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quinta-feira, 22 de agosto de 2013

"MATEI TODOS ELES" DISSE MARCELO PESSEGHINI. MATOU O PAI, A MÃE, UMA TIA-AVÓ E A AVÓ, COM TIROS NA CABEÇA. Todos dormiam na hora da morte, menos a mãe. Será que ele a encarou nos olhos antes de atirar em sua nuca? (VIDEO)


ENCAROU A MÃE DE FRENTE ANTES DE MATÁ-LA?

(ACRESCIDO NO DIA 03 DE SETEMBRO:

A polícia divulgou hoje (3) laudo que mostra que Marcelo distendeu a mão esquerda ao usar a arma de sua mãe, uma pistola calibre 40, usada para matar seus familiares e no suicídio. O cano da pistola tinha cabelos de Marcelo chamuscados grudados e os cabelos na cabeça dele também estavam chamuscados, sinal de de que ele deu um tiro na própria cabeça.)



Após as mortes, fugiu de automóvel para tornar-se um assassino profissional. Porém, no final da manhã, depois das aulas, voltou para casa e deu um tiro no ouvido esquerdo. Caiu morto perto de seus pais.

Esse foi um dos crimes mais brutais e inexplicáveis dos últimos anos ocorridos no Brasil. O que levou Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini, 13 anos de idade, a atirar em sua família e matar-se em seguida?

Silêncio absoluto na pequena casa da Rua Dom Sebastião, número 42. Todos dormem após um domingo alegre e agitado. Todos dormem, sim, menos um, o garoto que deveria estar aguardando o momento certo para agir.

Uma das coisas mais chocantes de imaginar é que ele possa ter matado a própria mãe, que parece ter acordado com o primeiro disparo, aquele que matou o sargento da Rota Luís Marcelo Pesseghini.

Marcelo atirou do lado esquerdo da nuca de seu pai que dormia de bruços em um colchão colocado sobre o chão da sala. O pobre homem não teve qualquer  chance de defesa, pois dormia profundamente. Um único tiro.

O tiro dado no sargento deve ter acordado a mãe do garoto, a cabo PM Andréia Regina Bovo Pesseghini, que dormia na cama do casal, no quarto. Talvez ela tenha acordado assustada com o estampido, meio zonza de sono, tateando no escuro até a sala para saber o que teria acontecido.

Imaginar essa cena é algo bastante triste e doloroso. Será que ela viu o garoto com a arma na mão? Ela foi encontrada morta, ajoelhada ao lado do colchão, com o torso caído sobre o mesmo. Teria ela percebido o tiro no seu marido? As suas mãos estavam cruzadas sobre a nuca.

OS OLHARES SE CRUZARAM?

Será que seu olhar e o de Marcelo se cruzaram por alguns segundos, os segundos mais longos do mundo, até que ele a mandou ajoelhar-se, dando-lhe um tiro na nuca? Ou ela estava ajoelhada para examinar o que havia acontecido, e o menino a pegou de surpresa? Será que ela percebeu que o marido estava morto?

Deve ter sido uma coisa absolutamente horrificante perceber que o marido havia tomado um tiro e encarar os olhos de um garoto de 13 anos, seu próprio filho, com uma pistola de calibre 40 na mão e descobrir, numa breve fração de segundo, que ele era o assassino.

Teria Andréia dito alguma coisa ao filho? Teria ela conseguido fazer ao menos uma pergunta: por  que?  

Será que ele a encarou de frente e, friamente, a  mandou encostar o rosto no colchão e colocar as mãos sobre a nuca para executá-la em silêncio? Teria ele dito algo à mãe antes de matá-la? Nunca saberemos.

Após as duas mortes, o menino saiu da sua casa e foi até uma casinha no mesmo terreno onde morava a sua avó, Benedita Oliveira Bovo. Primeiro disparou um tiro na cabeça da sua tia-avó, Bernadete Oliveira da Silva, que, desgraçadamente, havia ficado para dormir após uma visita à irmã.

Em seguida Marcelo fez dois disparos contra a própria avó materna, um no pulso e outro na cabeça.

Alguns vizinhos escutaram disparos, mas jamais poderiam imaginar o que havia acontecido. Alguns chegaram a dizer que a rua é movimentada e passam muitas motos e que os motoqueiros gostam de dar estouros com o escapamento, o que de fato acontece.

Desse modo, tudo talvez tenha acontecido entre as 22 ou 23 horas de domingo, e os primeiros cinqüenta minutos de segunda-feira, dia 5. Ninguém viu ou percebeu, mas Marcelo tirou o carro de sua mãe da garagem e saiu dirigindo, levando consigo uma mochila com mudas de roupa, rolos de papel higiênico, R$350,00, uma faca, e, provavelmente, duas armas.

