CHRISTINE KEELER (Realmente killer!), PIVÔ DO ESCÂNDALO PROFUMO, EM 1963, NA INGLATERRA |
Quando Lula tremeu, das primeiras vezes, lá por 2006, chamou
de simplesmente “aloprados” aqueles
que deveriam ter sido severamente punidos por estarem envolvidos com possíveis atividades
criminosas.
Como se um pai, fazendo graça, dissesse do próprio filho: “esse
é um aloprado, vive metido com traficantes”. Ou: “é um alopradinho, ontem deu
um desfalque em um banco”. É uma forma de fazer crer, passar a impressão, de
que algumas pessoas podem fazer certas coisas por serem especiais, diferentes
das outras.
Para tais pessoas, o que para as outras seria crime, punível com
cadeia, as barbaridades que fazem são apenas coisas de alopradinhos; como
brincadeirinhas inconseqüentes da adolescência.
TERRORISMO
Reescrever a história, para apagar o passado, é outro modo
de ação bem conhecido. Por exemplo: os terroristas que explodiam bombas e
matavam pessoas que passavam pela rua, como vemos acontecer em Bagdá, ou no
Afeganistão (é, gente, aquilo acontecia por aqui também) era uma forma dos
militantes da esquerda lutarem contra a ditadura militar, para implantar outra
ditadura, ao estilo cubano.
Por incrível que pareça, dada a operação de lavagem do
passado, a nossa própria presidente, ela mesma envolvida (embora hoje
anistiada, como todos os da esquerda ou da repressão), segundo ela mesma, em
planejamento e controle de operações. O que seria a logística de um grupo da “luta
armada” (eis aqui um eufemismo para os grupos que praticavam terrorismo no
Brasil nos anos 60 e 70)? Precisamos mandar regar o jardim amanhã; verificar se
tem cartas na caixa de correspondência?
Ora, vamos, um grupo terrorista só “terroristava”, isto é:
matava gente, seqüestrava gente, explodia bombas para matar gente, para criar...
o terror! Não à toa um punhado de terroristas matou cerca de 130 pessoas, e os
repressores do Estado mataram uns 350 militantes de esquerda (certo que nem
todos eram terroristas).
Mas não me interessa fazer contabilidade da bondade ou da
maldade de todos os lados. Apenas
me interessa pensar em como a realidade é encoberta por palavras que mudam de
sentido, ou por palavras novas.
AMANTE
(Amiga íntima, caso, amásia, a outra, cacho, amante...)
Assim é que a imprensa, como se pisasse em ovos ao tratar do
caso Rosemary, a ex-secretária de Lula, que ocupava a chefia do Gabinete da
Presidência da República em São Paulo, chama Rose de “amiga íntima” do
ex-presidente. A Folha de São Paulo deu um passo adiante e disse que eram
amantes. Mas, depois, tudo voltou ao normal e agora sabemos que Rose era uma
amiga íntima de Lula. Um modo suave de dizer amante.
Mas homens, públicos ou não, assim como mulheres, públicas ou não, podem ter
seus amantes (dos mais diversos gêneros, como quiserem). Uns acham bacana colecionar, outros o fazem por infelicidade
conjugal, outros por sem-vergonhice mesmo. Cada um no seu quadrado, cada um com
seus motivos.
Outro dia o Reinaldo Azevedo informou que em Brasília os
jornalistas que fazem política estavam cansados de saber disso. Era um segredo
de Polichinelo! Não teriam publicado nada para preservar a vida privada de Lula. OK. Mas e quando a vida privada começa a se misturar com a vida pública, e, pior, com gastança de dinheiro público?
Pois bem, parece que em torno desse pessoal do governo
sempre se constrói uma cerca de proteção, uma malha de invisibilidade, uma bolha, um véu, uma redoma (às vezes de vidro!). Isso me lembra um muro que, na Alemanha, já foi chamado de Muro da Vergonha.
