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quinta-feira, 5 de maio de 2011

PMDB ESTÁ PREOCUPADO COM A AÇÃO DA IMPRENSA. CUIDEM MAIS DO INTERESSE PÚBLICO, SENHORES

O PMDB realizou seminário (quinta) para estudar forma de tratar melhor com a imprensa e também de estabelecer uma estratégia de comunicação capaz de aproximá~lo mais da sociedade. Participaram até especialistas marqueteiros americanos que trabalharam na campanha de Barack Obama. O vice-presidente Michel Temer disse que a popuação precisa saber mais sobre as ações do partido.

Está correto, mas é necessário lembrar que os partidos parecem estar mais interessados em, após as eleições, ficar disputando cargos e diretorias em estatais, ministérios, empresas públicas, para ganhar nacos de poder burocrático e criar empregos paraseus militantes.
Tratam o dinheiro público como se fosse "cosa nostra" e nem se lembrar mais dos eleitores, já se elegeram! e só pensam nisso nas próximas campanhas.

“Quando você realiza as coisas e não consegue transmití-las ao grande público, a imagem geral que se tem do partido muitas vezes é negativa. O que o partido faz não chega ao grande público”, afirmou.  Analisando o dito,fica a impressão de que os partidos são uns injustiçados, pelo público e pela imprensa. Será que o que os partidos fazem é para chegar mesmo, deve chegar mesmo ao público por meio da imprensa. Quantos escândalos nos últimos ános. Eu penso que, de fato, eles não esperam que tudo chegue ao público!

O governador Sérgio Cabral (PMDB), do Rio de Janeiro, disse que os políticos precisam interagir com a sociedade para que sua representação não “caduque”. “O nosso problema é como o PMDB, o maior partido do Brasil, dialoga com a sociedade. Cada vez mais a sociedade demanda informações que a mídia tradicional não é capaz de atender.”

Os políticos gostam de trocar imprensa por mídia. Mídia é o conjunto de meios,em geral, não apenas as ações jornalísticas. Isso confunde o público. TV é mídia, parte dela pode conter jornalismo, o resto é diversão, novelas, música, filmes, séries, programas de auditório.

Que informações a sociedade demanda e que a imprensa não pode atender? Que informações tem um partido que não passam pea Imprensa? Isso é conversa para boi dormir.
Qualquer informação de um partido, desde que relacionada com interesse público, pode vir a ser notícia. Outras informações que sejam veiculadas por meios próprios.

Ocorre que os políticos gostam de usar os jornalistas como meio, canal, intermediário para seus próprios interesses. Usam os profissionais e veículos como estilingues, para jogar pedras em adversários. Às vezes é útil ao público, a sujeira aparece. Ás vezes ajuda só ao interessado. E há muito jornalistas que entra nesse jogo, pois pode ganhar dinheiro e algumas fontes duvidosas. 

O senador José Sarney (PMDB-AP) disse que a imprensa enfraquece os poderes dos partidos políticos no Brasil. Segundo ele, os políticos precisam criar mecanismos para que não percam sua “legitimidade” diante da atuação da imprensa.

“O Congresso depois de um mês, dois, três, começa a ser contestado. Os deputados não sabem por que foram eleitos e o eleitor não sabe mais que elegeu o deputado. A partir daí, a mídia e seus instrumentos entram e dizem: não, nós passamos a representar o povo. Esse é o grande desafio do mundo atual, da classe política.”

De fato, o senador parece andar meio distraido, pois ele (a família Sarney) é proprietário de vários veículos de comunicação no Maranhão. Como será que ele faz as empresas funcionarem? Como será o jornalismo que ele aprova lá na terra dele? E isso vale para muitos outros políticos que também têm meios de comunicação. A forma como seus jornais tratam dos assuntos é que é a forma correta, a forma ideal, o modo universalmente aceito de prática jornalística? (falando em democracias, é claro!).

É fácil reclamar. Vimos outro dia o senador Requião, do Paraná, ex-governador, reclamando que sofreu "bullying" por parte da imprensa. O que essa gente quer? Tapinhas nas costas?
Geralmente notícias são sobre coisas que são fora do comum. E, no campo da administração pública e da política, geralmente, boas notícias são raras. Existem, mas falta de recursos, roubalheiras, escândalos de licitações, atraso de obras, etc, é que o público precisa conhecer. Mesmo assim ainda vota de forma equivocada. 

