EDUVINA, 80 ANOS, MORREU PARA QUE CHAVEZ PUDESSE VIVER. |
Não, eu não direi que é tudo culpa de Hugo Chávez.
Crimes estranhos assim também acontecem por aqui, e em todos os países. O ser
humano pode fazer coisas arrepiantes, cruéis, absolutamente loucas.
Mas foi, sim, um pouco por culpa de Hugo Chávez, como não? O homem nesses anos de governo explorou tanto as emoções do povo, colocou-se de tal modo como um tipo de Messias salvador que, talvez, muitos pensem que ele seja mesmo um enviado da Divindade.
Chávez é esperto, muito esperto, ao mesmo tempo que perseguiu a Igreja, dirigiu insultos aos bispos, ele mesmo se fez cultuar como um santo. O que há, por parte de certos segmentos populares venezuelanos, é um tipo de devoção especial, quase religiosa, por Chávez, que beira a loucura.
Por acaso aconteceu muito diferente com as tais caravanas de Lula pelos grotões do Brasil? Em alguns lugares o povo passou a ter um fervor quase religioso. Um fanatismo atroz...
Há algum tempo, não sei bem a quanto tempo, o agricultor José Alberto Alviárez, de quarenta anos, passou a ouvir uma voz. Essa voz, acreditou ele, era de Deus.
Essa voz conversava com ele sobre a saúde do comandante Hugo Chávez. O homem está muito doente, e parece, não há certeza, de que os médicos, apesar de tantas operações, não estão conseguindo curá-lo. Se é que a doença do comandante pode ter alguma cura.
Milhões de venezuelanos rezam todos os dias por Hugo Chávez, apesar de ele ter ofendido bastante, ao longo dos anos, a hierarquia da Santa Igreja. Mas o povo é assim. Viram em Chávez um salvador. E rezam para que melhore; e, se for pior, se morrer, rezarão pela sua alma.
A cada dia José Alberto foi ficando mais preocupado com as notícias sobre a saúde do comandante. E quanto mais preocupado, mais aflito, mais desesperado, então mais ouvia a voz divina dizer-lhe que talvez ele, José Alberto Alviárez, é que tivesse a chave para a cura do comandante.
Isso foi ocupando a sua cabeça, cada vez mais, o tempo todo. Eu posso salvar Hugo Chávez. Eu preciso salvar Hugo Chávez. E decidiu: eu vou salvar Hugo Chávez.
E a terrível decisão foi tomada. Seria preciso matar a sua própria mãe, a dona duvina, para salvar o comandante.
TÁCHIRA
José Alberto vivia com a mãe na zona rural de Táchira, um estado central da Venezuela, na região andina. Uma paisagem montanhosa, bonita mesmo. Quando conversava com vizinhos e conhecidos a sua preocupação era com o diabetes da mãe. Ele cuidava dela. Cuidava bastante, todos sabiam disso.
Mas Chávez, sabem como é, Chávez, o comandante precisa ser salvo. E o amor por Chávez (e as ordens divinas são irrecusáveis) foi crescendo e aquilo parece ter ficado incontrolável, muito maior que a preocupação com o diabetes da senhora Eduvina.
Pobre Eduvina, nos seus 80 anos. Uma mulher forte, de olhar firme e bom. Nunca poderia imaginar o teor das conversas, pelos cantos, de seu filho com Deus. Se ela soubesse de alguma coisa, nunca imaginaria isso, certamente pensaria que isso era obra do diabo.
Talvez ela como mãe zelosa que era nunca tivesse desconfiado de nada, nem imaginasse que ele era capaz de ouvir a voz de Deus. Nem ninguém no município de Capacho Nuevo, a sede do município de Independência (em Táchira), onde eles viviam.
Talvez isso nunca tivesse acontecido por ali, naquelas povoações mais que centenárias, quase perdidas nos Andes. Mas tenho dúvidas sobre isso, muita gente ouve vozes especiais que ninguém mais ouve, ou vê coisas que por mais aparentes, ninguém consegue ver também.
Pois José Alberto, acreditem, ouvia a voz de Deus.
Mas foi, sim, um pouco por culpa de Hugo Chávez, como não? O homem nesses anos de governo explorou tanto as emoções do povo, colocou-se de tal modo como um tipo de Messias salvador que, talvez, muitos pensem que ele seja mesmo um enviado da Divindade.
Chávez é esperto, muito esperto, ao mesmo tempo que perseguiu a Igreja, dirigiu insultos aos bispos, ele mesmo se fez cultuar como um santo. O que há, por parte de certos segmentos populares venezuelanos, é um tipo de devoção especial, quase religiosa, por Chávez, que beira a loucura.
Por acaso aconteceu muito diferente com as tais caravanas de Lula pelos grotões do Brasil? Em alguns lugares o povo passou a ter um fervor quase religioso. Um fanatismo atroz...
Há algum tempo, não sei bem a quanto tempo, o agricultor José Alberto Alviárez, de quarenta anos, passou a ouvir uma voz. Essa voz, acreditou ele, era de Deus.
Essa voz conversava com ele sobre a saúde do comandante Hugo Chávez. O homem está muito doente, e parece, não há certeza, de que os médicos, apesar de tantas operações, não estão conseguindo curá-lo. Se é que a doença do comandante pode ter alguma cura.
Milhões de venezuelanos rezam todos os dias por Hugo Chávez, apesar de ele ter ofendido bastante, ao longo dos anos, a hierarquia da Santa Igreja. Mas o povo é assim. Viram em Chávez um salvador. E rezam para que melhore; e, se for pior, se morrer, rezarão pela sua alma.
