O homem Hugo Chávez tem tanto direito de ser atacado por um
câncer agressivo como qualquer mortal. Os que se acham líderes especiais estão
sujeitos às mesmas leis naturais, doenças e percalços. Mas o presidente (vou
chamá-lo assim, embora seja um ditador mal enrustido) Hugo Chávez, se está tão
bem quanto diz o senhor Nicolás Maduro, o pombo-correio de Havana, deveria ter se apresentado ao povo de seu país.
Mesmo que estivesse na cama, convalescente, estando consciente poderia tirar uma foto sorridente e gravar uma mensagem curta “Hola, palante, comandante” para os venezuelanos. Mas o que se tem? Silêncio sepulcral, como diria Nelson Rodrigues.
Silencia sepulcral e despiste. Se o homem pode reunir-se com Maduro e nomear ministros e tomar decisões, então esse Hugo Chávez não é o mesmo descrito nas matérias do jornal espanhol ABC.ES, de longe o jornal que tem feito as matérias mais próximas da realidade desde há 18 meses.
Mesmo que estivesse na cama, convalescente, estando consciente poderia tirar uma foto sorridente e gravar uma mensagem curta “Hola, palante, comandante” para os venezuelanos. Mas o que se tem? Silêncio sepulcral, como diria Nelson Rodrigues.
Silencia sepulcral e despiste. Se o homem pode reunir-se com Maduro e nomear ministros e tomar decisões, então esse Hugo Chávez não é o mesmo descrito nas matérias do jornal espanhol ABC.ES, de longe o jornal que tem feito as matérias mais próximas da realidade desde há 18 meses.
HUGO CHÁVEZ, O HOMEM INVISÍVEL |
Quantos Chávez existem?
Leio e releio a imprensa nacional oficialista (grandes jornais do Brasil), jornais de língua espanhola (EUA-Miami, Espanha, Colômbia) e imprensa e blogs venezuelanos. Fico muito assustado, pois chego à conclusão de que não existe apenas um Hugo Chávez, o tiranete de Caracas. Existem dois Chávez, e muito diferentes entre si.
Em relação à doença que o acomete, um câncer agressivo revelado há 18 meses, com muito despistamento, um Chávez (o de alguns jornais de língua espanhola, com fontes não oficiais) está com graves complicações da quarta operação; o outro, o relatado pela grande imprensa brasileira, tendo como fontes os assessores de Chávez, está quase saltitante na UTI, despachando com Nicolas Maduro e, até, assinando documentos para nomear novos ministros.
Chávez não morreu antes das eleições de outubro porque recebeu doses maciças de quimioterapia, que lhe fizeram muito mal e remédios e esteróides e anestésicos fortíssimos, para que pudesse dar alguns passos sem sentir imensa dor.
Hugo Chávez, embora venda essa imagem, não é de ferro. É um reles mortal, como qualquer um de nós. Teve uma operação mal sucedida, na Venezuela, no primeiro semestre de 2011, quando disse que não andava bem –só com uma muleta- por ter sido operado em um joelho. Não foi. Havia sido operado na virilha, mas nunca escaparam detalhes.
Talvez fosse na próstata, mas o seu machismo impedisse de isso ser declarado. Mas houve a necessidade de mais três operações, sempre em Cuba, a quarta em 10 de dezembro.
Houve necessidade de retirar parte de duas vértebras no final da coluna, sinal de que o câncer, em metástase, afetou ossos e, talvez a medula. No dia 5 de janeiro teve uma parada cardíaca, relata o ABC. ES, mas já havia tido sérios problemas renais. Pelo tempo na UTI e pelo risco da própria operação contraiu pneumonia e foi entubado. Foi mantidos dias e dias sedado e em inconsciência. Passou a ser alimentado por sonda.
Como um homem nesse estado, em que a internação já ultrapassa 30 dias, com parada cardíaca, falhas renais, infecção pulmonar, com respiração assistia e sedado pode estar consciente e governando e assinando papéis?
A senhora minha mãe, após um acidente doméstico em que caiu de uma escadinha e fraturou a coluna e teve a medula comprimida de forma fatal, passou por quadro muito parecido, com parada cardíaca, f alhas renais, infecções pulmonares, até que, sedada para não sentir dores, faleceu. A luta na UTI é difícil demais.
Seria muito mais correto, aceitável, um sinal de respeito para com o mundo e o povo venezuelano que contassem a verdade a todos.
Ou existem dois Chávez, como parecem existir dois Fidel Castro: o oficial, que fala e anda como se estivesse vivo, e o outro, provavelmente acabado e que não se reconhece (vimos as fotos com Cristina Kirchner).
Não é problema ficar doente um velho de 85 anos. Todos já tivemos ou temos idosos na família, muitos ficam senis. O problema é o tratamento divinizado que dão a essas pessoas.
Como se fosse uma vergonha para um regime comunista ter um líder que ficou caduco!
A melhor prova de que Chávez está bem e o próprio Chávez aparecer acabar com todas as dúvidas a respeito de sua saúde e, até, de que já esteja morto.
