usam fundos falsos de carroceria de caminhão, portas de automóvel, cargas de madeira, bagageiros de ônibus, etc. São mestres em inventar alternativas a policia. Esta vai aprendendo e apreende, a cada semana, droga suficiente para levar à morte centenas de jovens,como realmente acontece.
As autoridades federais gostam de apontar os índices de apreensão para mostrar o quanto trabalham. Podem até estar trabalhando, mas a apreensão de quantidades crescentes, em algumas rotas (Paraná, Mato Grosso, São Paulo e Minas) indicam que o apreendido é uma pequena amostra do que deve estar, de fato, escapando à Policia.
Há forte demanda por drogas, enquanto os tontos da militância pró-drogas liberadas (é, isso existe!) fazem marchinhas para que todos possam usar drogas felizes. QUE MERDA! Outro dia ouvi de um observador: “o que pegam é como o boi de piranha”.
Para quem não é do interior e nem sabe o que é boi e nem piranha, fique sabendo que os boiadeiros, antigamente, quando iam cruzar com uma grande boiada rios que tinham muita piranha (peixe carnívoro voraz), mandavam antes para a água um animal para ser atacado pelas piranhas.
Enquanto milhares de piranhas se banqueteavam com a carne do pobre coitado do boi, a boiada atravessava em paz.
Talvez o apreendido seja apenas o boi de piranha, para distrair a fiscalização. Talvez parte do apreendido resulte mesmo do trabalho de inteligência, que há de fato. Mas tudo isso remete à questão da incineração.
As apreensões são guardadas para servirem de prova. Mas aguçam, pela quantidade e pelo alto valor, a cupidez dos homens, e de alguns agentes da lei, gerando corrupção. Creio que fiscais públicos deveriam filmar e fotografar o apreendido, emitir um laudo, guardar uma pequena parte do apreendido para o processo e queimar tudo de imediato, o mais rápido possível.
A incineração imediata deveria acontecer, não por falta de espaço, mas para evitar a corrupção e que, parte do material apreeendido volte a circular e a provocar mortes, como acontece com certa freqüência. E evitar a ação de quadrilhas que chegam a assaltar delegacias para roubar cocaína, por exemplo.
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