Isso decorre de que os petistas sempre se julgaram
superiores aos demais mortais, tendo uma missão quase divina de recriar o
Brasil (leiam o livro “Partido de Deus”, de Luis Mir, sobre a história da criação
do PT).
ATIVISMO NÃO É SINAL DE SUPERIORIDADE MORAL.
Nesse ponto, o ativismo petista lembra o ativismo
vegetariano (falo dos ativistas que patrulham os outros). Os vegetarianos
ativistas, assim como certos ecologistas, tratam os demais humanos como
inferiores. Como se dissessem: eu não como a carne de animais. Como se plantas não
tivessem vida, também...
Trabalhei, certa vez, com uma militante petista, bem azeda,
que patrulhava a alegria dos outros. Se pegava alguém alegre ou rindo um pouco
chamuscava direto: “por que está rindo assim, com tanta fome que há no mundo”?
Confesso que nunca a entendi direito! UAU!
Ser vegetariano, não ser fumante de tabaco, ou não tomar álcool,
não fazem de ninguém um ser superior, do ponto de vista moral. Lembro sempre
que um facínora pode estar escondido dentro de uma pessoa aparentemente doce e
correta: amigo de animais, não fumante, e vegetariano: Hitler. Mas com seis milhões
de mortes do Holocausto nas costas, e mais milhões de outros mortos na Segunda
Guerra Mundial.
Gutenberg J.
Agora, passo a um texto oportuno de Reinaldo Azevedo, sobre
amantes e “amigas íntimas”:
"Lula não é o primeiro a ter uma “amiga íntima”. De Messalina
a Carminha, a história é antiga
Aprendemos com a imprensa brasileira que Rosemary Nóvoa
Noronha é “amiga íntima” de Lula. Ah, bom!
Certo. A história é rica em “amizades íntimas”, embora nem
todas resultassem em emprego público e casos de corrupção. Vamos lembrar
alguns:
– Rainha de Sabá, amiga íntima de Salomão;
– Cleópatra, amiga íntima de Marco Antônio;
– Madame de Pompadour, amiga íntima de Luís XV;
– Marquesa de Santos, amiga íntima de D. Pedro I;
– Luísa Margarida Portugal e Barros, amiga íntima de D.
Pedro II;
– Aimeé Lopes, amiga íntima de Getúlio Vargas;
– Maria Lúcia Pedroso, amiga íntima de Juscelino Kubitschek;
– Ana Bolena, amiga íntima de Henrique VIII – sua desgraça,
coitada!, foi ter virado mulher dele…;
– Camilla Parker-Bowles, amiga íntima e hoje mulher do
príncipe Charles (os ingleses têm essa mania….);
– Marilyn Monroe, amiga íntima de John Kennedy;
– Anne Pingeot, amiga íntima de Mitterrand;
– Mademoiselle Dubois: segundo seus diários, teve exatos
16.527 “amigos íntimos”;
– Rimbaud, amigo íntimo de Verlaine;
– Oscar Wilde, amigo íntimo de Alfred Douglas;
– Clara Petacci, amiga íntima de Mussolini;
– Messalina, amiga íntima de quase todo o… Império Romano!!!
É claro que há muitos outros casos. A Carminha, por exemplo,
era “amiga íntima” do Max, não é?
Digam aí: como a imprensa brasileira, sem exceção – também
as TVs, claro! –, chamou Paula Broadwell, a mulher que foi o pivô da queda do
general David Petraeus, então chefão da CIA? Se não me engano, e não me engano,
foi “amante’. E estava certo porque o nome se aplicava à espécie.
Com as diferenças que sempre há de estilo em casos assim,
qual é a diferença entre o par Petraeus-Paula e o par Lula-Rosemary?
(5/12/2012) Texto publicado originalmente à 0h48
Por Reinaldo Azevedo
ROBERTO CARLOS: AMADA AMANTE
TEXTO DE REINALDO AZEVEDO:
IMAGENS DE CHRISTINE KEELER (BY LEWIS MORLEY):
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