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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

98 ANOS DE PRISÃO. O LONGO JULGAMENTO DE LINDEMBERG ALVES, ACUSADO DE MATAR ELOÁ CRISTINA PIMENTEL. Ou: é sempre um dedo que puxa o gatilho. O julgamento poderá ser tão longo como o seqüestro de cem horas em que ele tirou a vida da garota de 15 anos, ferindo no rosto sua amiga Nayara Rodriges, em 2008.

O DESESPERO DE ELOÁ CRISTINA
(foto reproduzida da Internet)
Milhões de pessoas acompanham agora o julgamento de Lindemberg Alves, talvez a maioria aguardando uma longa sentença condenatória. Lindemberg, como todos sabem, está sendo acusado por 12 crimes pela promotoria. Sua pena poderá ficar entre 50 e cem anos de prisão. (ATUALIZAÇÃO NO FINAL)


Sua defesa, no entanto, quer repartir a culpa de Lindemberg pela morte de Eloá com a Policia Militar e com a Imprensa. Se isso pesará no julgamento dos jurados, vai depender da habilidade da advogada do rapaz, hoje com 25 anos. Eloá teria hoje 19 anos de idade.  


A advogada pretende gerar a dúvida: Eloá estaria morta se a policia tivesse agido de outro modo ou se a TV não tivesse enfatizado tanto a cobertura do seqüestro?
LINDEMBERG NO TRIBUNAL
(FOTO ANDRÉ LESSA/AE - REPROD. INTERNET)


Convenhamos, a TV muitas vezes extrapola na cobertura; a policia pode errar numa abordagem, há muitos casos mostrando isso. 


Mas, em último caso, ninguém me convence do contrário, é um dedo que puxa o gatilho e provoca a morte da vitima, e esse dedo é da mão que segura a arma. 

No caso, o dedo e a mão pertenciam ao acusado Lindemberg Alves. 


É ele que está sentado no banco dos réus, não a Polícia Militar de São Paulo ou os jornalistas que cobriram o caso. Discutir aquelas implicações é uma outra questão.

Segundo o Wikipedia: “Caso Eloá Cristina se refere ao mais longo sequestro em cárcere privado já registrado pela polícia do estado brasileiro de São Paulo que adquiriu grande repercussão nacional e internacional.

Em 13 de outubro de 2008, Lindemberg Fernandes Alves, então com 22 anos, invadiu o domicílio de sua ex-namorada, Eloá Cristina Pimentel, de 15 anos, no bairro de Jardim Santo André, em Santo André (Grande São Paulo), onde ela e colegas realizavam trabalhos escolares. Inicialmente dois reféns foram liberados, restando no interior do apartamento, em poder do sequestrador, Eloá e sua amiga Nayara Silva.

No dia 14, Eduardo Lopes, o advogado do sequestrador, passou a acompanhar as negociações do cliente com o Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE). Às 22h50min desse dia, Nayara Rodrigues, 15 anos, amiga de Eloá, foi libertada, mas no dia 15 a policia paulista mandou-a de volta para continuar as negociações.

Após mais de 100 horas de cárcere privado, policiais do GATE e da Tropa de Choque da Polícia Militar de São Paulo explodiram a porta - alegando, posteriormente, ter ouvido um disparo de arma de fogo no interior do apartamento - e entraram em luta corporal com Lindemberg, que teve tempo de atirar em direção às reféns.


NAYARA CHEGA PARA
O JULGAMENTO
(FOTO NELSON ANTOINE/AE
REPROD. INTERNET)


A adolescente Nayara deixou o apartamento andando, ferida com um tiro no rosto, enquanto Eloá, carregada em uma maca, foi levada inconsciente para o Centro Hospitalar de Santo André. 


O sequestrador, sem ferimentos, foi levado para a delegacia e, depois, para a cadeia pública da cidade. Posteriormente foi encaminhado ao Centro de Detenção Provisória de Pinheiros, na cidade de São Paulo.

Eloá Pimentel, baleada na cabeça e na virilha, não resistiu e veio a falecer por morte cerebral confirmada às 23h30min de sábado (18 de outubro).

No dia 8 de janeiro de 2009 o juiz José Carlos de França Carvalho Neto, da Vara do Júri e Execuções Criminais de Santo André, determinou que Alves irá a juri popular pela morte da ex-namorada. 


Durante o interrogatório, Alves — orientado por sua advogada — preferiu não dar declarações, permanecendo de cabeça baixa, enquanto ouvia o resumo do caso.


O julgamento começou no dia 13 de Fevereiro de 2012, no fórum de Santo André, no ABC paulista.” 


PS.                 17 HORAS DE 16/02/2012 


APÓS 100 HORAS DE JULGAMENTO SAI A DECISÃO DO JÚRI SOBRE O CRIME QUE DUROU 100 HORAS :
LINDEMBERG É CONDENADO
A 98 ANOS DE PRISÃO

O júri condenou Lindemberg Alves pela morte de Eloá Pimentel, assim como pelas demais acusações (12 no total), apesar dos esforços da advogada do acusado em transformá-lo quase em vítima da polícia e da imprensa. 

Por pouco acreditaríamos que Eloá é que teria tido a culpa de ficar no caminho das balas disparadas do revólver que estava na mão de Lindemberg. Mais uma vez: a responsabilidade final (e afinal) é do dedo que puxa o gatilho. E esse dedo não era de qualquer jornalista ou policial, era,conforme confessou o acusado, dele mesmo, Lindemberg.

Claro que o acontecido, triste acontecido, que poderia ter resultado em mais mortes, pode servir, sim de reflexão sobre o papel da imprensa e as medidas cautelares que deveriam ter sido tomadas pela policia durante as negociações.

Se o prédio fosse evacuado e a imprensa mantida mais à distância, a polícia poderia, se fosse o caso, acionar um atirador de elite. E a vítima fatal não teria sido a vítima real, Eloá, mas o potencial criminoso sequestrador. 

Mas se após um ou dois dias de sequestro e sofrimento o comando das operações tivessem mandado um atirador de elite resolver o problema a imprensa e as ongs dos direitos humanos cairiam de pau sobre a polícia. Ou não? 


Essas entidades choraram por Eloá? 

Não defendo a pena de morte, mas numa situação limite, a Lei, a Ordem, o Estado tem que se impor, nunca arriscando a vítima (e Eloá era a sequestrada, não se esqueçam disso). O comando teria que ter autorizado o chamado "tiro de comprometimento". E não seria contra Eloá.     

Que Deus a tenha.

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