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quarta-feira, 31 de outubro de 2012

OS TRAFICANTES DE SÃO PAULO SÃO OS MAIS BURROS E IDIOTAS DO MUNDO. ATRAEM A ATENÇÃO DA POLÍCIA MATANDO POLICIAIS! Mas, esperto mesmo é quem tira proveito do noticiário e da sensação de insegurança que isso gera na população.


Descobri uma coisa fantástica! Os bandidos de São Paulo, especialmente os traficantes de drogas, sempre discretos, são os bandidos mais burros e espalhafatosos do mundo. 

Vamos lá, cidadão, raciocine comigo. É como se um agente secreto desfilasse por aí com uma placa nas costas grudada no terno: “Agente secreto”.

Se o senhor fosse um bandido da pesada, traficante de drogas, e ganhasse o seu dinheiro vendendo a morte, bem escondido em algum mocó, lavando tranquilamente o dinheiro conseguido em negócios alguns negócios de fachada, e comprando e vendendo armas ilegais, iria querer toda a polícia de São Paulo perseguindo você? 

Iria querer a Rota e a Força Tática da PM nos seus calcanhares? Provavelmente não, e isso indica que poderia ser um bandido de sucesso, dotado de bom senso.

E qual a razão para os criminosos de São Paulo agirem de forma tão estúpida como temos lido atualmente? Ou querem aparecer no noticiário; algo de que duvido muito, pois ficam no anonimato; ou não podem deixar de fazer o que estão fazendo. Aqui a coisa começa a ficar interessante. Bastante interessante. E acho que é o verdadeiro fio da meada. 

Ao invés de tocarem seus negócios com toda a tranqüilidade, parece que os marginais paulistanos resolveram operar com toda a adrenalina possível. Isso não é coisa muito normal. Foge ao comum. Está fora dos parâmetros que se observam em qualquer lugar. Nenhum bandido faz barulho para atrair a atenção da polícia.

MORTES E INCÊNDIOS

Chama a atenção esse conjunto de fatos que envolvem motoqueiros armados que ameaçam, fazem tocaia, e matam policiais de folga; e grupos que saem do nada e colocam fogo em ônibus na periferia.

Além de problemas no transporte coletivo irritarem as pessoas, que fazem longos e cansativos percursos para trabalhar, ônibus pegando fogo são excelentes para fotografia. O fogo, por si mesmo já é um elemento atrativo ao humano. Quando são ônibus ou favelas pegando fogo, as imagens costumam ser bem impressionantes. E favelas tem muita gente chorando, com crianças agarradas no colo. Cruel, eu? Não.

Cruéis são aqueles que tiram proveito da miséria humana para obter vantagens políticas.

E será que não é disso mesmo que deveríamos tratar? A busca do espetáculo. A morte e o fogo sempre incomodaram os humanos. E o que temos em São Paulo nos últimos meses? Um espetáculo sem fim de mortes e fogo. E a quem interessa isso? Com um pouco de atenção conseguiremos, ao menos, colocar o foco no ponto certo.

Claro, poderíamos ficar restritos a algumas explicações das autoridades da área de segurança sobre uma guerra por território, entre quadrilhas. Explicação fraca. Plausível em alguns casos, pois quadrilhas brigam, mesmo, entre si. Mas o que ganhariam matando policiais? Então, briga entre bandidos não explica tudo. 

Pois é, e o que matar policiais resolveria? Isso somente poderia atrapalhar os negócios criminosos, de todo mundo.

Dizer que poderiam ser pendências entre policiais corruptos e bandidos que se desentenderam? Alguns casos poderiam até ir por essa trilha. Mas é absurdo pensar que os policias militares sejam todos bandidos e corruptos.

Chega a ser uma ofensa aos policiais e ao bom senso. O Estado de São Paulo tem uma das maiores forças do País, mais de 130 mil policiais militares. Certamente algumas dezenas poderão ser de policiais criminosos ainda não identificados. Mas a força é limpa e disciplinada.

Não casa. Não dá certo. Fico um bom tempo tentando entender o que está acontecendo em São Paulo.

São Paulo tem uma relação de dez mortos por cem mil habitantes, é um padrão excelente comparado a lugares no Brasil, e são muitos, em que a relação chega a 60, 70 ou 80 mortos por cem mil habitantes. O melhor seria zero morte. Mas isso também não existe. “Non ekciste”, como diria o padre Quevedo.

POLÍTICA DA MAIS VAGABUNDA

Só posso chegar a uma única conclusão. Vou explicar: costumo ler muitos sites de notícias. Gosto de ler os comentários de leitores. Isso é muito interessante. E bastante revelador.

E os tais comentários em pés de notícias se dividem em dois grupos:

1. Os que lamentam as mortes em geral e apóiam a polícia e esperam que o Estado consiga manter a ordem, e até acreditam, também, que alguém está lucrando com todo esse noticiário negativo. Parecem escritos  por pessoas comuns, dotadas de bom senso e preocupadas, sim com as mortes e a violência; mas nunca ficando alegres por conta disso.

2. Os que  parecem estar gostando de criticar o governo do Estado, revelando um prazer quase mórbido com o medo que a população parece sentir. Que tipo de gente ficaria contra a paz, a tranqüilidade e a polícia? Que tipo de gente tripudiaria sobre a polícia e policiais mortos? Especialmente alguns críticos dessa linha parecem ter imenso prazer em associar os números crescentes de mortes a uma certa incompetência do... PSDB. Pimba. A sigla partidária teria que aparecer.

