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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

O DIA EM QUE A MORTE FOI PASSEAR NO HOPI HARI. Ou: o triste episódio que resultou fatal para a garota Gabriela Nishimura, naquela cadeira, naquele momento.

PS. ATUALIZADO EM 9 DE MAIO DE 2012


PROMOTORIA INDICIA DOZE PESSOAS PELA MORTE DE GABRIELA NISHIMURA




A imprensa informa que  o Ministério Público de São Paulo apresentou nesta quarta-feira (9), em Campinas, denúncia de homicídio culposo (sem intenção de matar) contra 2 pessoas pela morte da adolescente Gabriela Nishimura, de 14 anos de idade, no parque de diversões Hopi Hari (Vinhedo). Ela morreu no dia 24 de fevereiro deste ano ao cair do brinquedo "La Tour Eiffel", de uma altura estimada de 30 metros.

Os nomes dos denunciados à Justiça Criminal foram divulgados em coletiva pelo promotor criminal de Vinhedo, Rogério Sanches, e incluem quatro diretores do parque: o presidente do Hopi Hari, Armando Pereira Filho e os diretores Flávio da Silva Perreira, Fábio Ferreira da Silva e Stefan Fridoloin.

Foram denunciados também oito funcionários dos setores de operação e manutenção dos brinquedos: Marcos Antonio Leal, Vitor Igor Spinucci de Oliveira, Amanda Cristina Amador, Edson da Silva, Lucas Martins Figueiredo, Adriano Cesar de Souza, Luiz Carlos Pereira de Sousa e Juliano Ambrósio. Caso sejam condenados, poderão ter pena de um a três anos de prisão.

À lista dos indiciados dos que haviam sido inicialmente indiciados pela Policia, o MP acrescentou três pessoas --Amanda Cristina Amador Flávio da Silva Perreira e Fábio Ferreira da Silva-- e não denunciou Claudio Luis Pinheiro Guimarães (vice-presidente) e Rodolfo Rocha de Aguiar Santos (técnico em eletrônica), que estavam entre os indiciados.

No último dia 27, o delegado que indiciou o grupo, Álvaro Santucci Junior, declarara que os responsáveis pela morte da menina haviam sido “negligentes, relapsos, omissos e imprudentes”.

Gabriela foi entregue às mãos de Deus, os indiciados deverão, agora, ser julgados pela Justiça dos homens.   
GABRIELA NISHIMURA, 14 ANOS, ÚLTIMA VISITA AO BRASIL
A Morte é volúvel, inquieta e rápida, muito rápida. Num instante está na Argentina onde morrem 51 pessoas em um desastre de trem; em outro dirige um carro bomba que estraçalha pessoas em uma rua qualquer do Afeganistão; mais adiante resolve levar uma vida de apenas 14 anos, a de Gabriela Nishimura, que veio do Japão com seus pais, para acabar enterrada em Guarulhos.

Na verdade, a família Nishimura, que mora há 19 anos no Japão, veio ao Brasil para matar saudades, 9 anos após a última visita terá que voltar ao Japão apenas com a saudade. Gabriela tinha, então, apenas cinco anos de idade quando veio da primeira vez.

Fico comovido com a história, lembra os mistérios que levaram a família de Grazielle Lames a Guaratuba, em Bertioga, no Litoral de São Paulo, onde a menininha, de apenas 3 anos, que desejava tanto conhecer o mar e fazer castelinhos de areia acabou morrendo atingida por um jet ski fora d´água! Se não estivesse em Guaratuba teria morrido? Ou se não fosse Graziella, teria sido outra criança?

Ao escrever sobre a voluntariedade e a imprevisibilidade da morte não estou deixando de lado a possível culpa e responsabilidade dos homens. No caso de Grazielli as investigações policiais e do Ministério Público certamente apontarão a cadeia de responsabilidades. Afinal, de algum modo um garoto de 13 anos teve acesso ao jet ski. Alguém emprestou, alguém autorizou o seu uso?

Não creio na covardia suprema da utilização do Estatuto da Criança para deixar nas costas de um garoto de 13 anos toda a responsabilidade, isentando adultos responsáveis. Ou irresponsáveis?

A TORRE: 23 ANDARES DE ALTURA, QUEDA DE 94 KM HORÁRIOS

Quanto ao triste acidente no Hopi Hari, em Vinhedo, a Policia e o Ministério Público também já iniciaram as investigações, rigorosas, espero, para que haja uma explicação convincente sobre o acidente que levou Gabriela à morte, e que leve à punição dos culpados. Houve falha mecânica? Por que outras cadeiras estavam interditadas? Algum funcionário checou tudo antes do brinquedo ser acionado? A torre tem a altura de um prédio de 23 andares, a velocidade de queda é de 94 km horários! É muita responsabilidade. Claro que o brinquedo existe há anos e parece nunca ter ocorrido algo assim antes, mas tudo tem que ser perfeitamente esclarecido.  

Mas o fato de em tais investigações a Lei dos homens chegar aos culpados e à punição merecida ainda nos deixa o mistério sobre aqueles fatos: um jet ski desgovernado pode acidentar alguém, mas por que Grazielli? Um defeito na torre do parque certamente acabaria vitimando alguém, mas por que Gabriela?

Não é à toa que tais assuntos chamam a nossa atenção, não apenas por pura curiosidade mórbida ou interesse no sofrimento alheio, não. Creio que todos temos a percepção de que estamos sempre sujeitos a surpresas, apenas não ficamos o tempo todo pensando nisso, pois poderia ser incômodo.

Se pararmos para ficar pensando na possibilidade da Morte nos apanhar na primeira esquina, não sairemos mais de casa. Mas isso poderia não resolver coisa alguma: um escorregão no tapetinho do banheiro, um tropeção, uma cabeça batendo em uma quina e lá fomos nós. A Morte parece nunca andar só, ela sempre está acompanhada da Sorte ou do Azar. Essa combinação nos traz a incerteza: quem será o próximo, como isso acontecerá?

Assim, para consolo da família e de cada um de nós, independente das investigações que devem ser feitas e das punições que deverão ser aplicadas, talvez seja um conforto, apesar da tristeza, da ausência da pessoa amada, aceitar que Deus escreve certo por linha aparentemente tortas.  Mas isso não pode isentar os culpados por falhas que tenham acontecido em cada caso concreto.   


3 comentários:

  1. ela nao merecia morrer dessa forma,o parque foi muito imprudente

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  2. Nossa Triste, vi o caso na tv, e fiquei indignada, como pode isso..., que inprudência, o dever desses caras (organizadores
    ) do parque ée ver se todos os Brinquedos estão em Perfeito estado..., Meu deus, isso pode aconteçer com qualquer pessoa pela falta de organiçao e de atenção.

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  3. Nossa Triste, vi o caso na tv, e fiquei indignada, como pode isso..., que imprudência, o dever desses caras (organizadores
    ) do parque ée ver se todos os Brinquedos estão em Perfeito estado..., Meu deus, isso pode aconteçer com qualquer pessoa pela falta de organiçao e de atenção.

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