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domingo, 14 de outubro de 2012

A MISSA DE SÉTIMO DIA DO SARGENTO MARCELO FUKUHARA E OS ALIADOS DA MORTE E DA DOR. Ou, sois maus e perversos, lugar de bandido é na cadeia. (VIDEO)

SANTOS, 14 DE OUTUBRO, 17 HORAS.
 
A família do sargento PM Marcelo Fukuhara recebeu a solidariedade de dezenas de pessoas, civis e militares, que lotaram a Igreja do Sagrado Coração, na Ponta da Praia em Santos, para a celebração da missa de sétimo dia pela morte do policial. O sargento foi executado a tiros de fuzil na Ponta da Praia na madrugada de domingo passado. A polícia ainda não identificou os autores do assassinato.  

O céu encoberto por nuvens cinzentas, de um final de semana chuvoso, pareceu adequado à cerimonia. Diante da igreja duas faixas pediam “Paz”.

IGREJA DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS, 17H05
De minha parte,  entendo sempre essas faixas que surgem pedindo paz, quando  acontece alguma tragédia, algo que deixe chocada a opinião pública. Temos acompanhado centenas de casos em que faixas assim são utilizadas, como um último apelo por segurança.
 
Não quero parecer cruel ou insensível, pois estou solidário com a dor da família, mas não acredito que coisas assim funcionem. E qual a razão? São expressões abstratas, difusas, “paz”, “contra a corrupção”, “drogas não”, “abaixo a violência”. Em pleno juízo, quem seria contra a paz, a favor da corrupção, pelas drogas ou a favor da violência? Ninguém,  acredito. Exceto a questão das drogas, para as quais há, já, defensores que colocaram a cara fora e sem ficar corados de vergonha.
Assim, tais faixas expressam um desejo, são sinais de uma sensibilidade, mas não colocam os pontos nos is. Não indicam contra quem se está lutando, realmente. Alguém acreditaria que bandidos profissionais, criminosos de carteirinha, traficantes que por meio de suas drogas matam milhares de jovens por ano, destroem famílias, ficaram sensíveis aos apelos de paz?
Os traficantes são agentes da Morte. Muitos usuários, no início do que parece uma brincadeirinha inconsequente, que depois de torna uma dependência destruidora e brutal, também são auxiliares dos agentes da Morte. Isso precisa ser encarado de frente. Quem usa drogas está de mãos dadas com os traficantes, e com a morte.
Temos lido que ongs ligadas a ações nas chamadas “comunidades” (favelas) do Rio de Janeiro acabam tendo ligações ou aproximações perigosas dentro daquelas favelas. Alguém imagina que uma ong  pode funcionar em uma favela dominada pelo tráfico sem a permissão ou sem pagar algum tributo aos bandidos? Nem políticos podem entrar nas favelas sem permissão dos bandidos...
O que notamos é que nestes tempos há uma certa frouxidão, uma certa justificativa para a ação dos marginais. O Brasil foi dominado por uma mentalidade tola, esquerdizante, que confunde punir um bandido com a pena merecida com perseguição política.
Bandidos, em alguns lugares, são vistos quase como heróis populares. Basta acompanhar as obras produzidas no Rio de Janeiro, por exemplo, filmes (ficção), documentários, letras de música, declarações de intelectuais, quase sempre vendo a bandidagem de um modo meio romântico, como justiceiros que estariam castigando a sociedade que não lhes deu oportunidades. Uma lenga-lenga vagabunda sem qualquer sustentação moral.
Evidente ilusão e mentira. Pobres tem tanta vocação para a bandidagem como os ricos, ou os filhos de classe média. Isto é, ninguém é bandido por ser pobre. Como ninguém é bandido por ser rico. O que há no Brasil é uma tolerância com a transgressão, seja de pobres, classe média ou ricos.
Um país em que impera a visão de que todos são vítimas do Sistema (algo abstrato) , obtendo assim uma carta branca para agir como bandidos. No fundo, a cultura da transgressão que se observa, espalhada por inúmeras obras produzidas no Rio de Janeiro, é como uma forma de dar apoio, justificar os atos dos bandidos como Robin Hoods. Nada contra o Rio. Como foi a capital nacional, simboliza perfeitamente, em ponto grande, uma “cultura bandida” que se espalhou pelo Brasil inteiro.
Essa cultura bandida, é a mesma que leva líderes petistas, que vivem num país democrático, a criticarem a imprensa por investigar de núncias de corrupção, e os tribunais a condenarem corruptos.

A inversão de valores chegou a tal ponto, que condenados por corrupção e pelo roubo de dinheiro público ainda têm a cara de pau de criticar a imprensa a Justiça e publicarem cartas ao Povo Brasileiro afirmando que não aceitam o julgamento.
É como se um traficante, com centenas de mortes nas costas, dissesse que não aceita ser julgado pela Justiça de um lugar onde ele não teve oportunidades para ser outra coisa a não ser bandido. E como esse bandido explicaria que milhões de outros cidadãos como ele não se tornaram criminosos?
Essa é a questão. Não adianta pedir uma paz genérica. As pessoas precisam começar a chamar as coisas pelo nome que elas têm: bandido é bandido; droga é droga; corrupção é corrupção.
Não dá mais para fazer papel de quem não sabe que lugar de bandido é na cadeia; pena é para ser cumprida até o final; que passando a mão na cabeça de culpados quase pedindo desculpas pelos crimes que cometem contra nós, não chegaremos a lugar algum.
É hora de dar um basta aos que agem como agentes do crime superprotegendo bandidos cruéis e menores infratores perversos e maus que sabem muito bem a dor que provocam e se orgulham disso.
Ninguém constrói um país sadio moralmente não punindo rigorosamente bandidos. Isso não tem nada a ver com o espírito cristão. Perdoar pecados é para o reino de Deus, mas cumprir penas até  o fim, e bem pesadas, é para quem está no reino dos homens.

Pelo que sabemos, os sociopatas de hoje, sejam os ligados ao tráfico de drogas, ou os que corrompem na política, nunca se arrependem, não apresentam remorso, e não se vêem como culpados.
Contra esses é que deveríamos dirigir as nossas faixas e nossos lamentos, nunca deixando de lhes apontar o dedo: sois maus e perversos, aliados da morte e da dor.
SANTOS, PRAIA DA APARECIDA, 17H10
 
DEPOIMENTO DA ESPOSA DO SARGENTO FUKUHARA


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