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quinta-feira, 10 de novembro de 2011

A PRISÃO DE NEM DA ROCINHA. Para muitos, é melhor NEM VIVO; para outros, NEM MORTO. Como Antonio Francisco Bonfim Lopes, o chefe do tráfico na favela da Rocinha escapará desta vez? Será mesmo um bom fim?

NEM FOI PRESO PELA POLÍCIA MILITAR DO RIO DE JANEIRO.
HÁ MUITA GENTE DECENTE NA PM, A MAIORIA.

Nem foi preso tentando fugir em um porta malas de um carro importado. Seus comparsas tentaram subornar a PM em 1 milhão. Mas há homens decentes que não têm preço.
Nem levava mais de 180 mil reais, em reais e euros, e muitas armas, mas não resistiu.


Ao longo do tempo Nem construiu a fama de mau.  Não por parecer mau, mas por ser mau, muito mau. Isso o que dizem seus amigos e seus desafetos. Para ele, inimigo bom é inimigo morto.

O fato é que Nem construiu um pequeno império na favela da Rocinha, a lendária Rocinha, cantada em prosa e versos. Melhor que fosse cantada por outros motivos, apenas.

A história de Nem e de suas ligações na Rocinha mostram o quanto será difícil controlar a bandidagem, o tráfico de drogas, e limpar a policia do Rio. Bandidos fugiam da favela, fugiam ao cerco policial escoltados ou protegidos, ou escondidos, por policiais!

Do ponto de vista didático, para o público entender a situação, podemos dizer assim: há os bons e há os maus; há o joio e há o trigo. Mas as coisas não funcionam bem assim, tão polarizadas; pau, pau; pedra, pedra.

Um policial insuspeito e bom policial num momento, aparentemente, pode ser um membro de milícia, segurança de traficante ou dono de bailinho funk, onde adroga corre solta.

O Rio de Janeiro não é a fonte de toda a corrupção, mas o Rio de Janeiro como costumam dizer agora especialistas, “é emblemático”. No Rio de Janeiro, alem do céu azul e do mar esverdeado há o cinzento da ilegalidade rolando solto pelas areias e pelos morros. No Rio de Janeiro há a Cultura Bandida (Tropa de Elite), há o endeusamento da bandidagem que financia artes e espetáculos e, com o dinheiro das drogas, espalha amizades, temores, ódios, medos e morte. A droga sempre espalha muito sofrimento.

E na Rocinha não é diferente. Por que seria? Os morros do Rio favorecem, pelas dificuldades da topografia, o esconderijo de bandidos. É difícil para a policia subir, são vielas, não há ruas. Os becos, as quebradas. Muito perigoso. Tiros. Morte.
Os traficantes tomaram conta de grandes pedaços do que chamam de comunidades (como se morar em favela fosse destino...) e lutam por cada naco do negocio.

Um negócio milionário, com ramificações poderosas na Colômbia, na Bolívia e no peru, fornecedores da droga mais valiosa, a cocaína. A ausência do Estado, o descaso das autoridades relapsas, a corrupção da policia, pela oferta de muito dinheiro dos traficantes criou uma situação complicada.

E a política de segurança (ou ausência dela?) do Rio de Janeiro, de afagar bandidos, de avisar antes das invasões de morro, de não prender e isolar os grandes traficantes ajudou a criar esse quadro medonho, apocalíptico, em que a morte faz parte do dia a dia das pessoas. Crianças crescem com uma meta: “quer ser igual ao Nem, ser poderoso, ter boas armas, garotas bonitas e gostosas, cachorras,  vida boa. Não muito mansa, pois sempre há o risco dos tiroteios, mas vida cheia do conforto que a pobreza endêmica não propicia.

Nem está numa tremenda sinuca. Se fala, morre. Se não fala, pode morrer também. De fato, pelo noticiário, Nem vale ouro. Tem nas mãos dezenas de policiais corruptos.
Para eles, Nem morto será um alivio.

Nos próximos dias saberemos o tamanho do estrago que a corrupção já fez na policia do Rio de Janeiro. Dependerá da sobrevida de Nem. 




a prisão de Nem


a vida de Nem


a prisão de Nem

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