VIVIANE ALVES M. WAHBE |
A morte de um filho é algo devastador. A morte em circunstâncias
dramáticas como a da estagiária de
Direito Viviane Alves Guimarães Wahbe, 21 anos, caindo de um prédio, é
muito mais chocante. Mas descobrir que a morte de sua filha pode ter sido provocada
por um estupro cometido por um canalha, é insuportável. Aguardar 30 dias por
informações que levem ao culpado pode parecer uma eternidade.
Desde que participou de uma festa de confraternização, no
dia 24 de novembro, com os colegas de um escritório de advocacia, em São Paulo, em um restaurante no Jardins, Viviane transformou-se. Segundo relato de sua mãe à polícia, ela parecia
deprimida. No dia 3 dezembro ela morreu, após haver caído do sétimo andar do
edifício em que morava, no Morumbi.
No início, após a queda, a família de Viviane sofreu, como
sofrem as famílias enlutadas. Mas, descobrir depois que isso pode ter sido
provocado pelo assédio de um colega de trabalho, como veiculado
pela imprensa, faz o mundo girar mais depressa.
As matérias informam que a mãe havia percebido algo anormal
no comportamento de Viviane após a festa de confraternização. As investigações
estão sob sigilo, mas o que a imprensa publicou informa que ela teria sido
levada para casa por um homem, de táxi. Não foi divulgada a identidade dessa
pessoa, mas informações indicam que seria um colega de trabalho que, depois da
festa, teria se vangloriado de haver feito sexo com a moça.
Se uma mulher de 21 anos de idade faz sexo com um homem adulto,
por livre escolha, ninguém tem nada a ver com isso. Mas ocorre que a mãe de Viviane
teria contado à policia que ela chegou em casa de táxi, levado por alguém com
quem teria feito sexo. Mas a moça estava meio fora de si. Dias depois teria
entrado em depressão. Chegou a ser levada a um hospital para medicar-se. No dia 3 caiu do apartamento onde morava. Suspeitava-se
de suicídio.
ANOTAÇÕES SOBRE ESTUPRO
Mas a família, vasculhando os pertences da estudante
encontrou uns papéis com anotações e frases sobre que ela teria sido embebedada,
ou embebedada e drogada e violada sexualmente. Isso a teria levado ao suicídio.
Se na festa ocorreu o que se imagina, então quando soube das fanfarronices do
sujeito no escritório, deve ter sido um tremendo choque para ela.
É uma situação dificílima para uma moça. Talvez pudesse
haver conversado com a família e feito uma denúncia à polícia pelo abuso, procurado
a Delegacia da Mulher, mas talvez pensasse que fosse difícil fazer a prova de
estupro, ou algo assim. Ficou com aqueles fatos e aquelas dúvidas alimentando a
sua consciência e, cheia de sofrimento íntimo, preferiu morrer. Um ato extremo,
de desespero, até de muita coragem, ou de descrença nas pessoas.
Mas Viviane, embora equivocada na escolha, foi brava para
enfrentar a morte. Fico pensando na falta de vergonha de políticos ladrões condenados
por corrupção e formação de quadrilha que, ao invés de tirarem a própria vida, por
vergonha e arrependimento, como fazem alguns orientais, ainda desdenham da
Justiça e querem se passar por perseguidos. Viviane não precisava morrer.
Lamento a morte da estagiária, e que outras vítimas numa
situação semelhante façam a denúncia contra um canalha do tipo que a teria
estuprado. Um sujeito assim pode ter tido a intenção de estuprá-la e ainda deixá-la
na dúvida sobre se foi isso mesmo que aconteceu.
Por que isto? Porque segundo a mãe ela disse que havia
ingerido apenas duas taças de champanhe, que talvez pudessem conter alguma
droga. Teria sido aplicado em Viviane o golpe chamado “Boa noite Cinderela”. Que os
investigadores cumpram o seu papel
e consigam colocar o criminoso na cadeia. Seja ele quem for.
Segundo a Folha de São Paulo, o escritório Machado, Meyer,
Sendacz e Opice Advogados, onde ela estagiava, emitiu uma nota informando que
está colaborando para a melhor compreensão dos fatos. A Policia recolheu,
para exame, o computador, celular e os papéis deixados por Viviane.
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