CRISTINA KIRCHNER VISITA O MUSEU DE CERA DE HAVANA MAS NÃO CONSEGUE VER HUGO CHÁVEZ, SÓ ENCONTROU FIDEL. O coronel bolivariano ainda não está preparado para enfrentar o público, embora seu irmão Adán tenha dito que ele está cada vez melhor.

Não desejo o pior para o senhor Hugo Chávez, é uma pessoa como qualquer outra, e merece o respeito que merece um homem doente. 

Mas enquanto chefe de governo, não importa no caso como tenha chegado lá, é um absurdo o que ele mesmo, enquanto pode, e agora seus auxiliares e asseclas, fizeram.

Em primeiro lugar esconderam do povo venezuelano o seu real estado de saúde. Qual o motivo? Trata-se de um segredo de Estado? Isso é um indicador da diferença entre regimes mais abertos e mais fechados. No caso cubano, o mesmo acontece com o senhor Fidel Castro.

Desaparecido desde o mês de abril, o falante Castro estava recolhido em algum canto de Havana, longe dos olhares de bisbilhoteiros. 

Nos últimos meses circularam boatos de que teria sofrido um acidente vascular que o teria nocauteado. Fidel é um homem velho, e idosos estão sujeitos a AVCs ou demência senil, por exemplo. Não seria nada demais o governo informar: o senhor Fidel teve isso ou aquilo e agora não aparecerá mais em público.

Não, os totalitários mantém tudo sob o manto de segredo de Estado.

Vemos numa foto divulgada hoje a presidente Cristina Kirchner ao lado de Fidel. Fidel está vivo, vê-se, mas sabe-se lá o que disse à Kirchner. Se é que disse alguma coisa, ou se é que ainda tem consciência de si mesmo. Talvez com Cristina Kirchner, aquela que já não se parece mais com a Cristina de outrora, estivesse um senhor que já não saiba mais quem é ele ou ela também.

De que resultam especulações como esta? Da falta de informações.

Assim ocorreu com Hugo Chávez. Como ele se imaginava especial, não digo um enviado de Deus, porque não creio muito na sua fé cristã, mas quem sou eu?, como todo dirigente de natureza messiânica (como Lula) não deve ter pensado que o seu povo poderia querer saber seu real estado de saúde.

Tanto fez, de qualquer maneira, que acabou como sabemos, retalhado pelos doutores cubanos e prisioneiro dos irmãos Castro. Seria possível imaginar que Hugo Chávez teria que ficar tanto tempo preso a uma UTI como no Cimeq se tivesse feito seu tratamento Nos EUA, na Espanha, ou no Brasil? Claro que não.

Mas Chávez colaborou, com a sua crença de ser eterno. Também contribuiu a sua monstruosa desconfiança (creio que estimulada de propósito por Fidel Castro, hábil manipulador) sobre quererem matá-lo. Com isso, evitou ir a hospitais onde não pudesse controlar tudo, desde os jornalistas aos boletins médicos. Foi esse o motivo de não ter feito o tratamento no Sírio Libanês, em São Paulo.

ADÁN, O MISTÉRIO CONTINUA

Todos os fatos juntos indicam um desprezo pela necessidade de informação real do público. Vemos imagens, hoje, de venezuelanos chorando rezando, desesperados, porque não sabem, ao menos, o que está acontecendo. Cada um dizia uma coisa.

Está melhor, está pior, está estável, não é nada. Ora, afinal, desde o início disso todo, há 18 meses nunca uma junta médica, ou um médico autorizado, explicou ao mundo o problema de Chávez.

Quando veio ao Brasil logo após a posse de Dilma Rousseff veio mancando e disse que avia sofrido uma operação no joelho. Do Brasil foi a Cuba e lá ficou vários dias, para uma operação. Joelho? Que nada. Ele talvez já tivesse passado por uma intervenção na Venezuela, que não deu certo.

Joelho? Próstata? Pélvis? Intestino? Coluna? Que tio de câncer, afinal acomete Hugo Chávez? E, enquanto há esse silêncio que favorece as especulações e as confusões, o chavismo, meio perdido, desfere um golpe na constituição proclamando que o mandato de Chávez foi estendido, e que ele tomará posse quando puder?

Ninguém sabe se Hugo Chávez está, ao menos, vivo. Inconsciente sedado. Em estado de recuperação. Qual seria o problema de haver uma foto ao lado de Kirchner, mesmo que ele estivesse de cama, com ele acenando para seu povo?

Se não há uma imagem assim, é porque o cenário não é favorável. Como informa o doutor Marquina, de Miami, o coronel deve estar entubado para alimentação e respiração e sedado, inconsciente. Uma UTI não seria um bom cenário, mas seria verdadeiro. Talvez o coronel nunca mais volte vivo para Caracas.