A Síria, que hoje é dominada por um único partido, há 50 anos, o socialista Baath, poderá, talvez, mudar o rumo das coisas no domingo, 26 próximo. O ditador Bashar al-Assad propõe que os sírios decidam sobre a implantação de mais partidos no pais. Mas opositores acham o tempo muito curto. Esse tal referendum está mais para as eleições da USP, meladas pela esquerda, conforme lemos na imprensa.
Ocorre que o governo sírio enfrenta revoltas populares desde março de 2011, logo no início da Primavera Árabe. As pessoas, no início questionavam a situação da economia e pediam mais liberdade de expressão. Mas as revoltas foram sendo aparelhadas por grupos militantes árabes-islâmicos mais radicais e hoje o pais enfrenta quase uma verdadeira guerra-civil.
Segundo observadores internacionais, já morreram mais de seis mil pessoas, a maioria civis, sob o bombardeio de tanques militares a cidades como Homs. Há centenas de desertores do exército e a infiltração de gente ligada à al-Qaida. A Síria é aliada histórica da Rússia e China que impedem que a ONU ataque o pais como aconteceu com a Líbia.
No caso da Líbia, devido às posições dúbias de Kadafi, Obama se encheu de coragem e mandou atacar as tropas governistas, tomando partido na guerra civil então em andamento. Os sírios, dada a complexidade do país, não tiveram a mesma sorte.
A cada advertência ocidental, ou da Liga Árabe, Assad parece aumentar o ímpeto da repressão.
Esse referendum, marcado sob pressão, está desagradando os opositores, pois não há tempo de uma campanha de preparação, além de permitir manipulação de resultados pelo governo. Está parecendo as eleições na USP, em que as chapas de esquerda fingem democracia, mas manipulam o processo para nunca perderem as eleições.
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