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quarta-feira, 16 de março de 2011

AS JOVENS FORMIGAS E SUA PASSIVIDADE BOVINA. Criticam a ditadura, que não viveram; desprezam a liberdade, pela qual não lutaram

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Enquanto milhões trabalham para sobreviver a duras penas, e alimentar a máquina tributária insaciável do Estado, impossibilitados de ao menos aproveitarem integralmente um simples final de semana, alguns "planejam o futuro".

Sinto arrepios de pavor, pois os que planejam o futuro não estão apenas planejando por eles e para eles mesmos, mas pensam que nos fazem um bem nos impondo o futuro que planejarem para todos nós.

Essa é a questão que está em jogo, e que poucos parecem perceber. Alguns que criticam esse tipo de interferência, esse indisfarçável autoritarismo, vislumbre de verdadeiro totalitarismo, realmente um tipo de fascismo, são criticados como conservadores, reaças, retrógrados e outros adjetivos.    

É curioso como, no espaço de algumas décadas, as pessoas, que pareciam indignar-se tanto com a ditadura, o autoritarismo dos militares, etc, aceitam agora, como diria o velho Nelson Rodrigues, com passividade bovina, o controle sobre a nossa vida lentamente imposto pela ação dos movimentos politicamente corretos, como se fosse tudo ótimo e maravilhoso, "pois é para transformar o mundo em algo muito melhor"... Mas é apenas uma versão modernizada da ditadura.

Vida é drama, tragédia, alegria, sofrimento, felicidade, infelicidade, altos e baixos, surpresas, rotina, morte, decidir, errar, acertar.  

No mundo ocidental, a frustração das revoluções socialistas, baseadas na ideia de que é possível transformar o mundo e a Natureza Humana, levou os revolucionários a adotarem outras estratégias. Se não é possível mudar o sistema da noite para o dia (e isso foi tentado, e a que custo de vidas!, na União Soviética, na China, em Cuba, no Vietnã, no Camboja, na Coréia do Norte), então é preciso ir devagar, cercando os incautos, mudando pequenos aspectos da realidade até que o conjunto esteja totalmente alterado e sem caminho de volta. 

A estratégia do movimento politicamente correto é essa, ir alterando partes, bloqueando reações, criando realidades artificiais que, de tanto serem repetidas serão transformadas em verdades, pois as pessoas ficarão sem memória e, pela interferência na linguagem (proibição de expressar pensamentos) mudas. Só restará aceitar a realidade imposta. Seremos, como disse em post recente, transformados em um exército de formigas. Isso não lembra demais a velha Alemanha nazista,"transformada" com base emsupostas leis da Biologia?

Um formigueiro trabalhador, ativo, ordenado, mas um formigueiro. Formigas não usam da imaginação, não sonham, não tentam fazer diferente. Um formigueiro perfeito é a granja da Revolução dos Bichos, de Orwell. Não há diferença. Claro que, para o formigueiro funcionar, haverá condicionamento, terror, medo, castigos, mortes, para os comuns. Todas as formigas serão iguais, mas algumas serão mais iguais que as outras, aquelas que acreditarem que devem administrar o formigueiro.

Todos os dias, ao observar o comportamento de muita gente percebo como vão ficando semelhantes às formigas. Aceitam sem qualquer questionamento, ou espanto, os maiores absurdos que nos são impostos pelas autoridades. São conformistas, e conformados, pois acham bom que o Estado interfira em nossas vidas decidindo previamente o que devemos comer, o que beber, o que fazer no tempo livre, o que ler, o que pensar, e como pensar. 

Os jovens de hoje, com seus 16, 20 anos, não fazem a menor ideia do que falam quando falam sobre ditadura ou liberdade. Criticam a ditadura que passou e não viveram, mas não percebem a ditadura que estão ajudando a construir com sua insensibilidade. Desprezam a liberdade pela qual não lutaram. Pensam que ser livre é conceder ao Estado ou seus representantes procuração para planejar o nosso futuro, deixando que as decisões burocrático-partidárias substituam as nossas decisões. Nem imaginam um mundo - que já existiu - em que as pessoas cultas ou incultas, não importa, decidiam sobre uma série de questões sobre as quais não têm mais competência atualmente. 

Claro que boa parte da culpa sobre isso é dos mais velhos, pois parecem ter desistido de lutar, esquecido seus valores, ou desistido de tentar mostrar caminhos diferentes aos mais jovens, que os afastem dos formigueiros e do totalitarismo. 

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