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segunda-feira, 17 de outubro de 2011

A LIBERDADE DE IMPRENSA ESTÁ AMEAÇADA EM TODA A AMÉRICA LATINA.

Imagem de:
http://havemosdevoltar.wordpress.com/2010/02/12/a-imprensa-estatal-angolana/

Algo assustador, chocante mesmo, é o desprezo com que alunos de Jornalismo tratam das questões relativas à Liberdade de Expressão, especialmente as ameaças ao livre exercício profissional, na América Latina. Doutrinados durante anos por professores militantes esquerdistas acreditam que a liberdade das empresas jornalísticas é um dos obstáculos ao melhor jornalismo. Costumam argumentar que, papagaiando alguns jornalistas famosos, mas de conta bancária duvidosa, que o que existe é liberdade de empresa, e não de imprensa.

Nunca param para raciocinar sobre esse misterioso pensamento. Como funcionaria a liberdade de imprensa sem a existência das empresas que mantém os jornais? O pensamento marxista está tão entranhado no meio acadêmico que, ao fazer a critica às empresas privadas, os estudantes quase nunca conseguem ver o todo do problema: onde existe liberdade de imprensa sem que os jornais sejam pertencentes a empresas privadas?  Isso não tem nada a ver com a existência de corrupção entre jornalistas, ou aproximações entre donos de jornais e políticos, o que é um outro problema. 

Restaria evidente que os governos da maior parte dos paises da América Latina são constituídos por pessoas ligadas a partidos que chegaram ao poder, sim, pelo voto, mas que desprezam fundamentalmente os princípios dos regimes democráticos. Costumam criticar a democracia carimbando-a como “formal”, mas escondem do público o que realmente querem: a ditadura de um partido único, sem oposição, sem direito à critica, sem liberdade de expressão e de imprensa. Chamam a isto democracia “popular”; para os marxistas é o outro nome do Totalitarismo.

É assim que, apesar da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) realizar a 67a. Assembléia-Geral, tal assunto não encontrará a menor receptividade e discussão, ao menos, na maior parte dos cursos de Jornalismo no Brasil. Algo inimaginável em tais escolas, mesmo nos tempos da ditadura militar.

No tempo da ditadura qualquer coisa que permitisse discutir as ameaças à liberdade de imprensa era bem recebida pelos estudantes. Isso mostra como a situação era nebulosa naquele tempo. A esquerda escondia-se atrás das manifestações dos liberais para criticar a censura. Assim como a esquerda esconde, até hoje, que a luta armada contra a ditadura não era para o retorno à democracia, mas para derrubar a ditadura e para implantar um regime comunista no Pais.

Então, quando hoje partidos de esquerda estão no governo em diversos países a perseguição à imprensa se torna implacável: Argentina, Bolívia, Equador e Venezuela são alguns dos exemplos mais gritantes. Algum incauto poderá dizer que todos foram governos eleitos pelo povo. Sim, é correto. Mas, uma vez no governo, tais partidos tiram proveito das liberdade democráticas ou falhas constitucionais e fazem mudanças constitucionais quase delituosas e alteram o funcionamento do Poder Judiciário e do sistema Legislativo, deformando as instituições.

Assim, passam a agregar novos poderes ao Executivo que torna-se um poder deformado por excesso, criando, na prática, uma ditadura. Hugo Chávez, hoje, não passa de um ditador; assim como Rafael Corrêa, no Equador.  Cristina Kirchner segue pelo mesmo caminho. 

Pode parecer um absurdo, uma vez que Kirchener é peronista e Chávez um coronel populista que se diz marxista, e Corrêa um esquerdista nacionalista. Em suma, a América Latina é um balaio de gatos com indefinição ideológica clara (Nacionalismo é diferente de Internacionalismo), em que nacionalistas (peronistas) juntam-se a socialistas de vários matizes para criticar o Capitalismo, os cristãos e a cultura ocidental. 

Isto é, idiotas de matizes diferentes juntam-se na critica à civilização, e nos conduzem à ditadura. No caso do Brasil podemos notar a regularidade com que o governo, por meio de seu braço político tenta emplacar mecanismos de controle da imprensa (censura), chamados eufemisticamente de "controle social da mídia". 

Nada disso acontece gratuitamente, pois enquanto denunciam uma direita inexistente, do ponto de vista partidário e de organização, a esquerda foi organizada no Continente desde o início dos anos 90, por Lula e Fidel Castro, por meio da criação do Foro de São Paulo. Basta ler as atas da reuniões anuais do Foro para perceber que o que acontece na região é ºarte de um plano de criação de uma área "socialista", livre dos problemas criados pelas "sociedades burguesas". Enfim, a América seria o local da recriação dos regimes socialistas, uma vez que tais regimes foram desmontados na Europa. (sobre isso ler os artigos do professor Olavo de Carvalho em seu site e no site Mídia Sem Máscara). 

