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quarta-feira, 5 de outubro de 2011

O MARXISMO E O HOSPÍCIO CULTURAL. Como o marxismo aposentou os proletários e elegeu as minorias como canais da revolução.

A eterna revolução em


 um manicômio ideológico



Para o marxismo cultural, vale tudo, e os fins da revolução justificam todos os meios. E como o proletariado se tornou obsoleto para a revolução, qualquer bicho-careta serve de meio-objeto para a revolução.
A política da chamada “Terceira Via”, anunciada com pompa e circunstância por Tony Blair em meados da década de 90 do século passado, foi defendida pela primeira vez pelo marxista Merleau-Ponty em 1956, no seu livro “As Aventuras da Dialéctica” (Paris, Gallimard). Foram precisos quarenta anos para que as ideias da “Terceira Via” de Merleau-Ponty fossem oficialmente assumidas na política europeia; e depois de Tony Blair, seguiram-se uma série de idiotas úteis: Zapatero, José Sócrates, Lula da Silva, e até o Obama nos Estados Unidos.
Através do seu livro supracitado e do seu conceito de “Terceira Via”, Merleau-Ponty afastou-se definitivamente da ortodoxia leninista e adotou, embora de forma ambígua, o marxismo cultural da Escola de Frankfurt. Os seus discípulos Claude Lefort, Cornelius Castoriadis, e principalmente Alain Touraine, já antes de Maio’68 em Paris mas sob o signo deste movimento, abraçaram definitivamente uma mistura ideológica entre o marxismo cultural e o estruturalismo francês, adotando não só o conceito político de “Terceira Via”, mas também considerando que o movimento de proletarização terminou, e classificando a classe operária como “esclerosada”.
O que verificamos é que o meios-objeto da revolução se foram alterando sucessivamente de um “meio-objeto revolucionário” para outro, mas esses ideólogos não desistiram do conceito de revolução.
Nos seus escritos de ainda antes de Maio’68, Alain Touraine foi muito claro: os interesses de classe já não são predominantes nas lutas pelo controlo da mudança social e da ação histórica (o proletariado está esclerosado), e agora os meios e objetos da revolução passam a ser as mulheres, os jovens, o estudante, o antinuclear, o regionalista e, segundo o marxista Alain Touraine, mais tarde virão novos meios/objeto da revolução: os ecologistas e os homossexuais. Ei-los aí.
Foram precisos trinta anos para que as ideias de Alain Touraine, e seus camaradas marxistas, fossem oficialmente assumidas pela política europeia — e mais grave: assumidas pelos conservadores europeus! Criou-se, assim, um mito segundo o qual a Esquerda prevê o futuro (os novos profetas), mesmo que esse futuro revolucionário se revele, na prática, catastrófico para a sociedade. As profecias dos novos profetas marxistas têm que ser, mais tarde ou cedo, inexoravelmente adotadas sob pena de se incorrer em crime de heresia.
O mais perverso, nos novos marxistas culturais, é que não têm problema nenhum em introduzir (enviesando-as) nas suas ideias revolucionárias, as ideias de conservadores como, por exemplo, Tocqueville, e assumi-las como suas. Para o marxismo cultural, vale tudo, e os fins da revolução justificam todos os meios. 
E como o proletariado se tornou obsoleto para a revolução, qualquer bicho-careta serve de meio-objeto para a revolução: a mulher, o jovem ou o homossexual, são apenas meios-objeto, instrumentos de uma visão utópica do mundo segundo a qual é possível construir um paraíso na Terra através de engenharias sociais construídas através do divórcio entre Direito (o justo) e ética (o bem).
Quando a mulher, o jovem ou o homossexual passarem a ser “objetos revolucionários esclerosados” (como aconteceu com o “proletariado obsoleto”), os revolucionários concentrarão as suas atenções reviralhas na libertação de dominação, por exemplo, em relação aos imigrantes, à ameba, ao pardal e aos animais domésticos. 
Quiçá, as crianças precisem também de ser libertadas da dominação sexual da merda da cultura ocidental e, assim, a pedofilia seja legalizada. O que é preciso é um eterno e indiferenciado meio-objeto revolucionário para que a revolução nunca acabe.
“Los problemas no se resuelven, meramente pasan de moda”.
Nicolás Gómez Dávila
TEXTO REPRODUZIDO DO SITE MÍDIA SEM MÁSCARA:

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