A cada dia José Alberto foi ficando mais preocupado com as notícias sobre a saúde do comandante. E quanto mais preocupado, mais aflito, mais desesperado, então mais ouvia a voz divina dizer-lhe que talvez ele, José Alberto Alviárez, é que tivesse a chave para a cura do comandante.
Isso foi ocupando a sua cabeça, cada vez mais, o tempo todo. Eu posso salvar Hugo Chávez. Eu preciso salvar Hugo Chávez. E decidiu: eu vou salvar Hugo Chávez.
E a terrível decisão foi tomada. Seria preciso matar a sua própria mãe, a dona duvina, para salvar o comandante.
TÁCHIRA
José Alberto vivia com a mãe na zona rural de Táchira, um estado central da Venezuela, na região andina. Uma paisagem montanhosa, bonita mesmo. Quando conversava com vizinhos e conhecidos a sua preocupação era com o diabetes da mãe. Ele cuidava dela. Cuidava bastante, todos sabiam disso.
Mas Chávez, sabem como é, Chávez, o comandante precisa ser salvo. E o amor por Chávez (e as ordens divinas são irrecusáveis) foi crescendo e aquilo parece ter ficado incontrolável, muito maior que a preocupação com o diabetes da senhora Eduvina.
Pobre Eduvina, nos seus 80 anos. Uma mulher forte, de olhar firme e bom. Nunca poderia imaginar o teor das conversas, pelos cantos, de seu filho com Deus. Se ela soubesse de alguma coisa, nunca imaginaria isso, certamente pensaria que isso era obra do diabo.
Talvez ela como mãe zelosa que era nunca tivesse desconfiado de nada, nem imaginasse que ele era capaz de ouvir a voz de Deus. Nem ninguém no município de Capacho Nuevo, a sede do município de Independência (em Táchira), onde eles viviam.
Talvez isso nunca tivesse acontecido por ali, naquelas povoações mais que centenárias, quase perdidas nos Andes. Mas tenho dúvidas sobre isso, muita gente ouve vozes especiais que ninguém mais ouve, ou vê coisas que por mais aparentes, ninguém consegue ver também.
Pois José Alberto, acreditem, ouvia a voz de Deus.
E, após ouvir as notícias nada boas sobre a saúde
de Hugo Chávez, que havia ido a Havana, na distante Cuba, para tratar-se,
talvez inutilmente, Alberto resolveu acabar com essa história toda. Se Deus
falava com ele e mandava ele resolver o problema, então estava tudo certo.
Na madrugada de segunda-feira, após uma conversa final com Deus, recebeu as últimas ordens e resolveu cumpri-las de imediato.
Deu uma violentíssima pancada na cabeça da octogenária e ela caiu no chão da sala, e ali ficou imóvel, com um filete de sangue escorrendo do ferimento. Alberto pegou uma faca e cortou uma das mãos, depois a outra;um braço, depois o outro. Muito sangue pelo chão.
Depois, colocou fogo no corpo da velha e nas partes cortadas.
Muitas horas depois, ainda alucinado, disse aos vizinhos que havia matado a boa Eduvina, por ordem de Deus, para que Hugo Chávez pudesse ser curado.
Uma coisa é certa. se Hugo Chávez voltar curado de Havana, coisa que os médicos cubanos, espanhóis e russos não conseguiram até agora, o comandante terá de fazer uma viagem de Caracas a Capacho Nuevo, em Táchira, para agradecer pessoalmente a José Alberto Alviárez.
Afinal, Alviárez, por ordem de Deus, trocou a vida de sua mãe pela de Hugo Chávez. No fundo, acho que Alberto foi enganado pelo diabo. Ou, no máximo, ele seria mais um esquizofrênico bem alterado.
Quando a polícia chegou para levar José Alberto, entre o alvoroço da vizinhança, no meio da sala havia, junto aos restos de dona Eduvina, o esqueleto de uma cadeira queimada.
Somente essa cadeira testemunhou o sofrimento da mãe de José Alberto antes de morrer.
GUTENBERG J.
Na madrugada de segunda-feira, após uma conversa final com Deus, recebeu as últimas ordens e resolveu cumpri-las de imediato.
Deu uma violentíssima pancada na cabeça da octogenária e ela caiu no chão da sala, e ali ficou imóvel, com um filete de sangue escorrendo do ferimento. Alberto pegou uma faca e cortou uma das mãos, depois a outra;um braço, depois o outro. Muito sangue pelo chão.
Depois, colocou fogo no corpo da velha e nas partes cortadas.
Muitas horas depois, ainda alucinado, disse aos vizinhos que havia matado a boa Eduvina, por ordem de Deus, para que Hugo Chávez pudesse ser curado.
Uma coisa é certa. se Hugo Chávez voltar curado de Havana, coisa que os médicos cubanos, espanhóis e russos não conseguiram até agora, o comandante terá de fazer uma viagem de Caracas a Capacho Nuevo, em Táchira, para agradecer pessoalmente a José Alberto Alviárez.
Afinal, Alviárez, por ordem de Deus, trocou a vida de sua mãe pela de Hugo Chávez. No fundo, acho que Alberto foi enganado pelo diabo. Ou, no máximo, ele seria mais um esquizofrênico bem alterado.
Quando a polícia chegou para levar José Alberto, entre o alvoroço da vizinhança, no meio da sala havia, junto aos restos de dona Eduvina, o esqueleto de uma cadeira queimada.
Somente essa cadeira testemunhou o sofrimento da mãe de José Alberto antes de morrer.
GUTENBERG J.
Texto baseado em algumas informações de El Universal e The Huffington Post.
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