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sexta-feira, 14 de outubro de 2011

A VIOLENTA EXPLOSÃO QUE MATOU 3 PESSOAS NA PRAÇA TIRADENTES, NO RIO DE JANEIRO. O dia em que a morte visitou a Praça Tiradentes. Diante da catástrofe as autoridades dizem que vão iniciar fiscalização de irregularidades no Centro da Cidade. A ação é sempre depois das tragédias.

No Brasil, em que falar vale mais que agir, as autoridades já estão começando a fazer discursos para mostrar como são rápidas para tomar decisões radicais; o que sempre acontece apenas após os desastres. É preciso o sangue de inocentes (morreram três pessoas, e 19 ficaram muito feridas) para que se verifique que faltavam licenças, não havia laudos de segurança e nem alvarás definitivos. Isto é, no Brasil, a realidade caminha muito à frente da lenta e corrupta burocracia estatal.  

Por tal motivo, quando fazem marchas ou reuniões contra a corrupção, deixando tudo muito vago, talvez tais atos não tenham muito efeito. A mesma impunidade que impera em Brasília, onde legisladores são protegidos pelo sentimento corporativo, ao invés de serem punidos por corrupção, ou onde o jogo de apoio de um partido a outro é mais importante que condenar e prender ladrões de dinheiro público, é a impunidade, o relaxo, o desleixo, o descontrole que permite uma explosão como a da Praça Tiradentes.

A questão da corrupção não envolve apenas o desvio de dinheiro público em grandes obras, nos pequenos atos do cotidiano a própria população mostra o quanto a corrupção faz parte dos hábitos dos brasileiros. Um sujeito não pode ter um funcionamento de modo irregular há anos sem que ninguém saiba. 

Nos próximos dias, certamente, veremos fiscais implacáveis fiscalizando, intimando, multando, agindo, como se tivessem iniciado suas carreiras esta semana. Todas as autoridades mostrarão a sua competência, ira e poder para transformar o Rio de Janeiro no Paraíso. Mas será tudo em vão, como a ocupação fajuta dos morros, onde os bandidos insistem em continuar mandando, apesar da boa vontade de parte da polícia. 

Os fiscais trabalharão por alguns dias com todo o empenho de vassouras novas. Bombeiros farão inspeções, promotores cobrarão providências, legisladores farão leis para proibir explosões involuntárias. Mas, antes que seja realizada a missa de um mês dos mortos, já estaremos prontos para o esquecimento.

A EXPLOSÃO

Na quinta-feira, por volta das sete horas da manhã a sempre agitada Praça Tiradentes, a famosa Praça Tiradentes, ainda estava sonolenta, no centro do Rio de Janeiro. Os turistas hospedados em hotéis das imediações nem pensavam em ir à praia. O movimento era feito daqueles que começam a chegar para atender ao povo, os faxineiros, os empregados de bares e restaurantes, os donos de banca de jornais. 

Mas a morte nunca dorme no ponto. Mesma nas manhãs de quinta-feira. Ela sempre ronda as cidades à busca de uma oportunidade para dizer "cheguei". E, no Rio de Janeiro, cidade acostumada com a sua presença, ela resolveu chamar a atenção. Vinda na forma de violentíssima explosão ela levou três pessoas: Josimar Barros (20 anos), Matheus Maio Macedo (19 anos) e Severino Antonio. 

A explosão aconteceu em um restaurante, Filé Carioca, que funcionava no  número nove da praça. Segundo os bombeiros informaram à imprensa, a explosão teria ocorrido após o vazamento de gás combustível armazenado irregularmente no local. 

Um jornaleiro das imediações disse a algumas pessoas que havia um forte cheiro de gás logo cedo. Quando funcionários do restaurante chegaram, ele ainda tentou impedir que entrassem, mas alguém entrou e, conforme se especula, acendeu um cigarro ou produziu faísca elétrica.

Uma câmara de segurança da prefeitura registrou o momento da explosão (abaixo) e pode-se ver a violência do deslocamento de ar e destroços. As pessoas foram atiradas à distância ou atingidas por objetos e pedaços de concreto. Durante algum tempo houve quem pensasse em atentado terrorista. 







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