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domingo, 1 de maio de 2011

O WATERGATE DE BARACK OBAMA. Uma certidão supostamente forjada pode ser o fim de Obama?

BAU DE TEXTOS

Este texto trata do primeiro episódio (2008) com um documento mais simplificado, publicado no site da campanha de Obama, e que foi posto em dúvida também por especialistas.  Agora a Casa Branca publicou outro documento (abril 2011), também posto em dúvida.  

A encrenca mal começou

Olavo de Carvalho

Apesar das várias confissões de culpa com que eminentes jornalistas de esquerda reconheceram o favorecimento indevido a Obama, o círculo de proteção não se desfez por completo depois das eleições. Quando se noticiou a prisão do governador democrata de Illinois, Rod Blagojevich, acusado de leiloar a vaga de Obama no Senado, o canal KHQA-TV simplesmente retirou do ar a notícia que publicara um mês antes, segundo a qual o presidente eleito tinha uma reunião marcada com Blagojevich para 6 de novembro, para discutir o nome do seu sucessor no Senado.

Claro: como Obama alegava que não sabia de nada das tretas de Blagojevich, era preciso criar retroativamente uma impressão de que isso era verdade. O assessor de Obama, David Axelrod, que no dia 23 dissera à FoxNews “Eu sei que ele (Obama) conversou com o governador sobre vários nomes (de sucessores)”, também voltou atrás e assegurou que nunca soube de nada.

Similarmente, a mídia inteira está jurando que, no episódio Blagojevich, “Obama não está sendo acusado”, quando o fato é que as ligações estreitas do governador de Illinois com o vigarista Tony Rezko, financiador maior das campanhas de Obama e dele próprio, chamaram a atenção da Justiça ao ponto de fazê-la intimar novas testemunhas no caso do negócio imobiliário ilícito entre Rezko e Obama.

Ao mesmo tempo, outro processo ligado ao caso, comprometendo Obama profundamente, foi aberto na cidade de Harvey, Illinois, onde o analista de crédito Kenneth J. Conner alega que foi demitido do Mutual Bank porque discordara das avaliações imobiliárias montadas, com a cumplicidade do banco, para favorecer Rezko e Obama. Estes dois fatos foram noticiados muito discretamente.

Forçada pelo desenrolar dos fatos a noticiar tardiamente aquilo que vinha escondendo, a CNN finalmente reconheceu que existem os processos judiciais questionando a elegibilidade de Obama (http://edition.cnn.com/video/#/video/politics/
2008/12/05/arena.obama.citizenship.cnn
). Porém, num esforço hercúleo para abafar o impacto do escândalo, deu a notícia em versão propositadamente atrasada, afirmando que desde a publicação do atestado de nascimento do candidato pelo site da sua campanha, a acusação já era “caso encerrado”.

Isso é a exata inversão da realidade. A onda de processos começou justamente após a publicação desse atestado, que não é uma certidão de nascimento, com o nome do hospital e a assinatura do médico que assistiu o parto, e sim um documento eletrônico para ser impresso pelo próprio usuário, sem validade nem mesmo para a emissão de um passaporte ou de uma carteira de motorista. Longe de encerrar o caso, foi essa publicação que o inaugurou. A inversão é tão óbvia que não pode ter sido um equívoco da CNN. Foi mentira proposital.

DOCUMENTO PARCIAL PUBLICADO NO
SITE DA CAMPANHA DE OBAMA EM 2008

A inocuidade legal do atestado não é um “argumento dos adversários”. É um simples fato da lei americana. O próprio Governo do Havaí não aceita esse documento como prova de nacionalidade. O site oficial do registro imobiliário do Governo havaiano (Department of Hawaiian Home Lands, DHHL) explica a diferença entre a Certidão de Nascimento (Certificate of Live Birth) e o mero atestado (Certification):
“Certidão de Nascimento (Certificate of Live Birth)... é um registro mais completo do seu nascimento do que o Atestado (Certification) gerado por computador para impressão. Apresentar a Certidão de Nascimento poupará tempo e dinheiro, pois o Atestado requer verificação adicional pelo DHHL. Ao solicitar uma cópia autenticada ao Departamento de Saúde (DOH, Department of Health), informe ao funcionário que você a está requerendo ‘para fins da DHHL’ e que você precisa de uma cópia da Certidão de Nascimento original de nascimento, e não do Atestado gerado por computador.” (V. http://hawaii.gov/
dhhl/applicants/Loaa%20Ka%20Aina%20Hoopulapula.pdf
.)

Em suma: Obama não poderia comprar uma casa, um apartamento, um lote de terra, uma kitchenette no Havaí só com aquele atestado que ele impingiu aos eleitores como prova cabal da sua elegibilidade à Presidência dos EUA. Todos os candidatos à presidência sempre apresentaram cópias de suas certidões originais. Obama poderia receber a sua em casa, pelo correio, preenchendo um formulário de menos de uma página e pagando uma taxa de dez dólares.

O detalhe mais interessante no caso é que o atestado não foi publicado originariamente pela campanha de Obama, mas pelo site esquerdista DailyKos, de onde a campanha o copiou. DailyKos tem entre seus colaboradores um especialista em computação gráfica, Jay McKinnon, o qual publicou no mesmo site, a título de “brincadeira”, um formulário em branco do mesmo tipo de documento e um atestado preenchido com o nome de I. B. Ahforgery, que soa exatamente como “Eu Sou Falso”).

DailyKos tinha, portanto, todos os meios técnicos de produzir quantos atestados falsos quisesse (v. http://web.israelinsider.com/Articles/Politics/12956.htm). Ao reproduzir e endossar o atestado eletrônico publicado por uma fonte tão suspeita, a campanha de Obama agiu com extraordinária leviandade, contrastando com suas ulteriores afetações de dignidade ofendida quando a autenticidade do documento foi posta em dúvida.

De maneira igualmente leviana age a mídia – mesmo conservadora – quando insinua que a rejeição do processo “Leo C. Donofrio versus New Jersey Secretary of State Nina Mitchell Wells” pela Suprema Corte prova a autenticidade do atestado de nascimento de Obama. Esse processo, justamente, não punha em dúvida o atestado no mais mínimo que fosse, mas o tomava como prova de que Obama, sendo filho de súdito britânico, tinha dupla nacionalidade. Os processos que questionam a validade do atestado são os de Philip J. Berg e Alan Keyes, que nem estão agendados ainda para discussão discussão entre os juízes.

Na verdade a mídia não “noticiou” propriamente a rejeição do caso Donofrio, mas a celebrou em tons triunfais – e omitiu-se por completo de noticiar que, no mesmíssimo dia, a Suprema Corte, por decisão do juiz Antonin Scalia, aceitou para exame outro processo do mesmo teor (“Cort Wrotnowski v. Susan Bysiewicz, Connecticut Secretary of State”), mostrando que, mesmo sem contar as dezenas de outros processos similares que aguardam na fila, a questão não está encerrada de maneira alguma (v. http://www.wnd.com/index.php?fa=PAGE.view&pageId=83113). A encrenca mal começou.

Diário do Comércio, 16 de dezembro de 2008
http://www.olavodecarvalho.org/semana/081216dce.html

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