Greve da PM na Bahia
Nivaldo Cordeiro
07 Fevereiro 2012
É claro que a sociedade brasileira não tolerará por muito tempo o caos estabelecido na Bahia pelo simples motivo de que ele é destrutivo. A ausência da ordem mina inexoravelmente a legitimidade do poder estabelecido.
Até o momento em que escrevo a imprensa dá conta de 53 mortos diretamente vinculadas à greve da Polícia Militar da Bahia, mesmo com a entrada em cena de forças do Exército e da Força Nacional de Segurança Pública. Vive-se ali um momento hobbesiano. Nesses momentos é que se vê o quanto vale a ordem. (NOTA DO BLOG: na noite do dia 9 o número de mortos passava de 130!)
É preciso lembrar que as mortes não vieram sozinhas, mas acompanhadas de saques e desordem de todo tipo. O mal no varejo emergiu de todos os cantos. O comércio, em grande parte, paralisou suas atividades. O simples e sagrado direito de ir e vir ficou suspenso pela desordem. Os prejuízos para atividade econômica são incalculáveis.
A Bahia é um estado governado pelo PT, o mesmo que controla o Palácio do Planalto. Bem sabemos que esse partido tem sua estrutura de forças apoiada no sindicalismo, fato que o impede de exercer a devida autoridade em matéria de repressão a greves. Aqui estamos diante de um fato maiúsculo, que não permite dúvida: o poder estabelecido precisa exercer a autoridade, mas os governantes, por convicção, ou mesmo por falta dela, são incapazes de agir.
Foram ameaças desse naipe que engendraram o movimento militar de 1964. Vemos a história repetir-se. É claro que a sociedade brasileira não tolerará por muito tempo o caos estabelecido na Bahia pelo simples motivo de que ele é destrutivo. A ausência da ordem mina inexoravelmente a legitimidade do poder estabelecido. O maior compromisso do Estado com seu povo é garantir a segurança e os direitos fundamentais, estabelecidos na Constituição.
É bom lembrar que os apoiadores da greve são os mesmos que defendem, como bandeira, o desarmamento civil. Situações assim dó demonstram que o cidadão comum não pode delegar integralmente sua segurança pessoal ao Estado. Certamente não teríamos tantas mortes se a população civil estivesse armada, capacitada para a autodefesa.
O drama é que sabemos que é questão de tempo para movimentos assim chegarem a São Paulo e outros estados mais populosos. Em São Paulo especialmente, porque é alvo da tentativa de eleição do PT, a todo custo. Esta cidade, onde moro há anos, viraria um território aterrorizado em termos que nem no Iraque dos piores momentos pós-Saddam viveu.
A conclusão é uma só: é preciso repressão imediata à greve, fazendo recair toda a força da lei, para que se dobrem os que seguiram o caminho da sedição. Sem concessões e sem contemplação. A ordem é o bem mais precioso, que precisa ser entregue novamente ao povo baiano.
A greve da Polícia Militar na Bahia mostra a olho nu as contradições do Partido dos Trabalhadores, ora no poder. Este partido construiu sua história e chegou ao poder apostando no grevismo e na tática do confronto.
No poder, agora teve que se dobrar ao realismo político. Do Estado espera-se a ordem, quebrada na Bahia com a greve. Pela primeira vez o discurso de autoridades petistas, como o ministro da Justiça e o governador do próprio estado, alinhou-se com essa necessidade de ordem, em nada diferindo daquele que era usado pelos militares quando no poder.
Ver o Exército nas ruas de Salvador foi um grande conforto para os amantes da paz. Outro fato que vimos com a greve é a tentativa de estabelecer piso da categoria policial, promessa desde sempre do PT que foi abandonada porque não há recursos e porque é irracional.
O Brasil é uma unidade política, mas não econômica. Tentar homogeneizar tudo desde Brasília não passa de atentado contra o federalismo.
ESTE TEXTO FOI REPRODUZIDO DO SITE MÍDIA SEM MÁSCARA:
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