Leiam o que diz a imprensa   (Portal da Imprensa UOL e O Estado de S Paulo):           

Representantes da AL relatam violações contra a imprensa em assembleia da SIP

Redação Portal IMPRENSA | 17/10/2011 10:03 

Durante a abertura da 67ª Assembleia-Geral da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP, sigla em espanhol), delegados de países da América Latina relataram os abusos contra profissionais de mídia e meios de comunicações em seus países, informa O Estado de S. Paulo.

O relator do documento brasileiro, Paulo de Tarso Nogueira, falou sobre os abusos contra a imprensa realizados no País e comentou sobre a censura imposta ao Estadão, impedido de publicar informações sobre a Operação Boi Barrica. A parte "mais grave" do relatório, porém, relata sobre as mortes de quatro jornalistas no Brasil, nos últimos seis meses.

Claudio Paolillo, jornalista uruguaio e presidente da Comissão de Liberdade de Imprensa da SIP, destacou as 21 mortes de jornalistas nos últimos seis meses e afirmou que o panorama é "desolador". Ele criticou os "aparatos extraoficiais" adotados por governos para a detenção de controle sobre os meios de comunicação.

Na Argentina, Paolillo vê o enxugamento da verba de publicidade oficial como um "golpe" contra os jornais considerados de oposição - Clarín e La Nación -, que receberam, apenas, 2,5% da verba, em 2010, enquanto títulos menores tiveram porcentagens maiores. Ele também criticou o "clima opressivo e as agressões verbais" contra os meios de comunicação no país.

A onda de violência em Honduras e no México foram destacadas, assim como a censura imposta às emissoras de rádio e TV na Venezuela, onde mais de 30 veículos já foram fechados. Na Bolívia, "cerca de 90% dos editores admitem, em público, que fazem autocensura para não enfrentar problemas maiores".

No Equador, existe uma preocupação crescente com a maneira com que o presidente Rafael Correa intimida os veículos de comunicação, por meio de processos judiciais por danos morais, como fez com o jornal El Universo, além de uma nova lei para veículos de comunicação.

De O Estado de S.Paulo  

Em todo continente, relatos de 'um panorama desolador'

Ataques contra jornais, golpes, censura e crimes são exemplos de casos relatados durante as reuniões da SIP

Ao abrir as sessões da Comissão de Liberdade de Imprensa da SIP, ontem pela manhã, o jornalista uruguaio Claudio Paolillo, presidente da comissão, resumiu o que vinha pela frente: "Um panorama francamente desolador". Ele se referiu às 21 mortes de jornalistas ocorridas nos últimos seis meses, nos países filiados à SIP, "quase uma por semana". Atacou o "aparato extraoficial" que se montou em alguns países para impedir que se divulguem notícias contra os governos "que têm legitimidade de origem, pois foram votados, mas têm ilegitimidade de exercício".

Paolillo lamentou os golpes na Argentina, onde os dois maiores jornais, Clarín e La Nación, receberam em 2010 apenas 2,5% da publicidade oficial. Recordou que na Venezuela há mais de 30 emissoras de rádio e de TV fechadas e abordou a onda de crimes em Honduras e no México. Completando o cenário, revelou que, na Bolívia, "cerca de 90% dos editores admitem, em público, que fazem autocensura para não enfrentar problemas maiores".

O ano de 2001 "foi muito turbulento na Argentina", resumiu o delegado desse país, Daniel Dessein, abordando a decisão do governo Cristina Kirchner de concentrar a publicidade oficial em veículos governistas ou outros sem expressão na sociedade. Detalhou "as agressões verbais e o clima opressivo" contra jornalistas. Se isso prosseguir, advertiu, "o país terá cada vez mais débeis contrapesos institucionais".

Mas foi o Equador que roubou a cena no salão do Swissotel. Seu representante, Pedro Zambrano, listou numerosos casos de ataques do presidente Rafael Correa contra jornais, colunistas e repórteres. Ele lembrou que avança no Congresso do país a criação de um conselho de comunicação que terá sete membros - três indicados pelo governo. E denunciou a "guerra" em andamento entre Correa e o jornal El Universo, do qual ele pede na Justiça uma indenização de US$ 40 milhões, por danos morais.

O episódio começou em fevereiro, quando o colunista Emilio Palacio publicou um artigo que o presidente considerou ofensivo. Ameaçado, Palacios decidiu exilar-se em Miami. O dono do jornal, Carlos Perez, enfrenta o caso na justiça equatoriana.

Presente na sala, ontem, Perez subiu ao palco e deu seu testemunho. "O presidente me diz que suspenderia o processo se pedíssemos perdão", contou. "Mas pedir perdão seria falhar numa obrigação moral e aceitar a autocensura", completou, sob uma salva de palmas. Ele informou que pretende levar o assunto à União Europeia e ao Congresso dos EUA.

"Na Venezuela está em marcha um golpe constitucional contra os direitos fundamentais", resumiu o delegado do país, Gilberto Urdaneta. Entre suas denúncias, contou que jornalistas do El Nacional têm seu e-mail invadido, falou dos eventuais ataques contra jornalistas nas ruas e lembrou que o jornal Sexto Poder foi condenado por publicar foto de Chávez na cama, doente. / G.M.


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