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terça-feira, 1 de março de 2011

CADA VEZ GOSTO MAIS DO VERDADEIRO FORREST GUMP

Vejam quantas pautas para reportagens poderiam sair deste texto de Reinaldo Azevedo sobre as promessas de campanha que, pelo visto até agora, somadas ao que faltou cumprir no governo anterior, não foram realizadas.

Realmente, não consigo entender o que acontece com a nossa imprensa que não sabe mais espantar-se, ouvir, ver, conferir, perguntar, comparar, cruzar dados, examinar declarações, enfim, fazer aquilo que devem fazer os jornalistas ao executar o seu papel de prestar um serviço ao público leitor, contribuínte, eleitor.

O que vejo? Gente deslumbrada, rodeando o poder, sem vergonha de dobrar a espinha e bajular, aguardando as migalhas da propaganda oficial com que o governo anterior inundou centenas de jornais, rádios e emissoras de TV do interior de todo o Brasil, e jornalistas  militantes engajados, utilizando veículos para cumprir sua tarefa de vender o peixe do governo, infiltrados nas redações (e muitos apoiando os planos do governo para regular a mídia), como costumam alertar Reinaldo Azevedo, Aluizio Amorim, ou o Coturno Noturno e mais alguns jornalistas blogueiros. Este post é uma homenagem a eles.

A- Os números
Reinaldo Azevedo  (28/02/2011)
Eu também colaboro com o governo. Como? Lembrando o que foi prometido em campanha. Milhões de pessoas votaram acreditando que as promessas seriam cumpridas, certo? Zelo pela credibilidade da presidente Dilma. Fiz a conta pela última vez na terça-feira, dia 22. Naquele dia, Dilma deixou de entregar:
- 10,5 quadras;
- 5,42 creches;
- 2,31 postos policiais;
- 6,95 Unidades Básicas de Saúde;
- 0,4 UPA

Por que isso? Porque, no programa da presidente, estão previstas, só neste ano, 3.288 quadras esportivas em escolas, 1.695 creches, 723 postos de policiamento comunitário, 2.174 Unidades Básicas de Saúde e 125 UPAs.

De terça até hoje, não se botou um miserável tijolo em nenhuma dessas obras. Como o dividendo de Dilma (as promessas) continua o mesmo, mas diminuiu o divisor (o número de dias para realizá-las), o que aumentou foi o quociente, que vem a ser justamente o estelionato eleitoral. Ao fim desta segunda, Dilma terá deixado de entregar só hoje:
- 10,92 quadras;
- 5,63 creches;
- 2,40 postos policiais;
- 7,22 Unidades Básicas de Saúde;
- 0,42 UPA

Como se obtém esse número? Dividindo-se as promessas feitas pela governante para este ano de 2011 pelo número de dias que ela tem para cumpri-las.  Trata-se de uma média.
Em dois meses, no acumulado do ano, Dilma já deixou de entregar:
- 531,59 das 3,288 quadras prometidas;
- 273,76 das 1.695 creches;
- 116,82 dos 723 postos de policiamento;
- 351,41 das 2.174 Unidades Básicas de Saúde;
- 20,21 das 125 UPAs

Como se obtém esse número? Dividindo-se as promessas para 2011 por 365 (dias do ano) e multiplicando-se por 59 — os dias já vividos pelo governo Dilma sem que um miserável tijolo tenha sido assentado.

Para encerrar: Dilma agora tem 1396 dias para entregar 2,8 milhões de casas — 800 mil do primeiro milhão, herança do mandato anterior, e mais 2 milhões prometidos para este mandato. Na terça passada, dava uma média de 1.988,63 casas/dia. Agora, já são 2.005,73. Em dois meses, já são 113.150 casas não-entregues, o que já é mais de 50% daquelas efetivamente entregues em mais de dois anos.
Quando se fazem promessas pantagruélicas, o estelionato é igualmente desmedido.
Reinaldo Azevedo.

B- Histórias



C- A casa

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