Mas os números de mortos em São Paulo, comparados aos do Brasil e a muitos outros paises, indicam uma boa segurança. São Paulo tem mais de 40 milhões de habitantes. É um país! E São Paulo tem milhares de bandidos presos. E as pessoas acham que lugar de bandido é mesmo na cadeia. Caso contrário, punidos sentir-se-iam os cidadãos corretos, à mercê de criminosos impunes.

VIOLÊNCIA NO BRASIL

Leio nas estatísticas nacionais que há estados violentíssimos, como a Bahia, e outros no Nordeste. Mas não consigo encontrar, bingo!, como exemplo, criticas à incompetência aparente do governo petista baiano. A própria imprensa nacional parece deslumbrada com a política de segurança carioca, e nós sabemos que as tais UPPs, embora levem a segurança do Estado às favelas, espantam apenas os bandidos.

Se há uma indústria crescente hoje no Rio de Janeiro, é a dos morros exportadores de bandidos para outras localidades, e até outros estados. E isso não parece preocupar a imprensa nacional.   

Mas eu me recuso a imaginar que alguém poderia querer vencer o jogo político eleitoral por meio da morte concreta de pessoas. Não estamos falando de vencedores e vencidos de caráter simbólico. Um time que perde é fracassado. Um lutador que perde uma luta é como um derrotado, um morto.

Não, nós estamos falando de vidas humanas de verdade. Já li que muita gente acredita mesmo que os fins justificam os meios. Jamais acreditaria se alguém me apontasse algum partido ou algum político e dissesse: “é essa gente que está por trás de todas essas mortes”.

Eu me recusaria a aceitar tal gente no mundo civilizado. A cadeia seria o lugar mais correto para eles. Me contento que seja a cadeia. Em alguns países seria a pena de morte. Mas não chego a tanto, por razões humanitárias.

Acho que todos os que trabalham, que lutam para ganhar a vida, que suam, que transpiram bastante para levar dinheiro honesto para casa, para alimentar a família não apoiariam matança de gente, sejam policiais ou não, para criar um cenário de insegurança, espalhar o medo, e  obter lucros eleitorais.

Isso seria vil. Seria baixo. Seria realmente desumano.

OS FINALMENTE

O que penso então?

Li muita literatura infanto-juvenil e histórias de aventuras e contos policias. Sempre prezei usar a imaginação. Havia me esquecido de citar: li com a devida atenção uma cópia do Manual de Guerrilha Urbana produzido por Carlos Marighela, um dos heróis nacionais, conforme a sinistra (esquerda).

Fico até preocupado. Será que algum bandido teria posto as mãoa sobre um manual daqueles? Que estrago seria!

As lições são baseadas no mais elevado humanismo: Matar pessoas aleatoriamente na rua; fazer tocaias e matar policiais e militares; sabotar instalações elétricas e industriais; explodir carros-bomba ou deixar bombas em locais públicos para explodir pessoas; colocar fogo em ônibus e descarrilhar trens. Nossa! E não é que algumas dessas coisas estão acontecendo em São Paulo? Será que isso um dia termina, ou teremos mais um ou dois anos de alta tensão pela frente?

O pequeno mas mortífero manual de Marighela foi feito há 50 anos, mas continua atual como sempre.

Quando o terrorismo de esquerda estava em alta nas terras de Boa Esperança, e era singelamente chamado de luta armada, o manual fez tanto sucesso que serviu de modelo para muitos grupos terroristas de outros paises. Literatura brasileira de exportação.    

Voltando ao começo de tudo. E por que bandidos traficantes matariam policiais deixando famílias desamparadas? Bem, bandidos também têm famílias. Também têm medo. Como cientistas sociais tem suas hipóteses – geralmente não concordo com elas – também tenho as minhas. Em algum ponto temos linhas cruzadas.

Imaginem se bandidos que  pensam como terroristas se associam a terroristas que pensam como bandidos e começam a dizer a pequenos marginais: se você não matar um ou dois policiais esta semana, matamos a  sua mãe, ou o seu filho, ou matamos você. 

Ou imaginem se oferecem a delinqüentes usuários de drogas o perdão da dívida em troca da morte de um policial. Excesso de imaginação? Não. Não mesmo. O que temos visto em São Paulo nos últimos meses é puro terrorismo. Uma pena que muitos poderosos resistam a que tenhamos uma legislação anti-terror. As cadeias ficarim mais cheias ainda.   

A única coisa com a qual não consigo atinar é sobre a cadeia de comando. Não acredito mesmo que traficantes saiam por aí mandando matar policiais por diversão. Drogas, embora drogas, valem muito dinheiro. E nenhum traficante quer fechar as portas de seu negócio. Além de tudo, diz a sabedoria popular, o bom cabrito não berra. Ninguém quer atrair abelhas sobre si.

Então, não creio que seja do interesse dos bandidos comuns chamar a atenção da policia matando policiais. 

Mas, se eu dependesse de impressões do povo, de sensações, de imagens dramáticas para comunicar o pânico, e apontar o dedo para as autoridades, e tirar proveito disso tudo...Ah, esse poderia, sim, ser um bom caminho. Um excelente caminho.  

O tempo dirá.

GJ.

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