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segunda-feira, 29 de outubro de 2012

A COMISSÃO DA VERDADE E OS FILHOTES DO GENOCÍDIO. “Se é lícito denominar “filhote da ditadura” a qualquer um que tenha colaborado com o regime militar, com igual rigor e justiça os que se beneficiaram da ajuda de Cuba devem ser chamados “filhotes do genocídio”. (O. Carvalho).



TERRORISTAS, ESPALHANDO A MORTE DEMOCRATICAMENTE

Mais de onze anos depois do artigo do professor Olavo de Carvalho haver sido publicado na Revista Época, em 2001, ele continua absolutamente atual. Como nunca. Ainda continuamos ouvindo histórias mentirosas sobre quem esteve na luta armada, como se fossem heróis do Brasil.

Talvez o sejam de Cuba, e lá deveriam ser homenageados pela tentativa de derrubar a ditadura militar no Brasil, para implantar um regime como o cubano, sob a inspiração de Fidel Castro.

E isso não é tudo, havia “democratas” que queriam mais democracia, como a aquilo que implantaram na Albânia, ou na Romênia, ou o regime que matou dezenas de milhões, nos anos 70, na China de Mao.

De 2001 para 2012 pouca coisa mudou, pois o imaginário público ainda é enganado pela propagada feita pelos ex-terroristas sobre a luta armada. Os mais iludidos são o jovens, sob décadas de propaganda enganosa e mistificação. 

Não fazem a menor idéia do que aconteceu. Não têm a menor noção das dimensões numéricas envolvidas. Não sabem o que queriam e faziam, de fato, os terroristas.

ASSIM, APROVEITEM AS VERDADES DO TEXTO A SEGUIR :


FILHOTES DO GENOCÍDIO

Olavo de Carvalho
Época, 2 de junho de 2001


Para cada homicídio que denunciam, eles foram cúmplices de outros 49


Os brasileiros que foram treinar guerrilha em Cuba não se tornaram somente pontas-de-lança da estratégia cubana no Exterior, mas também, obviamente, suportes do regime de Fidel Castro no próprio âmbito cubano. Recebidos com honras, sustentados com verbas do Estado, tiveram funções e utilidades bem nítidas no esquema de poder fidelista, alguns como oficiais da inteligência militar, outros como símbolos legitimadores e garotos-propaganda do regime, um papel a que muitos ainda se prestam com cínica devoção.

Como qualquer ajudante e beneficiário de uma ditadura, fizeram-se cúmplices dos crimes cometidos por ela, no mesmo sentido e na mesmíssima proporção com que acusam de parceria nos crimes da ditadura nacional qualquer indivíduo, daqui ou de fora, que de algum modo tenha apoiado o regime militar ou recebido favores dele. Moralmente, a única diferença que pode haver entre uma cumplicidade e a outra reside na magnitude dos crimes praticados pelas ditaduras respectivas. Mas essa comparação não é nada favorável aos que hoje detêm o monopólio do direito de acusar.

O Brasil do período ditatorial não teve mais de 2 mil prisioneiros políticos. Cuba teve 100 mil. Para cada esquerdista brasileiro preso no DOI-Codi, no Dops, na Ilha Grande, 50 cubanos foram jogados nas prisões políticas de Havana, com a solícita cumplicidade política e moral desse brasileiro. E os mortos, então? A ditadura brasileira fez 300 vítimas; a cubana, 17 mil. Para cada comunista brasileiro morto pelos militares, morreram mais de 50 dissidentes cubanos.

A diferença não é só quantitativa. Ela afeta a própria natureza dos crimes. Dezessete mil mortes, numa população cerca de 14 vezes menor que a do Brasil, já são um genocídio, a liquidação metódica e sistemática de um grupo, de uma classe. Genocídio com um detalhe ainda mais pérfido: em Cuba, desde a fuga de Batista, não houve resistência armada interna. A ditadura brasileira matou guerrilheiros e terroristas. Cuba, com o apoio deles, matou cidadãos desarmados, pacíficos e sem periculosidade alguma, a maioria por motivos fúteis, muitas vezes por uma simples tentativa de sair em busca de uma vida melhor.

Se é lícito denominar “filhote da ditadura” a qualquer um que tenha colaborado com o regime militar, com igual rigor e justiça os que se beneficiaram da ajuda de Cuba devem ser chamados “filhotes do genocídio”.

Mas 17 mil são só os que morreram em território cubano. Não estou contando aqueles que tropas armadas, instruídas e financiadas pelo governo de Havana, co-irmãs da guerrilha brasileira, assassinaram no Peru, na Nicarágua, na Colômbia. São 80 mil no total: para cada comunista morto no Brasil, seus companheiros mataram mais de 49 não-comunistas no continente. E continuam matando. Seus sofrimentos, além de fartamente indenizados em dinheiro, já foram vingados 49 vezes. Com que autoridade moral, pois, ainda erguem seu dedo acusador contra os “filhotes da ditadura”? Malgrado a força intrínseca desses fatos e números, a malícia esquerdista poderá tentar neutralizá-los alegando que saem da boca de um anticomunista. Mas seria inverter causa e efeito. Não penso essas coisas por ser anticomunista: tornei-me anticomunista porque me dei conta dessas coisas.

Mesmo assim, guardei-as comigo anos a fio, por medo de prejudicar aqueles a quem um dia chamara “companheiros”. Se de algo posso ser acusado, é desse comodismo pusilânime do qual por fim me libertei, mas que me fez tardar demasiado em dizer a verdade. Muitos, sabendo dela tanto quanto eu, vivem ainda de camuflá-la sob jogos de palavras, e não para proteger a terceiros, mas a si mesmos e às vantagens de que hoje desfrutam, seja como membros do governo, seja como ídolos da oposição. Nisso consiste toda a sua moral: culpa reprimida, transmutada em fome insaciável de retaliações e compensações.

É claro que os crimes da ditadura militar devem ser denunciados, investigados e punidos – mas não por esse tipo de gente. Não por essa escória.

TEXTO REPRODUZIDO DE:

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