A hora não é agora!
Percival Puggina
30 Junho 2013
Por mais que o modelo
institucional brasileiro seja o lixo que se sabe, não responde aos mínimos
requisitos de prudência fazer mudanças num ambiente de instabilidade.
Para entender o princípio diretor
de todas as estratégias petistas não é preciso ser mestre em xadrez, treinado a
antecipar sucessivas consequências de um lance. Basta saber isto: o PT jamais,
em hipótese alguma, defenderá causa política na qual não leve vantagem.
Entendido o axioma, fica fácil deduzir que propostas de reforma eleitoral apresentadas
e defendidas pelos petistas precisam ser rejeitadas pela origem.
Entre os poucos fios condutores
capazes de unir todos os movimentos de massa destes últimos dias está o
monumental repúdio à conduta dos políticos e às instituições nacionais. Nosso
modelo é velho na forma e velhaco na execução. A desfaçatez, as ostentações e
as malfeitorias que saltitam como pipoca na panela revoltam a população. Os
raros afluentes de água limpa que chegam ao mundo político perdem seus efeitos
na turbidez dos negócios. Torna-se impossível, então, não sentir o dedo
indicador atraído como agulha de bússola para o norte e para o topo das
instituições políticas. Ali - bem ali, oh! - onde senta e fala a chefia de
Estado, antes Lula e hoje Dilma.
E Dilma veio às falas. Primeiro,
propôs uma Constituinte, como fizeram seus parceiros do Foro de São Paulo na
Venezuela, Bolívia e Equador. No dia seguinte, face à notória
inconstitucionalidade da proposta, a Constituinte do PT virou plebiscito sobre
temas de uma reforma política.
Ora, por mais que o modelo institucional
brasileiro seja o lixo que se sabe, não responde aos mínimos requisitos de
prudência fazer mudanças num ambiente de instabilidade. Este é o momento certo
para outra coisa: mostrar aos "camisa branca", aos manifestantes bem
intencionados, ser contraditório excomungar os políticos genericamente e não
responsabilizar, objetivamente, o partido e as pessoas que, ao longo dos
últimos dez anos comandam essa mesma política, levando o país para onde bem
entendem e como melhor lhes convém.
Este é o momento de lembrar que
nem o lacerdismo foi tão pródigo em lançar denúncias e anátemas sobre seus
oponentes quanto o petismo. E que nenhum outro foi tão longe na apropriação do
Estado, do governo e da administração para os fins do partido e dos
companheiros no poder. Por fim, separar essas três funções - Estado, governo e
administração -, atribuindo-as a pessoas distintas, seria a primeira e a
principal reforma institucional. Mas desta quase ninguém fala porque
significaria retirar o recheio e a cobertura do bolo do poder.
A cautela ensina, até mesmo no
plano individual, que não se deve tomar decisões de efeito permanente em
momentos de instabilidade emocional. É o que se recomenda ao Brasil agora. A
maior imprudência que se pode cometer neste momento é entregar à atual base do
governo, amplamente majoritária no Congresso, decisões sobre como devem ser as
eleições do ano que vem. Pensando bem, isso é tão evidente que este texto
parece totalmente desnecessário, não é mesmo?
TEXTO REPRODUZIDO DO SITE MÍDIA
SEM MÁSCARA:
realmente, poderia ter se poupado de escrever tanta asneira!!
ResponderExcluirPelo comentário, ou você é ignaro em política, ou é um petista de carteirinha, aí não tem solução, nada entenderá fora da cartilha da estrelinha.
ResponderExcluirGutenberg