No dia 7 de abril, pela manhã, o Brasil passou por um grande trauma. Foi quando Wellington Menezes de Oliveira entrou em uma escola pública, noRealengo, e matou doze crianças e feriu outras doze, a tiros.
Foi o primeiro massacre desse tipo na história do País. Bullying, islamismo, esquizofrenia, complexos de inferioridade, filho adotivo, jogos eletrônicos. Tudo foi usado para tentar explicar o inexplicável: por que um rapaz compra dois revólveres e resolve matar crianças que nem ao menos conhecia?
A presença da morte é uma das molas propulsoras da Cultura, ao longo do tempo. Desde quando teve consciência da morte, há milhares de anos, o ser humano envolveu-se em mecanismos para torná-la mais suportável. É uma das poucas certezas da vida.
Como lidamos com ela, isso depende dos valores da cultura na qual estamos inseridos e de nossas crenças. Sempre, independente de uma verdade absoluta envolvida ou não nisso, crer que a morte é uma etapa pode, mesmo, ser muito confortável para quem vive.
Hoje (sábado), véspera do Dia das Mães, doze mães e pais mais umas 200 pessoas participaram de uma caminhada, em Realengo, para lembrar a morte das crianças assassinada de forma brutal e absolutamente irracional pelo sujeito Wellington Barbosa de Oliveira, na escola municipal Tasso de Oliveira.
Antes do início da caminhada, os manifestantes assistiram à execução do Hino Nacional e pombos brancos foram soltos, representando a paz. Ouvindo e cantando músicas religiosas, as pessoas seguiram pela General Bernardino de Matos e passou pelas ruas Carumbé, Capitão Teixeira e Piraquara até a avenida Santa Cruz. Ali, foram à Igreja Presbiteriana, onde foi realizado um culto reservado apenas às famílias das vítimas.
Os cerca de 200 participantes foram acompanhados por 12 carros, além de viaturas da CET-Rio (Companhia de Engenharia de Tráfego), da Guarda Municipal e da Polícia Militar. O arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, celebrará na Igreja Cristo Libertador, em Realengo, a missa de um mês da morte das vítimas do ataque á Escola Municipal Tasso da Silveira.
No dia 27, os pais estarão com o prefeito Eduardo Paes para que ele possa ouvir suas reivindicações sobre a segurança na escola e no entorno.
No encontro e durante o culto, muita emoção, é muito difícil aos moradores e parentes passarem diante da escola sem sentir um calafrio, um peso nos ombros, ou lágrimas nos olhos. Ou a sensação de que elas estão ali dentro, cuidando do futuro, estudando, aprendendo, protegidas da violência da Cidade.
Mas a sorte, ou o azar existem, como pensavam os antigos, e a deusa Fortuna nos prega peças às vezes. Quando menos esperamos algo acontece. E nem sempre é coisa boa. Como naquela manhã em que o atirador louco entrou na escola disposto a matar muita gente. Ele tinha quase sem balas de munição
Teria matado muito mais crianças, com certeza, se um menino, um pequeno herói, já ferido, não tivesse corrido e encontrado os policiais fora da escola. Esse menino evitou mais mortes. O policial que atirou em Wellington também foi colocado por Deus (ou pela Fortuna) nas proximidades, e evitou mais mortes.
Wellington poderia ter matado 20, 30, 40 crianças.
Algumas mães tem outros filhos, onde poderão se apoiar. Algumas apenas a criança que morreu. Sueli Guedes, 47 anos, disse que o momento é de mobilização, os pais das 12 vítima da tragédia do dia 7 de abril fundarão uma associação, chamada "Anjos de Realengo". A mulher prevê novas manifestações no futuro, com o objetivo de evitar que o massacre se repita.
Acho que o choque tão grande e profundo mobiliza as pessoas. Elas sentem algum conforto com isso. Que prossigam. Não creio que isso, contudo, evite massacres. Os loucos não avisam, e nem pedem licença para matar.
Mas é claro que as autoridades poderiam ser mais atentas à segurança das escolas. É claro que, ao invés de usarem as famílias traumatizadas de modo desavergonhado para falar em desarmamento civil, deveriam prender bandidos assassinos que andam por aí à solta com armas ilegais. Wellington usava armas ilegais..
Uma certeza deve restar a todos. Não há, de modo algum, como evitar tais massacres ou a violência, de modo absoluto. No japão um maluco como Wellington invadiu uma escola há não muito tempo, e matou oito alunos, com uma faca.
O risco pode, apenas, ser amenizado. O ser humano sempre poderá ser louco ou violento. É da nossa natureza. O que precisamos é de menos demagogia. Mais trabalho de inteligência da polícia e que os políticos pensem menos em votos e mais no seu compromisso com os eleitores.
A minha solidariedade e respeito aos pais e mães da crianças assassinadas do Realengo.
(INFORMAÇÕES DO NOTICIÁRIO)
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