Leio e releio a imprensa nacional oficialista (grandes jornais do Brasil), jornais de língua espanhola (EUA-Miami, Espanha, Colômbia) e imprensa e blogs venezuelanos. Fico muito assustado, pois chego à conclusão de que não existe apenas um Hugo Chávez, o tiranete de Caracas. Existem dois Chávez, e muito diferentes entre si.
Em relação à doença que o acomete, um câncer agressivo revelado há 18 meses, com muito despistamento, um Chávez (o de alguns jornais de língua espanhola, com fontes não oficiais) está com graves complicações da quarta operação; o outro, o relatado pela grande imprensa brasileira, tendo como fontes os assessores de Chávez, está quase saltitante na UTI, despachando com Nicolas Maduro e, até, assinando documentos para nomear novos ministros.
Chávez não morreu antes das eleições de outubro porque recebeu doses maciças de quimioterapia, que lhe fizeram muito mal e remédios e esteróides e anestésicos fortíssimos, para que pudesse dar alguns passos sem sentir imensa dor.
Hugo Chávez, embora venda essa imagem, não é de ferro. É um reles mortal, como qualquer um de nós. Teve uma operação mal sucedida, na Venezuela, no primeiro semestre de 2011, quando disse que não andava bem –só com uma muleta- por ter sido operado em um joelho. Não foi. Havia sido operado na virilha, mas nunca escaparam detalhes.
Talvez fosse na próstata, mas o seu machismo impedisse de isso ser declarado. Mas houve a necessidade de mais três operações, sempre em Cuba, a quarta em 10 de dezembro.
Houve necessidade de retirar parte de duas vértebras no final da coluna, sinal de que o câncer, em metástase, afetou ossos e, talvez a medula. No dia 5 de janeiro teve uma parada cardíaca, relata o ABC. ES, mas já havia tido sérios problemas renais. Pelo tempo na UTI e pelo risco da própria operação contraiu pneumonia e foi entubado. Foi mantidos dias e dias sedado e em inconsciência. Passou a ser alimentado por sonda.
Como um homem nesse estado, em que a internação já ultrapassa 30 dias, com parada cardíaca, falhas renais, infecção pulmonar, com respiração assistia e sedado pode estar consciente e governando e assinando papéis?
A senhora minha mãe, após um acidente doméstico em que caiu de uma escadinha e fraturou a coluna e teve a medula comprimida de forma fatal, passou por quadro muito parecido, com parada cardíaca, f alhas renais, infecções pulmonares, até que, sedada para não sentir dores, faleceu. A luta na UTI é difícil demais.
Seria muito mais correto, aceitável, um sinal de respeito para com o mundo e o povo venezuelano que contassem a verdade a todos.
Ou existem dois Chávez, como parecem existir dois Fidel Castro: o oficial, que fala e anda como se estivesse vivo, e o outro, provavelmente acabado e que não se reconhece (vimos as fotos com Cristina Kirchner).
Não é problema ficar doente um velho de 85 anos. Todos já tivemos ou temos idosos na família, muitos ficam senis. O problema é o tratamento divinizado que dão a essas pessoas.
Como se fosse uma vergonha para um regime comunista ter um líder que ficou caduco!
A melhor prova de que Chávez está bem e o próprio Chávez aparecer acabar com todas as dúvidas a respeito de sua saúde e, até, de que já esteja morto.
GUTENBERG J.
Cuba podría llevar a Chávez a Caracas si consigue
estabilizarlo
emili j. blasco
Washington
Día 18/01/2013 El presidente venezolano tuvo un ligero fallo
cardiaco el día 5 y entró en breve coma.
Los médicos cubanos que atienden a Hugo Chávez han estado
recibiendo una enorme presión del régimen castrista para lograr que el
presidente venezolano consiga estabilizarse mínimamente con el fin al menos de
poder juramentar el cargo y nombrar vicepresidente a Nicolás Maduro, aunque un
desplazamiento en avión a Venezuela suponga importantes riesgos para su
delicada condición.
Así lo aseguran fuentes en contacto con el equipo de facultativos destacados en el Cimeq cubano, que no descartan que próximamente Chávez sea trasladado quizás al Hospital Militar de Caracas, donde juramentaría y probablemente quedaría internado mientras avanza su cáncer terminal. Al parecer se estarían haciendo ya algunos preparativos en la capital venezolana.
Corazón débil
Chávez ha comenzado a mostrar fallos en el corazón. De acuerdo con la última información médica recibida por ABC, el presidente tuvo un ligero paro cardiaco el pasado 5 de enero, lo que le hizo perder la conciencia y le llevó a una situación de coma que duró aproximadamente un cuarto de hora. Aunque los médicos pudieron revertir el coma con medidas terapéuticas, Chávez no recobró la consciencia hasta varios días después; luego ha permanecido en estado semiinconsciente. Los últimos días se le había removido el ventilador artificial.
No se considera por ahora posible un conveniente trasplante de médula
Así lo aseguran fuentes en contacto con el equipo de facultativos destacados en el Cimeq cubano, que no descartan que próximamente Chávez sea trasladado quizás al Hospital Militar de Caracas, donde juramentaría y probablemente quedaría internado mientras avanza su cáncer terminal. Al parecer se estarían haciendo ya algunos preparativos en la capital venezolana.