Sarney disse que todos os políticos se queixam da imprensa, mas precisam fazer a “sua parte” ao defender que a liberdade de expressão sirva à democracia sem “desvirtuá-la”.

Apesar das críticas, Sarney disse ser contrário a instrumentos de controle da imprensa brasileira. “Até o tempo corrige os equívocos que a mídia corrige. Talvez eu tenha sido o presidente mais criticado da história do Brasil, mas nunca ninguém viu da minha parte nenhuma reação violenta contra isso.”

O peemedebista afirmou que a imprensa, as ONGs e a própria sociedade civil tiram “nacos” da atividade política –o que enfraquece os partidos e o Congresso. “Nós precisamos disputar esse espaço de saber quem representa a opinião pública”, afirmou.

Essa é a questão. As pessoas se organizam e passam agir, fazendo, às vezes aquilo que deveria estar sendo feito pelos políticos. Se os políticos prestassem mais atenção ao que fazem, e levassem em conta as aberrações que costumam cometer, as ongs talvez nem precisassem existir. A Imprensa poderia focar outras coisas, mas estaríamos imaginando um  mundo perfeito demais.

Reproduzo aqui trechos do post de Reinaldo Azevedo sobre a questão:

Se cobrir com lona, vira circo; se trancar a porta, vira hospício

Como é mesmo aquela máxima? Se cobrir com lona, vira circo; se trancar a porta, vira hospício. O PMDB, que congrega alguns potentados da ética nacional, convida, como se vê no post abaixo, os marqueteiros de Obama — justo de quem… — para que assistam a uma sessão de descarrego dos maus espíritos do autoritarismo. E tome cacete na imprensa! Coitados dos rapazes! Devem ter imaginado que a moça que fazia a tradução simultânea estava sofrendo  algum surto cerebral.

Sarney, cuja família tem no currículo a censura a um órgão de imprensa — via judicial, claro!—-, abriu o seminário do partido sobre “estratégias de comunicação”. Ele quer saber como preservar a liberdade de expressão, mas “sem desvirtuá-la”. Ah… Os EUA sabem como fazê-lo desde que existe a Primeira Emenda, senador! Os congressistas não podem nem mesmo legislar sobre matéria que diga respeito à liberdade de expressão.

Não! Aquele modelo não deve servir para Sarney. Nos EUA, este senhor não seria presidente do Senado pela 25ª vez. Aliás, ele e outros companheiros de partido já teriam sido eliminados da vida pública há muito tempo. Eu imagino um Renan Calheiros explicando à América qual era a sua relação com a mãe de um filho que teve fora do casamento, que ele chamava “a gestante…”.

Sarney e os peemedebistas, que acabaram de conduzir Calheiros ao Conselho de Ética do Senado, estão infelizes com o jornalismo. Segundo Sarney, “a mídia e seus instrumentos entram e dizem: ‘Não, nós passamos a representar o povo’”. Haaannn… Sarney acredita que os políticos têm, vejam vocês, de disputar espaço com a “mídia” para saber quem representa a “opinião pública”.

Nosferatu não sabe que políticos agem por delegação dos eleitores e, de fato, “representam”… os eleitores!, não a opinião pública; a imprensa é um dos instrumentos — não o único — de que dispõem os indivíduos e a sociedade para vigiar o exercício do poder; inclusive para avaliar se o representante, de fato, representa…

Sérgio Cabral era um dos presentes ao seminário. Como sabem, é um homem implacavelmente perseguido pela imprensa, certo? Afirmou: “O nosso problema é como o PMDB, o maior partido do Brasil, dialoga com a sociedade. Cada vez mais, a sociedade demanda informações que a mídia tradicional não é capaz de atender.”

Ah, essa mídia tradicional! A propósito, governador: o que é uma “mídia não-tradicional”? Convenham: até a assessoria de imprensa é mídia tradicional. Vai ver a não-tradicional é a assessoria disfarçada de jornalismo.
(Reinaldo Azevedo)

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