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sexta-feira, 7 de outubro de 2011

TODO POLITICAMENTE CORRETO TOTALITÁRIO É MAL-HUMORADO. Ou, detesto cravos vermelhos, mas não os elimino dos jardins. A esquerda só gosta do humor quando está na oposição.

O humor pode ser tão perigoso como o ácido sulfúrico. O humor corrói. O humor é um excelente instrumento para ajudar a demolir ditaduras, tiranias, ou enfrentar a própria vida. O humor é sempre contra alguma ordem estabelecida, ou suas deformações.

Um vida levada muito a sério, sem um pouco de humor sobre si mesmo, para limitar o território do ridículo, seria uma vida muito chata. 


Usar o humor é uma forma de falar verdades. De tal modo que, desde os tempos antigos, os gregos já utilizavam uma certa dose de ironia e graça para observar o cotidiano dos deuses e dos mortais.

Os reis absolutos, os tiranos, nunca gostaram do humor. Digo humor referindo-me à sátira, às piadas, à ironia, uma certa dose de maldade controlada e necessária à vida.

Nem tudo deve e pode ser dito às claras. Viveríamos em choques violentos, constantemente. Mas podemos fazer como diziam os russos, conscientes da porcaria de seu sistema socialista fracassado: “eles fingem que nos pagam, nós fingimos que trabalhamos”.

A leitura do livro Nome da Rosa (Il nome della rosa, Umberto Eco, 1980), ou assistir  o filme alemão do mesmo nome (Der Name Der Rose), dirigido em 1986 por  Jean-Jacques Annaud, e estrelado pelo insuperável Sean Connery, podem ser uma lição de como o humor tem sido combatido pelos que detém o poder. 


O riso, na visão do velho monge chefe de uma biblioteca medieval, e que controlava o acesso aos livros (alguns eram proibidos) era uma forma de ceder ao Diabo. Em tempos de Inquisição...Então, até matar era permitido para impedir o riso. A morte do outro (pecador) pelo bem de todos. O bode expiatório.

O jornalista e historiador inglês, Robert Darnton, em seu encantador livro “Best-sellers Proibidos” trata de uma pesquisa sobre qual teria sido o papel da literatura corrosiva no processo da derrubada da monarquia francesa nos tempos da revolução. Ele chega à conclusão a acidez da visão dos autores sobre a futilidade da aristocracia e a hipocrisia de certa parte do clero católico era algo compreensível pelo povo, mais que a obras de filósofos do período.

Estudar, mesmo superficialmente, os regimes autoritários e totalitários, baseados em ideologia de partido único ou em ideologia religiosa, como no Irã, mostra como o humor como arma de critica e de oposição é combatido duramente.

Aqui no Brasil é notório que surgiu uma imprensa alternativa que estimulou muitos chargistas a fazerem a critica do cotidiano na ditadura, o que realmente era muito interessante. Os censores marcavam de perto os humoristas. E eram muitas vezes driblados por eles.

Mas, quando a esquerda chega ao poder, é sempre assim, todo aquele humor que lhes serviu de caminho para o combate político passa a ser  combatido. Não há gente que goste menos – quando no poder, é claro – do humor corrosivo, que os esquerdistas.

Como todos os demais totalitários (são irmãos-siameses dos nazistas e primos em segundo-grau dos totalitários islâmicos) crêem que sabem o que é bom, belo e certo para o mundo. Assim, como humoristas idiotas pretendem acusar seus erros ou ridicularizar seus atos perfeitos? Uma vez no poder querem calar opositores, críticos e humoristas.

Desse modo, é curioso observar que todos os que militavam na esquerda e não cansavam de produzir suas criticas com charges, filmes, livros, músicas, ficaram esvaziados de imaginação e acidez quando a esquerda chegou ao poder. 


No Brasil, nenhum dos autores considerados “legais” pela garotada engajada nos anos 60 e 70 permaneceu, de esquerda, manteve a sua capacidade de critica após o fim da ditadura.

Respeito apenas Millor Fernandes. Continuou o mesmo critico de sempre. Mas ele jamais foi dessa esquerda militante.

Os demais, alguns até mesmo tendo enriquecido nos tempos da Ditadura, ousaram cobrar indenização por perseguição política, paga com o suor de todo o povo brasileiro. Apenas vendilhões. Seu humor era apenas um arma de aluguel. Não gosto dessa gente.

E a esquerda, para se manter no poder, e alimentar o mito da perfeição (nada mais longe da verdade), detesta o humor. A visão politicamente correta, que é uma das variantes do esquerdismo, por meio da ação de minorias que querem impor no berro e na marra suas agendas à maioria (leiam Olavo de Carvalho, Reinaldo Azevedo), é absolutamente desprovida de humor. Pessoas ácidas e amargas.

A idiotia politicamente correta vai se espalhando e querendo criar um domínio sobre a observação livre das coisas e a sua expressão. Todo politicamente correto é um censor em potencial. Vejam as confusões criadas por ativistas e militantes do meio ambiente, saúde, homossexualismo, racialistas, que querem dominar o nosso pensamento, o nosso comportamento e a nossa liberdade de expressão.

O Brasil está se transformando em um lugar inteiramente ridículo com a propostas de controle da mídia (imprensa), novelas, campanhas publicitárias, letras de música, programas humorísticos de TV, piadas. Pensem no caso da Hope (Bundchen), Zorra Total. Os totalitários metem-se em tudo, nas mamadeiras das crianças, nos biscoitos, nos remédios, não há o que escape à sanha dos controladores. Querem impor a "felicidade" aos outros, à custa da infelicidade daqueles a quem querem impor a felicidade! 

Uma coisa são os crimes ora previstos em  Lei. Outra a tentativa de calar quem faz humor ou apenas pensa diferente (critica) com ameaças de criminalização da expressão do pensamento.

Detesto os cravos vermelhos, mas respeito os cravos vermelhos, não os elimino do jardim, eles têm o direito de existir e de se expressar.

Os cravos vermelhos jamais pensarão assim. E nem fariam a mesma coisa.

Imagem reproduzida de:

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