Uma delas um revólver de calibre 32 desmuniciado, que pertencera ao pai de Andréia, seu avô, e a pistola usada nos crimes, carregada com dez balas. Das quinze que cabem no pente da pistola ele já havia usado cinco. Uma no pai, uma na mãe, uma na tia-avó, e duas na própria avó.

TRÊS CORPOS SOBRE O MESMO COLCHÃO

DORMIU NO CARRO

Marcelo dirigiu o carro por cinco quilômetros, até as proximidades da escola em que estudava. Dormiu ali dentro. Perto das 6h30 da manhã sai do carro e caminha até a escola, com a mochila nas costas.

Ao final das aulas pega uma carona com o pai de um colega e volta para casa. Ninguém, talvez, conseguirá explicar o motivo da volta, já que ele largou o automóvel da mãe, com o qual pretendia fugir, estacionado perto da escola.

Entrou em casa perto do meio dia, encostou a porta da sala, e ninguém sabe, exatamente, o que aconteceu. Talvez tenha ficado por algum tempo olhando os corpos dos pais. Talvez tenha feito uma avaliação dos seus planos e chegado à conclusão de que não conseguiria viver sozinho. Será que, por breves instantes, ao menos, chegou a ter algum remorso?

Não se sabe se foi à casa dos fundos para examinar a tia-avó e a avó, com a qual brincava tanto no quintal, segundo vizinhos.

O fato é que, após algum tempo, pegou novamente a pistola usada nas mortes, que pertencia à sua mãe e deu um tiro na própria cabeça, na altura do ouvido esquerdo. A bala atravessou o crânio e saiu pelo outro ouvido, atingindo a parede. Marcelo caiu morto com parte do corpo sobre o colchão.

Talvez somente aquele colchão, colocado sobre o chão da sala, sujo com o sangue de três cadáveres, pudesse revelar algo sobre o que aconteceu naquelas longas e tristes horas; mas colchões não falam sobre o que viram. Nunca saberemos.

MARCELO FALAVA EM MATAR OS PAIS

A história do triste fim da família Pesseghini é tenebrosa. Colegas da escola já disseram ao delegado que Marcelo falava às vezes que queria matar os pais e fugir para tornar-se um assassino profissional. Como ele havia formado um grupo, um tipo de clube secreto, no qual os membros arquitetavam a morte de parentes, todos achavam que o que dizia era parte da brincadeira.

Foi por causa disso que no domingo, dia 4, à tarde, quando Marcelo ligou para a casa de um desses amigos e disse que iria matar a família naquele dia, mais tarde, o garoto fingiu que acreditou, conversaram um pouco e desligaram o telefone. O menino disse que foi convidado por Marcelo a fugir junto com ele depois das mortes.

Na noite de segunda-feira, quando viu o noticiário contar sobre a morte de todos da família Pesseghini, o garoto teve uma crise nervosa e contou aos pais o que havia acontecido. Segundo dois ou três colegas ele planejava matar a diretora da escola. Na manhã de segunda-feira ele levava as armas na mochila. resta saber se entrou na escola armado ou  não. Mas a diretora deve estar trêmula até agora. Ela poderia ter sido a sexta vítima. 

A coisa era pior do que parecia, pois na manhã de segunda-feira, quando foi às aulas, Marcelo contou para dois ou três colegas que havia matado a família. Acharam que era parte da brincadeira. O noticiário só revelou as mortes no final da tarde!

Um dos colegas ainda perguntou se ele havia conseguido acertar a avó, e ele respondeu “desta vez, sim, matei todos eles”. É que ele já havia, segundo alguns relatos, tentado flechar a sua avó.

Ao amigo mais próximo, antes de ir para casa, disse ainda na escola: “hoje é a última vez que você vai me ver vivo”. O garoto levou na brincadeira.

Como Marcelo disse isso, talvez naquela altura dos acontecimentos ele já houvesse abandonado os planos de fuga, decidindo deixar o carro da mãe por ali mesmo, voltar para casa e dar um tiro na cabeça.   E foi o que aconteceu.

Marcelo Pesseghini sofria de uma doença grave degenerativa (fibrose cística) que afeta os sistema respiratório. Quando nasceu seus pais foram informado de que duraria pouco, uns quatro anos. O amor de seus pais e os cuidados constantes o levaram até os treze anos.

A sua médica, que já foi ouvida pela polícia, disse que sua saúde estava bem, apesar da gravidade da doença, e de haver ficado diabético recentemente. Desse modo, poderia chegar perto dos  30 anos de idade.

Era viciado em jogos eletrônicos violentos. Pesquisava sobre crimes familiares na Internet. Seria o menino um mitômano frio e sem amor ou afeto?

O que o levou a cumprir concretamente os planos traçados nas brincadeiras da escola? Para os colegas o clube de assassinos era uma brincadeira infantil; para Marcelo uma coisa que precisou levar até o final. 

Foi por algum tipo de ódio, ou desamor?




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