Corazón débil
Chávez ha comenzado a mostrar fallos en el corazón. De acuerdo con la última información médica recibida por ABC, el presidente tuvo un ligero paro cardiaco el pasado 5 de enero, lo que le hizo perder la conciencia y le llevó a una situación de coma que duró aproximadamente un cuarto de hora. Aunque los médicos pudieron revertir el coma con medidas terapéuticas, Chávez no recobró la consciencia hasta varios días después; luego ha permanecido en estado semiinconsciente. Los últimos días se le había removido el ventilador artificial.
No se considera por ahora posible un conveniente trasplante de médula
Su mejoría en la batalla contra una recurrente neumonía
sufrida días atrás ha permitido a los dirigentes chavistas asegurar que el
presidente «está remontando la cuesta». No obstante, su condición general sigue
siendo crítica. Recientes pruebas indican la posibilidad de que tenga
hemorragia en el abdomen, lo que aconsejaría una nueva cirujía que en estos
momentos no sería posible practicarle por su extrema debilidad.
Tampoco se considera por ahora posible un conveniente trasplante de médula para afrontar la constante extensión de células cancerígenas en médula ósea. En lugar de buscar una estabilización que permita afrontar a medio plazo tratamientos contra el cáncer, las autoridades cubanas han insistido a sus médicos en una estrategia a mucho más corto plazo, que faculte a Chávez ser llevado a Caracas para el acto de juramento.
Fuentes conocedoras de esta estrategia destacan la absoluta prioridad de Cuba de que Maduro pueda ser confirmado como vicepresidente sin las sombras constitucionales que cuestionan ahora sus funciones, así como de impedir que Diosdado Cabello, presidente de la Asamblea Nacional y de quien desconfían profundamente, sea quien acabe como máxima figura institucional hasta la celebración de elecciones.
No obstante, para Pedro Mario Burelli, analista político radicado en Washington y exdirectivo de la petrolera PDVSA, «los tiempos y la información se están gestionando mucho más de acuerdo con las necesidades cubanas». «El secretismo que estamos viendo se debe al miedo de Raúl Castro de que a los cubanos se les pase la mano en Venezuela: que por aferrarse al petróleo venezolano haya un efecto negativo en la propia isla», afirma Burelli.
Tampoco se considera por ahora posible un conveniente trasplante de médula para afrontar la constante extensión de células cancerígenas en médula ósea. En lugar de buscar una estabilización que permita afrontar a medio plazo tratamientos contra el cáncer, las autoridades cubanas han insistido a sus médicos en una estrategia a mucho más corto plazo, que faculte a Chávez ser llevado a Caracas para el acto de juramento.
Fuentes conocedoras de esta estrategia destacan la absoluta prioridad de Cuba de que Maduro pueda ser confirmado como vicepresidente sin las sombras constitucionales que cuestionan ahora sus funciones, así como de impedir que Diosdado Cabello, presidente de la Asamblea Nacional y de quien desconfían profundamente, sea quien acabe como máxima figura institucional hasta la celebración de elecciones.
No obstante, para Pedro Mario Burelli, analista político radicado en Washington y exdirectivo de la petrolera PDVSA, «los tiempos y la información se están gestionando mucho más de acuerdo con las necesidades cubanas». «El secretismo que estamos viendo se debe al miedo de Raúl Castro de que a los cubanos se les pase la mano en Venezuela: que por aferrarse al petróleo venezolano haya un efecto negativo en la propia isla», afirma Burelli.
CHÁVEZ DOIS: QUASE SALTITANTE
(TRECHO DE O GLOBO 18/01):
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, está "muito
tranquilo e consciente de todas as fases do processo pós-operatório que
atravessa" após a operação para a retirada de um câncer, disse nesta
quinta-feira (17) o vice-presidente, Nicolás Maduro, em uma entrevista à
agência de notícias Efe. Segundo a agência, Maduro disse que, neste momento,
Chávez se concentra em superar "os estragos" da insuficiencia
respiratória que sofre.
Ainda nesta quinta, o novo ministro de Relações Exteriores so país, Elías Jaua, afirmou que Chávez está efetivamente à frente do governo e que sua nomeação para o cargo, nesta semana, é uma prova disso, em declarações a uma rádio colombiana. "O presidente da República é quem nomeia ou remove ministros, ninguém mais pode fazê-lo. Nem o vice-presidente, Nicolás Maduro, poderia me nomear nem eu aceitaria uma nomeação que não fosse do presidente", argumentou.
Ainda nesta quinta, o novo ministro de Relações Exteriores so país, Elías Jaua, afirmou que Chávez está efetivamente à frente do governo e que sua nomeação para o cargo, nesta semana, é uma prova disso, em declarações a uma rádio colombiana. "O presidente da República é quem nomeia ou remove ministros, ninguém mais pode fazê-lo. Nem o vice-presidente, Nicolás Maduro, poderia me nomear nem eu aceitaria uma nomeação que não fosse do presidente", argumentou.
PS. Observem que todos falam por Chávez, mas Chávez, diretamente, nunca aparece.
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